Resumo Este ensaio pretende abordar o enfoque preemptivo no campo das práticas preventivas em saúde, espe cialmente quanto à ideia de ataque antecipatório no enfrentamento dos riscos que nos ameaçam. Há perspectivas que apontam para uma suposta imprecisão teórica do conceito "medicalização". Mesmo sendo este ponto de vista passível de dis cussões, propomos a expressão "terapeuticalização" para designar práticas relacionadas ao cuidado em saúde, com especial ênfase nas tecnologias de au tomonitoramento da saúde que coletam dados que permitem às pessoas um esquadrinhamento cons tante de funções biológicas como forma somática de produção de subjetividade. Parece haver uma abrangência que está se ampliando gradualmente para o uso de automonitoramento, que provavelmen te deve se expandir, na medida em que um crescente número de organizações e instâncias se dê conta do potencial dos dados produzidos a partir dessas práticas. O automonitoramento pode ser visto como uma estratégia biopolítica utilitarista que coloca o "si mesmo liberal" como um cidadão responsável, com vontade e capacidade de tomar cuidado de si, de sua felicidade, de seus autointeresses.
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