investigaram-se as relações de poder entre humanos e animais na experimentação científica testando a hipótese de que certos conceitos, como disciplina, biopolítica e dispositivo, podem ser úteis para pensar a realidade de animais e humanos no contexto do laboratório. Partiu-se da premissa de que os poderes são mais sutis do que explicitamente violentos. Por um lado, validou-se a hipótese por meio da análise de grupo focal online da fala de docentes, pós-graduandos e bioteristas. Por outro, a presente pesquisa evidenciou também a importância dos afetos, da noção de responsabilidade e do cuidado. Delineia-se, portanto, uma relação humano-animal constituída pela ambivalência: saberes e práticas instrumentais, de um lado, cuidado, afeto e emoções, de outro. Assim, os animais são seres de ontologia dupla, pois são objetos (devem ser estudados) e sujeitos (devem ser respeitados). A partir dessa ambivalência, discute-se o dispositivo cobaia, um conjunto de discursos e práticas que envolvem tanto instrumentalidade quanto afetividade, e que, através de suas técnicas, transforma os animais em “cobaias”. Defende-se que essa ambivalência, por mais que seja importante para manter o animal no lugar subalterno de cobaia, também apresenta um potencial de criar outros modos de relação, outros modos de experimentar que fogem do dispositivo, isto é, que fogem da lógica sacrificial de produzir vidas dóceis e matáveis.
Partiendo de conceptos propuestos por Michel Foucault y Giorgio Agamben, como biopolítica, disciplina, soberanía y vida desnuda, realizamos una discusión sobre los conflictos de intereses existentes en la relación humano-animal, y apostamos por la biopolítica como una de sus claves de lectura. La hipótesis es que las referencias biopolíticas pueden enriquecer la discusión sobre las relaciones humano-animal, la ética animal y la bioética. A partir de una revisión bibliográfica exploratoria, planteamos varios trabajos que señalan que, por un lado, la biopolítica no es una forma exclusiva de gobernar la vida humana, sino que se extiende a toda una serie de seres vivos: desde ratones de laboratorio hasta vacas lecheras; por otro lado, si los animales están inmersos en el paradigma de aumentar la vida, sus cuerpos y vidas también están expuestos al poder soberano. Entonces tenemos producción, administración y disciplina, pero también tenemos vida, soberanía y muerte sin asesinato. Los animales fluctúan, al menos en algunas relaciones, entre vidas dóciles y vidas que se pueden matar.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.