Entre os séculos XVI e XVIII assinalou-se, no litoral brasileiro e na Amazônia, a presença dos pajés na solução dos problemas, nos quais a cura das doenças era apenas um dos itens. As leis coloniais foram feitas para que a conquista fosse legalizada, e desde os primeiros contatos mais duradouros, missionários e colonos identificaram o pajé como importante empecilho às mudanças propostas. Assim, os poderes eclesiástico e laico investiram, tanto na Colônia como no Império e na República, para a destruição física e moral dos pajés. As transformações étnicas e lingüísticas que determinaram o desaparecimento de centenas de línguas continuam dificultando uma melhor caracterização do pajé. Sob a influência dos especialistas europeus, ele tem sido confundido com o xamã asiático. Mas o pajé se reconstruiu e sobreviveu. Especificamente no alto rio Negro, apesar de a presença dos missionários salesianos ter provocado violentas transformações, ainda hoje os pajés continuam exercendo os seus poderes.
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