O artigo discute uma proposta de formação de professores para a Educação Básica, centrada na chamada Pedagogia das Diferenças, e destaca os principais sentidos construídos e trazidos à tona nesse processo de ensino-aprendizagem, em tempos de militarização do ensino no Brasil. O trabalho caracteriza-se como um relato de experiência em que são retomadas as memórias e reflexões de estudantes de licenciatura sobre seus percursos em estágios supervisionados. Diante desse contexto, os principais resultados evidenciam que alguns movimentos de (re) invenção da escola e do currículo tornam-se possíveis pelo agenciamento de desejos dos que fazem a escola e dos que nela irão atuar profissionalmente, em direção à assunção das diferenças como modo de resistência às necropolíticas.
Essa pesquisa busca compreender como são formadas as noções de gênero em dois terreiros de candomblé situados nas cidades de Campinas e São Paulo. Ao acompanhar etnograficamente as dimensões da divisão do trabalho realizado antes das festas públicas e a indumentária ritual no que concerne seu potencial generificador, busca-se compreender como se produzem essas noções de gênero e como se constroem espaços e atividades que são generificados ao mesmo tempo em que generificam. Também é escopo dessa pesquisa como o povo-de-santo concebe a presença de pessoas trans*, nos terreiros e a, consequente, discussão acerca da imagem dos terreiros enquanto espaços historicamente qualificados como acolhedores de populações marginalizadas tais quais as LGBTQI.
ResumoO objetivo principal deste trabalho é realizar um estudo exploratório-comparativo a respeito da forma como se dão as relações raciais em terreiros de Candomblé instalados nos municípios de Campinas. É interessante analisar e investigar a predominância de adeptos brancos no Candomblé campineiro, bem como observar se esse fato altera (e se sim, como) a organização e referências religiosas da construção do candomblé no contexto de Campinas. Palavras-chave Religiões Afro-brasileiras, Candomblé, Relações RaciaisIntrodução O Candomblé é uma religião que se universalizou nas últimas décadas, expandiu seu território de abrangência, diversificou seus adeptos e adaptou-se às mudanças pelas quais a sociedade brasileira passou. Em Campinas o Candomblé se constitui de maneira diferente de outras cidades, é majoritariamente branco e de Nação Angola, contrariando a tendência de outros lugares em que há predominância do Candomblé de Nação Ketu.Tenho como referência as reflexões possíveis através da análise de Amaral e Silva (1993) sobre a diferença entre Candomblés de brancos e de negros, em que é notado que os considerados brancos teriam a possibilidade de ascender através de sua condição econômica e social prestigiosa, contornando assim a rígida hierarquia religiosa que e possível observar no Candomblé, gerando, dessa maneira, uma relação entre os adeptos brancos e negros marcada por uma desigualdade notável.Assim, partindo da ideia de "raça" enquanto construto social que (con)figura relações sociais e, consequentemente, repensando a visão de "raça" como uma categoria que mobiliza discursos sobre bases biológicas e a existência de um caráter inato, assim como a ideia de uma democracia racial operante no páis, o trabalho se propõe a analisar as particularidades do Candomblé campineiro focando-se na "raça" de seus adeptos e investigando as possíveis reinvenções que esse indicador social possa ter acarretado no Candomblé campineiro. Resultados e DiscussãoSeguindo o mapeamento feito por Previtalli (2006), criou-se uma ideia do circuito social dos terreiros de Candomblé de Campinas e foi ele que guiou a escolha para os terreiros que serviriam de base de observação para os propósitos de investigação dessa pesquisa.Foram realizadas entrevistas com os pais e mães de santo, assim como participação nos rituais públicos do Candomblé, os quais o povo de santo chama de festas ou toques. Em ambos foi possível observar as relações sociais entre os filhos de santo e entre esses e seus sacerdotes.Os primeiros resultados obtidos de uma análise inicial são no sentido de observar que raça não pode ser pensada apartada de outros marcadores sociais. Nos estudos das relações raciais engendrados no Brasil, classicamente a ideia de raça é associada à classe, e os contatos entre negros e brancos são, no mais das vezes, pensados nessa chave analítica. Entretanto, no Candomblé é sugerido não só pelo trabalho de campo realizado para essa pesquisa, mas também corroborando o que outros autores já haviam assinalado, que além de classe, gênero também se...
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