Esse artigo indica a possibilidade de realizarmos experiências transformadoras de educação ambiental, ciência e arte na formação de educadores e pesquisadores a partir da produção de conhecimento sobre a realidade. Trata-se de contribuir para pensarmos uma complexa rede que se estabelece em nossos espaços-lugares de ação educativa entre atores - estado, academia, indústria, instituições não governamentais, comunidades, lideranças locais e os sujeitos coletivos - que produzem simultaneamente a vida e o conhecimento sobre a vida. A compreensão dessa trama implica experiências alternadas de realização de atividades nas comunidades da região carioca entre Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)e Mangueira. Misturando comunidade e universidade experienciamos um movimento de desierarquização do conhecimento e a conjunção das sensibilidades.
Este artigo é parte de uma investigação sobre formação docente em Artes Visuais no Brasil, revelando nuances de um estudo publicado em 2008, resultado de associação acadêmica por extremos entre regiões, em eixo Norte-Sul do país. Observando seu polo setentrional, destacamos seus aspectos emergentes inserindo-os em suas qualidades locais. Situamo-nos na Região Norte, na Amazônia, vasto território que se desdobra ao longo dos cursos dos rios e dos igarapés, cercado pela presença da floresta tropical, onde também se revelam outras paisagens como as do cerrado amazônico. Refletimos com o fim de mergulhar nas águas onde afluem subjetividades que elucidam não somente um modo de viver, mas de pensar a própria arte e a educação. Desenvolvemos esse trabalho a partir de um método cartográfico de pesquisa que pudesse apreender experiências fluidas em suas geografias líquidas. Na elaboração de questões reunindo o eixo N-S, colocamos em foco a processualidade, o “coração da cartografia”: não apenas mapas, gráficos, tabelas ou outros registros cartográficos regulares, mas a extensividade do pensamento esteve como o nosso objeto de atenção primordial.
Apresentam-se as perspectivas de desenvolvimento de um projeto de intervenção artística cujo sentido se constitui pela criação de uma zona aberta e colorida no morro da Mangueira no Rio de Janeiro. Nessa modelagem do lugar, gesta-se um trabalho de arte relacional na proposição de momentos de encontro e produção de objetos para troca e contato interpessoal. Abrimos terreno para a colaboração mútua em processos criativos e reflexivos, ambos calcados na consciência ambiental pelo enlace afetivo amplificado com o espaço e a coletividade ao entorno. Seus participantes estão envolvidos na integração comunidade/escola/universidade praticando a aproximação entre o saber acadêmico, especializado, o saber docente, amplo e escolarizado, e os saberes comunitários, enraizados nas formas vitais do cotidiano e preservado em sua memória local. Palavras chave Arte relacional, esfera pública, formas de saber, comunidade.
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