O presente artigo apresenta os saberes tradicionais e as práticas culturais associadas à atividade da caça desenvolvida pelo povo Kaiowá da aldeia Pirakua, município de Bela Vista, Mato Grosso do Sul. O texto se desenvolve a partir de uma perspectiva etnográfica e a metodologia de pesquisa se pautou na participação observante, aliada à técnica de entrevistas abertas, onde foram registrados aspectos relativos às práticas de caça, as cosmologias, os rituais e o processo de formação dos caçadores, a partir dos princípios da cultura Kaiowá. A caça representa papel vital na soberania e segurança alimentar das famílias indígenas, sendo o kurei (cateto) (Dicotyles tajacu) o animal mais comum de caça e a carne de mborevi (anta) (Tapirus terrestris) a favorita, tanto para a alimentação no dia-a-dia como para as festas e rituais. É importante considerar que a caça representa um universo que envolve questões de ordem material e simbólica, de forma que processos de recepção e compartilhamento de conhecimento ocorrem entre as gerações, sendo de fundamental importância na cultura e na vida do povo Kaiowá.
Medicinal plants of the kaiowá and guarani peoples as a possible complementary practice in treating the symptoms of Covid-19: traditional knowledge as a weapon against the pandemic
Os povos guarani e kaiowá travam, no centro oeste do Brasil, uma batalha contra o roubo de suas terras tradicionais pelo agronegócio que é imperante na região, fazendo com que a luta em defesa de seus territórios seja marcada por estratégias complexas baseada na valorização de seus conhecimentos tradicionais. Com base na análise da literatura disponível, realizamos uma leitura crítica das evidências disponíveis para fornecer um bom cenário dos estudos etnobotânicos para com esses povos, e assim confeccionamos uma matriz de dados com informações sobre as espécies encontradas. Encontramos sete trabalhos sobre plantas medicinais utilizadas por esses povos, com um total de 209 espécies de plantas, incluídas em 175 gêneros e 73 famílias. Concluímos que, apesar da importância desse tema para esses povos, não há grande número de estudos etnobotânicos disponíveis, sendo necessário organizar esforços para preencher lacunas em diferentes áreas do conhecimento e aperfeiçoar a busca por estratégias que possibilitem aos guarani e kaiowá a existência a partir de um modo de vida específico, que respeita as florestas, as águas, as terras e os demais seres vivos.
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