Discuto resultados de pesquisa que buscou conhecer os discursos da mídia sobre paternidade e seus efeitos nos modos de subjetivação. Aqui abordo um dos enunciados identificados: a criança é um ser em desenvolvimento e por isto precisa de seu pai. Focalizo quatro aspectos: a importância da noção de desenvolvimento para a codificação da infância e o controle social de crianças e adultos; a forma como as posições de pais e mães foram sendo construídas como lugares distintos e hierarquicamente díspares; as transformações nas posições sociais de crianças e pais; a crescente primazia do saber/poder dos especialistas frente ao saber parental.
RESUMO: Neste artigo discutimos as possibilidades que a perspectiva dos Estudos Culturais abre para a pesquisa em Psicologia Social e, de forma mais específica, para a temática da paternidade. Questões relativas à construção das identidades e à importância da mídia neste processo são discutidas. A paternidade é aqui concebida como uma construção social que acompanha o caráter flexível das demais posições identitárias. A análise de um comercial de televisão é apresentada e mostra como diferentes aspectos da cultura contemporânea se atravessam e mesclam com a temática pai.PALAVRAS-CHAVES: identidades, paternidade, mídia, Estudos Culturais. THE MEANINGS OF FATHERHOOD IN THE MEDIA: A CULTURAL STUDIES PERSPECTIVEABSTRACT: In this article, we discuss the possibilities that the perspective of Cultural Studies open for the research in Social Psychology, more specifically, for the paternity´s thematic. Questions related to the identities construction and the media importance in this process are discussed. Paternity here is conceived as a social construction that follows the flexible character of other identity positions. The analysis of a television advertising is presented and shows how different aspects of the contemporary culture cross over and mix with the father´s thematic.
A escassez de discussão e de proposição de novas perspectivas para a interface psicologia/publicidade foi o mote para o trabalho teórico, prático e ético junto ao que chamamos de operadores do consumo, sistematizado em um projeto acadêmico. Neste escrito, buscamos discutir, com base na psicologia social contemporânea, questões pertinentes a essa interface levantadas ao longo do projeto. Questionamos o estatuto da comunicação na publicidade e a sua possibilidade de comunicar algo outro, de forma diversa e com outros efeitos. As análises apontaram para um distanciamento da publicidade das concepções recentes de comunicação e a necessidade do campo contemplar os sujeitos sociais tendo em vista a crescente criação de outros modos de vida.
RESUMO: Este artigo traz algumas reflexões acerca do processo de subjetivação na contemporaneidade. Discuto e problematizo aqui três pontos que considero importantes: os lugares da mídia neste processo; a prevalência, nos produtos da mídia, daquilo que se poderia chamar de representações hegemônicas, as implicações disso e a necessidade de se trabalhar pensando nas diferenças; por fim, o espaço que a Psicologia tem ocupado na produção das subjetividades e a possibilidade de uma outra Psicologia. PALAVRAS-CHAVE: mídia; discurso; modos de subjetivação; diferenças; Psicologia. SUBJECTIVATION AS CULTURAL PRODUCTION: BUILDING ANOTHER PSYCHOLOGYABSTRACT: This article brings some reflections regarding the subjetivation process in the contemporary world. Here I argue and debate three points that I consider important: the roles of the media in this process; the prevalence, in the products of the media, of what could be called hegemonic representations, its implications, and the needing of working thinking about the differences. Finally, the space that Psychology has occupied in subjectivity production and the possibility of another Psychology. KEYWORDS: media; discourses; subjectivation ways; differences; Psychology. Mídia e Produção de Modos de SubjetivaçãoAs análises da contemporaneidade dificilmente deixam de apontar o boom das tecnologias da comunicação e a centralidade que os produtos midiáticos adquiriram em nosso tempo. Acreditando que a mídia é uma das instâncias sociais importantes para o processo de subjetivação, em minha Tese (Hennigen, 2004), analisei materiais de televisão, jornais e revistas para conhecer os discursos sobre a paternidade e refletir acerca da sua implicação na constituição subjetiva. Neste artigo, empreendo uma discussão teórica do tema mídia e subjetivação, ressaltando o fato de que ela oferece, predominantemente, representações hegemônicas como mote para problematizar a questão das diferenças e a forma como a Psicologia tem contribuído para que certos "modelos de ser" sejam produzidos e circulem socialmente.Na contemporaneidade, propõe Veiga-Neto (2003) com base na leitura deleuziana de Foucault, está processando-se uma mudança social importante: estamos sendo menos uma sociedade disciplinar e mais uma sociedade de controle:Uma das conseqüências mais marcantes de tal mudança se manifesta nas formas pelas quais nos subjetivamos: de uma subjetivação em que a disciplinaridade é central (...) está-se passando para uma subjetivação aberta e continuada -na qual o que mais conta são os fluxos permanentes que, espalhando-se por todas as práticas e instâncias sociais, nos ativam, nos fazem participar e nos mantém sob controle (p.140).Os modos de ser não se engendram mais predominantemente a partir de instituições específicas, como escola e família, mas a partir de dispositivos dispersos no tecido social. As estratégias e técnicas de governo, por seu caráter sutil, indireto e plural, subjetivam-nos sem que nos apercebamos da sua atuação.Neste sentido, as articulações entre cultura, discurso e produç...
RESUMO Em face da ausência de estudos no campo da Psicologia Social sobre o tema, desenvolvemos uma pesquisa exploratória que objetivou conhecer as implicações subjetivas da situação de superendividamento do consumidor. Entrevistamos 24 consumidores que, estando nessa condição, aderiram a um projeto do judiciário gaúcho que propõe a conciliação paraprocessual com os credores; realizamos a análise do material obtido nas entrevistas em consonância com a metodologia da análise de discurso. Dois aspectos interligados que se evidenciaram-a individualização e a dimensão moralizante do superendividamento, que acarretam considerável sofrimento psíquico aos sujeitos-são discutidos e problematizados aqui a luz da perspectiva foucaultiana e das proposições de Nietzsche sobre a moral. Indicamos a necessidade de políticas públicas e estratégias de enfrentamento que considerem a complexidade da situação. Palavras-chaves: superendividamento, subjetivação, moral, consumo, crédito.
ResumoO presente artigo busca debruçar-se sobre o modo como as redes digitais vêm, atreladas a tantos sonhos e expectativas, diluindo-se discursivamente no tecido social a ponto de se constituírem enquanto um possível local de veridicção no contemporâneo. Para tal, uma série de incitamentos publicitários à conexão digital será tomada como campo de investigação empírica. O objetivo desta empreitada é problematizar certa concepção de rede que, ao contrário de teoricamente compor uma zona horizontal, abre-se à materialidade como uma instância atravessada por relações de poder e, portanto, produtora de desnivelamentos e conflitos. palavras-chave: redes digitais; relações de poder; mercado; neoliberalismo. ResumenEl presente artículo discute el modo como las redes digitales vienen, atrailladas a tantos sueños y expectativas, se diluyendo discursivamente en el tejido social al punto de se constituyeren en cuanto un posible local de veridicción en el contemporáneo. Para tal, una serie de incitamientos publicitarios a la conexión digital será tomada como campo de investigación empírica. El objetivo de este proyecto es problematizar una cierta concepción de red que, al contrario de teóricamente constituir una zona horizontal, abre-se a la materialidad como una instancia atravesada por relaciones de poder e, por lo tanto, productora de desnivelamientos y conflictos. palabras clave: redes digitales; relaciones de poder; mercado; neoliberalismo. abstRactThis article aims to understand how the digital networks, tied to so many dreams and expectations, have been diluting themselves discursively in the social fabric to the point of constituting themselves as a possible place of veridiction in the contemporary. To this end, a number of advertising incitements to digital connection will be taken as a empirical field of research. The goal of this endeavor is to discuss a certain conception of network that, instead of constituting a theoretically horizontal zone, opens itself to materiality as an instance traversed by power relationships and, thus, as a producer of unevenness and conflicts.
Neste artigo discutimos a importância da ambiência midiática e publicitária para a composição de sentidos em torno do corpo. Tal atividade simbólica evidencia-se enquanto um lugar privilegiado de construção do sujeito moderno, ao dispor seus traços significantes relacionados à corporeidade, em convidativas negociações dos limites na constituição, reativa, dos sentidos relacionados ao corpo: disposições que orientam os processos de subjetivação, em ciclos de caracterizações provisórias. Articulamos questões em torno da relação corpo/discurso/subjetividade, tramando um diálogo entre pensadores oriundos de diferentes campos, partindo deste lugar ocupado pelo corpo como convocado para consumos, nas emanações sutis do discurso publicitário. Nesse sentido, refletimos sobre a dinâmica dos jogos de verdade, das técnicas de si contemporâneas, enquanto propõem a experiência de um cuidado e de uma liberdade de escolhas relacionados à segurança ontológica, muitas vezes em vista da coerência e aceitabilidade social.
Resumo Este estudo analisa marcadores sociais de diferença como vetores de produção de si na prostituição entre homens. Para tanto, realizou-se um processo etnográfico por três espaços (Rua, Bar e Sauna) da cidade de Porto Alegre, Brasil, nos quais foram feitos diários de campo e entrevistas narrativas. Contando, em termos analíticos, com propostas de análise discursiva e de perspectivas interseccionais, esta investigação mostra que marcadores sociais como território, geração, gênero e sexualidade se relacionam intrinsecamente com a expressão de formas de valorização e desvalorização na prostituição. Situando os sujeitos em posições diferentes de possibilidade de agência, estes marcadores compõem espaços existenciais economicamente estratégicos.
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