Foram identificados os sorovares de Salmonella isolados de materiais avícolas, provenientes de diferentes áreas· geográficas, durante o período de 1994 a 1999. Isolaram-se 73 sorovares no total, com reconhecimento de 21 sorovares diferentes, distribuídos em nove sorogrupos. O sorovar de maior incidência com 46,52% foi o enteritidis, proveniente de órgãos de frangos de corte, poedeiras e matrizes pesadas, embora não tenha sido isolado de ração, cama e nas farinhas de carne, de vísceras ou de peixe. O segundo sorovar de maior incidência foi o anatum com 6,84%, sendo que 80% do seu isolamento ocorreu em farinha de carne. AS. pullorum representou 2,73% dos isolamentos, ocorridos 100% em poedeiras vermelhas, confirmando sua maior susceptibilidade em relação à infecção por este sorovar. Frango de corte e farinha de carne foram os materiais analisados em que mais se encontraram Salmonella spp., com 41,09 e 30,13%, respectivamente, dos diferentes sorovares. Entre os sorovares isolados de frangos de corte, 83,34% corresponderam ao enteriridis, enquanto em farinha de carne este mesmo sorovar não foi detectado. A área geográfica responsável pelo maior isolamento de Salmonella spp. foi o Estado de São Paulo com 82,19%, seguido seqüencialmente pelo Estado do Maranhão com 8,21 %. O Estado de São Paulo foi responsável por 79,41% do isolamento de S. enteritidis. Apesar de o sorogrupo 0:9,12 apresentar o maior número de isolamentos justamente por nele estar inserido o sorovar de maior prevalência, o enteritidis, foi o sorogrupo 0:6,7 que apresentou a maior variação de sorovares. Demonstramos a importância do rastreamento epidemiológico da Salmonella em relação a indústria avícola, em virtude da importante posição das aves dentro da cadeia alimentar e do ciclo de propagação desta bactéria, envolvendo não só a sanidade avícola, mas também a saúde pública.
Avaliou-se a contaminação da casca e do conteúdo interno de ovos inoculados com Salmonella enterica sorovar enteritidis fagotipo 4, lavados com água de torneira (AT) ou solução de amônia quaternária (AQ) e armazenados a 8ºC e 25ºC. Duzentos e cinqüenta e dois ovos foram divididos em três grupos. Os tratamentos de cada grupo consistiram de imersão em AT, AQ a 25ºC e a 43ºC. Após a secagem natural, todos os grupos foram contaminados com solução de S. enteritidis. Seguindo-se a contaminação, cada grupo tratado foi estocado a 8ºC ou 25ºC, e a presença de S. enteritidis na casca e no conteúdo interno foi avaliada após zero, 24, 96 e 168 horas. A sanitização com AQ mostrou-se eficiente na redução de S. enteritidis nas cascas dos ovos. O armazenamento dos ovos a 8ºC demonstrou ser preponderante na redução e na ausência de S. enteritidis na casca. Nos ovos lavados com AT, o armazenamento a 25ºC permitiu a permanência da bactéria nas cascas até 168 horas. Não se detectou S. enteritidis no conteúdo interno dos ovos em nenhum dos grupos.
Nesse artigo, revisam-se os usos de probióticos e prebióticos na avicultura industrial. A importância dos alimentos funcionais que ganham espaço dia a dia, é abordada através da composição e atividade da microbiota intestinal normal das aves, do mecanismo de ação dos probióticos e prebióticos e dos seus benefícios à avicultura. Alimentos funcionais tendem a substituir paulatinamente os já tradicionais promotores de crescimento, reduzindo-se os custos de produção e proporcionando ao consumidor produtos avícolas de melhor qualidade.
Pintos de corte com um dia de idade foram tratados com microbiota cecal cultivada em condição de aerobiose, nos tempos de congelamento de 90, 200, 290 e 360 dias, e associada aos crioprotetores sacarose, trealose, dimetilsulfóxido (DMSO) e glicerol. Posteriormente as aves foram desafiadas com Salmonella Enteritidis, visando determinar a eficácia dos tratamentos em relação à quantidade de bactérias viáveis da microbiota que foi maior aos 90 dias (10,58 Log10 UFC/ml), quando as aves foram tratadas com sacarose, e menor aos 290 dias, quando tratadas com glicerol (7,73 Log10 UFC/ml). No tempo zero, todas as aves apresentaram Salmonella (100%) quando tratadas com DMSO e glicerol, com colonização cecal de 4,9 e 5,2 Log10 UFC/g do conteúdo cecal, respectivamente; aos 360 dias nenhuma ave foi infectada, independente do tratamento. A microbiota cecal, independente de tratamento, sempre determinou menor quantidade de S. Enteritidis em qualquer um dos parâmetros pesquisados, quando comparada com a das aves não tratadas. O congelamento em nitrogênio líquido foi eficaz na manutenção da viabilidade da microbiota cecal até 360 dias.
Avaliou-se o efeito da vacina contra coccidiose sobre a habilidade da microbiota cecal anaeróbia (MCA), administrada por diferentes vias (aves tratadas), em proteger pintos de corte da colonização por Salmonella enteritidis (Se). Utilizaram-se 120 aves assim divididas: grupo A, pulverização de MCA em aves vacinadas contra coccidiose e desafiadas com Se, grupo B, inoculação endoesofágica de MCA em aves vacinadas e desafiadas, grupo C, MCA na água de bebida de aves vacinadas e desafiadas, grupo D, aves não tratadas, vacinadas e desafiadas, grupo E, aves não tratadas, não vacinadas e desafiadas e, grupo F, aves não tratadas, não vacinadas e não desafiadas (controle negativo). Utilizaram-se como parâmetros a colonização do trato digestivo por Se e sua presença nas fezes, bem como o peso corporal das aves, avaliados aos dois, sete e 12 dias após o desafio. Nas aves tratadas com MCA, especialmente por meio de pulverização e inoculação endoesofágica, a colonização do ceco por Se e sua presença nas fezes foram menores, mostrando que a ação da MCA contra a colonização de ceco e excreção fecal não foi afetada pelo uso da vacina contra coccidiose em pintos de corte e que a associação MCA/vacina contra coccidiose pode ser utilizada sem que haja comprometimento na eficácia da MCA. Nos grupos que não receberam MCA, vacinados ou não contra coccidiose, houve aumento da colonização cecal, bem como excreção fecal da amostra desafio. O ceco foi o local de maior presença e persistência da Se. O resultado de administração de MCA pela água de bebida não foi tão eficiente, mas somente este tratamento resultou em peso corporal das aves significativamente superior ao das aves do grupo não tratado, não vacinado e desafiado, indicando que a presença de salmonelas paratifóides não interfere na produtividade de frangos de corte. Não se observou diferença no peso das aves dos grupos D (vacinados contra coccidiose) e E (não vacinadas) desafiadas com Se, demonstrando que a vacina não influenciou negativamente o ganho de peso das aves desafiadas com Salmonela enteriditis.
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