Resumo Este artigo é um desdobramento do processo de pesquisa sobre a trajetória de vítimas de violência no estado do Ceará (Brasil). Seu objetivo é apresentar as narrativas sobre o sentido da participação em uma rede formada por familiares de vítimas de violência. Para tanto, vale-se da interlocução com três mulheres que são mães e tiveram seus filhos assassinados e/ou encarcerados. A Rede de Mães do Ceará surgiu em 2018 em razão da participação dessas mulheres em uma das edições do Encontro Nacional de Mães e Familiares de Vítimas do Terrorismo do Estado. Observa-se, por intermédio de seus relatos, uma teia de emoções e motivações associadas à ideia de luta por reconhecimento, memória e amor. A metodologia de coleta de dados adotada para a análise somou a realização de um grupo de discussão com as três integrantes da rede cearense a uma série de observações em campo.
A proposta se constitui em problematizar espaços sociais que encarnam e reproduzem o lugar socialmente construído da mulher atrelado às concepções de subalternização e subordinação. Diante disso, buscamos compreender como esses elementos, simultaneamente, tecem práticas e discursos desiguais, opressores e violentos, ao passo que tencionam multiplas formas de resistências cotidianas. Estes processos entrecruzam eixos estruturantes da sociedade brasileira, a saber: raça, gênero e classe social. Diante disso, apresentamos pesquisas que visam a reprodução da vida social na sociabilidade do capitalismo contemporâneo trazendo como ponto de partida produções culturais e políticas na realidade que atravessam relações de gênero. A partir das análises críticas, debatemos a construção de múltiplas resistências situadas nas trajetórias sociais de mulheres, pobres, negras e periféricas, inseridas em contextos específicos marcados pela vulnerabilidade social e diversas desigualdades.
Este trabalho aborda o estudo sobre a compreensão dos efeitos da medida socioeducativa de internação no cotidiano de jovens reincidentes no sistema socioeducativo, a partir de suas experiências neste sistema. A pesquisa fundamentou-se em uma metodologia qualitativa, a fim de reconhecer as percepções e subjetividades dos sujeitos pesquisados, utilizando estudo bibliográfico, documental e de campo. O campo de pesquisa foi o Centro Socioeducativo do Canindezinho, e sete jovens como interlocutores. Os resultados apresentam as fragilidades na efetividade da política de atendimento socioeducativo, visto que ainda predominam práticas de caráter retributivo e/ou punitivo, em detrimento do viés pedagógico e socioeducativo.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.