Apresentamos, neste artigo, resultados de uma investigação que buscou compreender o envolvimento de dois alunos, integrantes de um grupo, em uma atividade de modelagem matemática, a partir da relação que eles estabelecem com o saber matemático. Apoiadas no referencial teórico de Bernard Charlot, da relação com o saber, e utilizando uma abordagem qualitativa, analisamos três episódios em que o grupo está desenvolvendo um projeto de modelagem matemática. Além dos episódios, entrevistas possibilitaram entender aspectos referentes ao envolvimento dos alunos. Nossa análise deu origem à construção do conceito de possibilidades de ação. Como resultado, percebemos que a relação de cada aluno com a Matemática desempenha um papel decisivo em suas possibilidades de ação e que seu envolvimento em atividades de modelagem pode ser compreendido não apenas como as ações efetivamente realizadas, mas também como aspossibilidades de ação vislumbradas por eles.
O objetivo do artigo é compreender como um grupo de estudantes transformou um projeto de Modelagem em um modelo semelhante a um exercício de matemática. A análise das ações dos estudantes é realizada usando a Teoria Histórico-Cultural da Atividade. Os sujeitos são estudantes de uma turma de 3º Ano do curso Técnico Integrado ao Ensino Médio em Meio Ambiente, do Instituto Federal de Minas Gerais, do campus de Governador Valadares. O estudo é de natureza qualitativa e os dados analisados são oriundos de observações participante, do relatório escrito e da apresentação do grupo para a turma. A partir da análise dos dados, é possível compreender que no resultado do projeto de Modelagem prevaleceram as regras historicamente validadas em uma atividade de matemática, mas que essas foram confrontadas no decorrer do desenvolvimento do projeto com as regras específicas de um ambiente de aprendizagem de Modelagem. Os resultados indicam a importância da explicitação e problematização das regras de ambientes de aprendizagem de Modelagem para a inserção de atividades dessa natureza em sala de aula e a pertinência de se conhecer as potencialidade e especificidades da Modelagem em cursos técnicos.
Neste artigo, busco compreender as relações de poder que se constituíram a partir da escolha do tema de um projeto de Modelagem. O estudo se fundamenta na abordagem teórica da Educação Matemática Crítica e na Teoria Histórico-Cultural da Atividade. Os sujeitos da pesquisa são estudantes de uma turma de 3º Ano do curso Técnico Integrado ao Ensino Médio em Meio Ambiente, do Instituto Federal de Minas Gerais, campus Governador Valadares. O estudo é de natureza qualitativa e foram desenvolvidas observações participante e uma entrevista em grupo. A partir da análise dos dados, é possível compreender que a escolha do tema pelos estudantes pode favorecer preestabelecer relações hierarquicamente desiguais entre os estudantes, distanciando, dessa maneira, da proposta de se constituir relações democráticas em sala de aula.
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