Esta pesquisa analisa as narrativas autobiográficas de três mulheres de uma comunidade pobre próxima a Fortaleza que se formou a partir de mutirão. O objetivo é compreender o modo como produzem sentido sobre si mediante a construção de enredos. As autobiografias são estudadas em seus elementos referenciais ("o que" elas contam), textuais ("como" elas contam) e performativos (o que as narradoras "fazem" ao contar para outra pessoa sua história). No aspecto referencial, as histórias comunicam a trajetória de sofrimento precoce e contínuo associada às condições de classe social (pobreza e trabalho precarizado), de gênero (vulnerabilidade da mulher, especialmente na relação conjugal) e questões geracionais (a difícil educação dos filhos). Em termos textuais, as histórias tendem a explorar os momentos regressivos (Gergen & Gergen, 1986). No aspecto performativo, as narradoras fazem uso terapêutico da entrevista, solicitando apoio e reivindicando retoricamente uma imagem positiva de si a partir da polaridade "frágil-forte".
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