Resumo:A busca por construir paisagens acolhedoras em tempos de sutileza na atenção em saúde mental repousa numa escolha ética e poética de se construir uma clínica. Este artigo trata de uma pesquisa que objetivou cartografar uma clínica corporal em saúde mental que se utilizou de práticas diversas nessa perspectiva de acolhimento e sutileza, dentro de um CAPS do tipo II, em Belém, PA. Dessas práticas, no caminho metodológico que percorremos, destacamos o trabalho com Danças Circulares Sagradas (DCS) na vivência de um Grupo de Trabalho Corporal do qual participaram 14 usuários do serviço entre os anos de 2010 e 2012. Lançamos mão da observação participante e dos registros em caderno de campo para localizar destaques na intensidade dos encontros cujas experimentações com as DCS colocamos em relevo. Os resultados evidenciam que nas rodas de DCS os usuários do serviço batalharam por seu espaço, compartilharam suas histórias, cederam e demandaram, afastando-se de quaisquer estereótipos de passividade, desmotivação ou vitimização que pudessem pairar sobre eles. À guisa de uma conclusão, as DCS subscrevem a emancipação dos dançantes de funcionamentos "esperados" para a dança, em um território que se constitui pelo dançar junto e pelo fazer com o outro que enriquece a experiência e sustenta as diferenças. As DCS no cotidiano dos CAPS reafirmam que ali não é lugar da doença mental mas da saúde mental, em que o relevo é a vida e o transtorno é apenas parte da existência. As DCS configuraram-se enquanto um lugar potencial de troca. Palavras-chave: Saúde Mental, Dança, Cartografia. Cozy landscapes in a time of subtleties: Resonance of dance in a body treatment clinic in mental health careAbstract: The quest to build cozy landscapes in times of subtleties in mental health care is based on an ethical and poetic choice to build a clinic. This study deals with research aimed at the cartography of a body treatment clinic in mental health that has used various practices in this perspective of coziness and subtleties within a Psychosocial Attendance Center (PSAC) -type II in Belém, Para state, Brazil. In the methodological path we have traveled in these practices, we would like to highlight the work with Sacred Circle Dances (SCD) in the experience of a Body Work Group involving 14 service users between 2010 and 2012. We resorted to participant observation and records in field notebook to find highlights in the intensity of meetings, especially regarding the experiments with dance.The results showed that, in Sacred Circle Dances, service users battled for their spaces, shared their stories, gave in and demanded, pulling away from any stereotype of passivity, and possible lack of motivation, or victimization. Paisagens acolhedoras em um tempo de sutilezas:Ressonâncias da dança em uma clínica corporal em saúde mental 1
O objetivo do estudo é apresentar uma revisão de literatura científica, do tipo estado da arte, sobre Transfobia, Transexualidade e as intersecções com a Terapia Ocupacional. Foram incluídos estudos etnográficos, revisões da literatura, estudos de caso com a temática Transfobia e Transexualidade em português, espanhol e inglês publicados nos dez últimos anos nas bases SCIELO, BVS, Periódicos da CAPES e Lilacs. Foram selecionados 21 estudos para discussão e análise. Construíram-se reflexões sobre as problemáticas encontradas e os desafios presentes na vivência trans, bem como as lacunas envolvidas no acesso e assistência à Saúde dessa população. Como resultados, a pesquisa proporcionou uma ampliação de perspectivas em diferentes áreas do conhecimento e uma produção diversificada de saberes; observa-se escassez do número de publicações no campo da Terapia Ocupacional. Aponta-se para a importância de abrir diálogos sobre identidades, corpos, participação social e mudanças de realidades.
Introdução: Os adolescentes apresentam-se cada vez mais vulneráveis ao sofrimento psíquico. Contudo, observa-se que existem poucas pesquisas que abordam o público adolescente com transtornos mentais, enfatizando a família no processo de tratamento e cuidado à saúde mental. Objetivo: Identificar a compreensão da família sobre a adolescência, o transtorno mental e sua influência na adesão ao tratamento. Materiais e Metódos: Estudo exploratório, descritivo, qualitativo, desenvolvido no Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi), em Belém do Pará. A coleta de dados deu-se com 5 familiares de adolescentes usuários do CAPSi, através de entrevista semiestruturada. Os dados foram discutidos baseados na Análise do Conteúdo de Bardin. Resultados e Discussão: Os resultados revelaram que as famílias acompanhadas possuíam dificuldades em compreender e lidar com a adolescência e o transtorno mental, diante de estereótipos sociais. Todavia, os participantes mostram-se dispostos em buscar ajuda nos serviços de saúde mental, para prevenir consequências, como o suicídio. Além disso, relataram aderir ao tratamento, facilitando o cuidado em saúde mental, sendo também foco de cuidado. Conclusão: Considera-se que a família possui papel essencial no cuidado em saúde mental de adolescentes, sendo sua percepção importante na adesão ao tratamento, agindo assim como efetiva rede de suporte.
Este artigo objetiva descrever a compreensão de jovens universitárias de um Curso de Graduação em Terapia Ocupacional sobre a cultura do estupro e suas implicações sobre as ocupações de mulheres. Trata-se de uma investigação qualitativa, do tipo cartográfica. Participaram desta pesquisa 8 acadêmicas de Terapia Ocupacional. A coleta de dados se deu de modo online via Google Forms, com o intuito de realizar o primeiro contato com as participantes e, posteriormente, presencial, através de um grupo focal com 3 encontros. Os achados da pesquisa nos permitem compreender mais sobre a culpabilização das vítimas de estupro, além de destacar as repercussões sentidas no/pelo corpo feminino pelo nível de alerta e tensão, e a confirmação de que a cultura do estupro afeta o desempenho e engajamento de mulheres em suas ocupações.
A violência contra a mulher é qualquer ato de violência de gênero que resulte ou possa resultar em danos ou sofrimentos físicos, sexuais ou mentais para as mulheres, sendo um problema social construído ao longo dos séculos, estruturado no modelo social patriarcal e tradicional, onde o machismo se destaca. Este estudo foi realizado em 5 encontros com um grupo de 10 mulheres, acompanhadas pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) Ilka Brandão, na cidade de Belém-PA. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, do tipo cartográfica. Os achados da pesquisa nos permitem confirmar acerca da abrangência que os impactos da violência de gênero assumem sobre as histórias de vida das mulheres e suas expressividades. A Terapia Ocupacional, diante deste fenômeno, busca ofertar suporte pela escuta, acolhimento e facilitação da expressão.
O objetivo desse estudo foi investigar a prática de terapeutas ocupacionais, bem como suas abordagens e recursos utilizados na saúde mental, a partir da perspectiva dos cuidados paliativos. Esta é uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório e descritivo, realizado no segundo semestre de 2019 em Belém do Pará, Pará. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semidirigida e, para a análise, utilizou-se análise de conteúdo de Bardin. Participaram quatro terapeutas ocupacionais atuantes em um hospital de referência em emergência psiquiátrica. Emergiram quatro categorias: 1) Relação entre a abordagem dos cuidados paliativos e saúde mental; 2) Prática do terapeuta ocupacional atuante em saúde mental utilizando a abordagem dos cuidados paliativos; 3) Recursos utilizados por terapeutas ocupacionais em suas práticas no contexto da saúde mental; 4) Desafios encontrados pelo terapeuta ocupacional ao trabalhar com a abordagem dos cuidados paliativos na saúde mental. Os profissionais entrevistados já utilizavam em suas práticas no campo da Saúde Mental a abordagem dos cuidados paliativos, dispondo de diversos recursos em busca de oferecer a ampliação da qualidade de vida de seus clientes. Percebeu-se escassez de estudos sobre a temática na especificidade do campo da Terapia Ocupacional.
A Atenção Básica (AB), reconhecida porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), enfrenta importantes desafios cotidianos, dentre eles, a invisibilidade das questões de gênero e seus impactos na atenção integral. Neste artigo, propomos refletir sobre conexões entre gênero e saúde mental, especialmente acerca do enfoque da AB à saúde mental de homens, no intento de discutir aspectos que relacionam a ideia de gênero – enquanto construção histórica, psicossocial e cultural – às diferentes expressões da saúde mental e das masculinidades. A inclusão dos homens no contexto assistencial da saúde mental é uma questão a ser aprofundada e, produzir saúde nessa perspectiva, solicita a valorização do acolhimento, coresponsabilidade, resolutividade e autonomia, tecendo um agir cúmplice e compartilhado dos profissionais com a vida individual e coletiva dos usuários dos serviços.
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