ResumoEste estudo analisou os modelos internos dinâmicos de mães recorrendo às Narrativas de Representação da Vinculação em Adultos (Waters & Rodrigues-Doolabh, 2004). Teve como objetivos: testar a validade interna e discriminativa do instrumento analisando, ainda, os aspectos estilísticos das narrativas produzidas por 89 mães com crianças a frequentar Creche/Jardim-de-Infância. As narrativas foram recolhidas em sessões individuais tendo sido posteriormente transcritas e cotadas por dois a três investigadores, sem conhecimento prévio sobre as famílias. Os resultados confi rmam a validade do instrumento; e indicam que as mães têm conhecimento e acesso ao script de base segura, utilizando-o na produção das suas narrativas.Palavras-chave: Script de base-segura, modelos internos dinâmicos, vinculação. The Internal Working Models Analyzed Using the Narrative Assessment of Adult Attachment Representations AbstractThis study analyzed the internal working models of 89 mothers of preschool age children, using the Narrative Assessment of Adult Attachment Representations (Waters & Rodrigues-Doolabh, 2004). The goals were to test the internal and discriminant validity of the instrument, as well as the stylistic aspects of the narratives produced by the participants. The narratives were collected during individual interviews, transcribed and then coded by 2 to 3 researchers without previous knowledge of these families. Results confi rm the validity of the instrument; and show that mothers have knowledge and access to the secure base script to construct their narratives.Keywords: Secure base script, internal working models, attachment.
O presente estudo analisou a relação entre o conhecimento e acesso ao script de base segura de mães e a sua perceção da qualidade do suporte social recebido. Participaram 36 mães (casadas ou a viver em união de facto, apenas uma se encontrava divorciada), com crianças em idade pré-escolar. De modo a aceder às representações de vinculação utilizou-se as Narrativas de Representação da Vinculação em Adultos. Analisou-se a validade do instrumento, controlando-se pela primeira vez, em amostras portuguesas, a competência verbal (ICV) dos sujeitos. O Suporte Social percebido foi avaliado com base na Escala de Satisfação com o Suporte Social. Os resultados indicam que existe uma correlação marginalmente significativa entre o valor Total do script de base segura e o ICV dos sujeitos; e que o script materno apenas se encontra relacionada com a dimensão do suporte socialAtividades Sociais (controlando o ICV). Os resultados foram discutidos no contexto da teoria da vinculação de Bowlby/Ainsworth (em particular dos Modelos Internos Dinâmicos) e do Suporte Social Percebido, com reflexões sobre os aspectos metodológicos. Palavras-chave:Modelos internos dinâmicos, Script de base segura, Suporte social percebido, Parentalidade. IntroduçãoSegundo Bowlby (1988) os comportamentos da figura de vinculação são organizados num "sistema de cuidados parentais" recíproco ao sistema comportamental de vinculação da criança. Nesse sentido, George e Solomon (2008) consideram que a análise e compreensão deste sistema constitui-se como uma mais valia, na medida em que possibilita um olhar sobre as relações de vinculação sob a perspetiva parental.O desenvolvimento do sistema de cuidados consiste numa complexa transação entre fatores biológicos e as experiências vivenciadas pelo indivíduo. O principal objetivo deste sistema é a promoção da proximidade pais-filhos, com a função biológica adjacente de proteção (Cassidy, 2000;George & Solomon, 2008). George e Solomon (2008) definiram o sistema de cuidados como um conjunto de comportamentos parentais os quais pretendem promover a proximidade e conforto (proteção e sobrevivência da cria enquanto principal função adaptativa), nas situações em que os pais (ou seus substitutos) se apercebam que a criança esteja a vivenciar uma situação de perigo, potencial ou efetivo (e.g., separação, medos da criança, desconforto ou stress sentido pela criança). No seguimento desta situação as figuras parentais colocarão em ação diversos 235A correspondência relativa a este artigo deverá ser enviada para:
A literatura tem referido que a prematuridade do bebé gera nas mães níveis mais elevados de ansiedade, sentimentos depressivos, assim como níveis mais baixos de autoestima, comparativamente com mães de bebés de termo, o que poderá conduzir a um envolvimento emocional mais negativo com o recém-nascido. Essa vivência parece variar em função da paridade das mães (i.e., mãe pela primeira vez vs. multípara) não obstante não serem muito claras as particularidades desta variável. Este estudo teve como objetivo analisar num grupo de mães primíparas e multíparas com bebés prematuros, as associações entre o estado Psicoemocional, a Autoestima e o Bonding maternos. Participaram 50 mães (27 primíparas e 23 multíparas), com bebés pré-termo recrutados numa maternidade pública de Lisboa. Os resultados indicam que as mães multíparas apresentam níveis mais elevados de Sentimentos Depressivos expressando, também, uma maior Capacidade e Preparação Geral para a função materna. A Capacidade Geral para tratar do bebé surge associada de forma negativa com o seu estado Psicoemocional e de forma positiva com o Bonding. As associações negativas encontradas entre Ansiedade e Aceitação do bebé, e entre Estado Psicoemocional e Bonding não parecem variar em função da paridade, mostrando que os desafios se colocam a ambos os grupos de mães. Palavras-chave:Paridade, Prematuridade, Bonding, Estado psicoemocional, Autoestima materna. Introdução Nascimento e prematuridadeDiversos autores têm demonstrado o impacto que as relações pais/criança e em particular a qualidade das mesmas têm ao nível do desenvolvimento sócio-emocional e cognitivo, não só nos primeiros anos de vida como, também, ao longo do ciclo vital (Bowlby, 1998). Desta forma, não só do ponto de vista académico como, também, no âmbito do trabalho de prevenção e intervenção psicossocial com as famílias, a compreensão dos fatores protetores e de risco devem ser alvo de estudo.Neste trabalho centramo-nos nos fatores de risco, com particular saliência na prematuridade do bebé. A prematuridade (nascimento antes das 37 semanas de gestação) constitui-se hoje como a causa mais prevalente da morbilidade e mortalidade infantis nos países industrializados (WHO, 2012), contando com uma incidência mundial de 11.1% e nacional de 7.8% em 2012 (INE, 2013). A investigação em torno deste fenómeno tem procurado perceber quais as implicações que o nascimento de um bebé prematuro pode acarretar no desenvolvimento da relação e nas interações 265A correspondência relativa a este artigo deverá ser enviada para: Joana Dias Alexandre, ISCTE-IUL,
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.