RESUMO:As hérnias perineais primárias resultam de um defeito no assoalho pélvico que permite a passagem de conteúdo abdominal para a região pelve-perineal. É uma enfermidade rara, tendo sido descritos menos de cem casos até hoje. Apresentamos o caso de uma paciente jovem com queixa recente de tumoração glútea dolorosa que, mesmo após o exame físico e tomográfico, não teve sua etiologia esclarecida. Foi então submetida à ressecção cirúrgica da lesão via perineal, quando se confirmou tratarse de saco herniário isquiorretal esquerdo transpondo defeito no músculo elevador do ânus. Evoluiu sem intercorrências no pós-operatório e sem indícios de recidiva.Descritores: Hérnia perineal; hérnia pélvica; hérnia isquiorretal; hérnia congênita; hérnia pudenda. INTRODUÇÃOHérnia perineal primária, também denominada de hérnia pélvica, isquiorretal, pudenda e do fundo de saco de Douglas, foi descrita inicialmente por Garengeot em 1736 e resulta da formação espontânea de um defeito na musculatura do assoalho pélvico com consequente herniação do conteúdo peritoneal 1,2 .Devido a sua raridade e às diversas formas de apresentação e tratamento, relatamos um caso desta enfermidade, com uma breve revisão da literatura. RELATO DO CASOMulher de 32 anos, multípara (três partos normais), há três meses com tumoração dolorosa em nádega esquerda, associada a relato de drenagem de abscesso nesta região há dois anos. O exame proctológico revelou abaulamento em reto e canal anal, extendendo-se ao períneo e nádega esquerdos, de aproximadamente 10 cm de diâmetro, consistência cística e sem sinais flogísticos. CT pélvica evidenciou coleção homogênea, contornos regulares, limites bem definidos, comprimindo a parede póstero-lateral esquerda do reto, deslocando anteriormente bexiga e vagina e estendendo-se para fossa isquiorretal homolateral (Figura 1).Submetida a tratamento cirúrgico via perineal, através de uma incisão longitudinal na região glútea es-
RESUMO: O estudo pré-operatório do cólon para fechamento de colostomias em alça devido a trauma ainda é controverso. A pesquisa de alterações anatômicas pós-traumáticas do cólon entra em conflito com os custos, o desconforto e a morbidade dos exames. Objetivo: avaliar o fechamento de colostomia em alça, sem estudo pré operatório do cólon Método: foram analisados 51 pacientes do sexo masculino, no período de janeiro a junho de 2005, portadores de colostomia em alça confeccionada após traumatismo. Todos foram submetidos a fechamento de colostomia sem estudo do cólon, seja por colonoscopia ou enema opaco. Resultados: a média de idade foi de 26,5 anos. O tempo de permanência da colostomia foi, em média, 42,2 meses, sendo o flanco esquerdo a localização mais comum (66,7%). Houve 16 casos (31,4%) de hérnia para-colostômica e 14 casos (27,5%) de procidência de colostomia. A morbidade foi de 13,7% e mortalidade ausente. As complicações mais freqüentes foram hematoma (7,8%) e infecção (3,9%) de ferida operatória e um caso de deiscência de anastomose (1,9%). Conclusão: não é necessário o estudo do cólon pré-operatório de forma rotineira no paciente portador de colostomia em alça, após lesão traumática. Descritores: Fechamento de colostomia, colostomia em alça, enema opaco, colonoscopia. É NECESSÁRIO O ESTUDO DO CÓLON NO FECHAMENTO DE COLOSTOMIAS?Trabalho
RESUMO: Os tumores carcinóides são neoplasias derivadas das glândulas de RELATO DO CASOJ.B, masculino, 43 anos, pardo, há 18 meses com prurido anal. O exame proctológico evidenciou lesão polipóide de 0,5 cm de diâmetro a sete centímetros da borda anal em parede anterior. A colonoscopia foi normal, sendo realizada, no mesmo ato, a polipectomia endoscópica (figura 1). O diagnóstico histo-patológico e imunohistoquímico, com citoqueratina 8 e 18 e cromogranina A, foi de tumor carcinóide bem diferenciado (figuras 2 e 3). Foi realizado estadiamento clínico com radiografia de tórax e TC de abdome e pelve que foram normais. Como complementação terapêutica, foi realizada ressecção endoanal da área de escara da polipectomia prévia, com exame histo-patológico demonstrando ausência de lesão residual.O paciente encontra-se em acompanhamento ambulatorial há 4 meses sem indícios de recidiva. DISCUSSÃOA incidência de tumor carcinóide retal é de cerca de 0,04% dos exames proctológicos, representando 1,3% de todos os tumores retais 1,2 . A localização retal do tumor carcinóide é a terceira mais comum no trato gastrintestinal, geralmente localizando-se de 4 a 13 cm da linha pectínea 1,2 . Há discreta predominância no sexo masculino, sobretudo entre a quinta e sétima décadas de vida [1][2][3] . Na metade dos casos o diagnóstico é um achado do exame proctológico; no entanto, podem ocorrer dor local, prurido anal, puxo, tenesmo e sangramento, a depender da localização, tamanho ou presença de ulceração da lesão [1][2][3]5 . As formas mais comuns de apresentação são ulceração ou nódulo submucoso de aspecto mamelonado; no entanto, podem surgir como simples pólipos ou tumorações indistinguíveis de adenocarcinoma 1 . Existe neoplasia sincrônica entre 7 e 32% dos pacientes e multicentricidade, variando de 0 a 3% 2 . Já as metástases ocorrem em cerca de 3% dos casos de tumores menores que 1 cm, 11% naqueles entre 1 e 2 cm e 74% nos maiores que 2 cm. A síndrome carcinóide (rash cutâneo, diarréia, hepatomegalia, lesões cardíacas e asma) é rara em se tratando de tumores retais 1,2,4,5 . O tratamento é baseado no tamanho da lesão, na presença de invasão da muscular própria ou de doença disseminada [1][2][3][4][5][6][7][8] . Para lesões com menos de 1 cm, a excisão endoanal é o tratamento mais adequado, já que a polipectomia endoscópica apresenta uma alta freqüência de recidiva quando não se utiliza a ultrassonografia endoscópica no estadiamento prévio da lesão [6][7][8] . Naqueles maiores que 2 cm, as ressecções retais estão indicadas e as lesões entre 1 e 2 cm devem ser tratadas de acordo com a presença ou não de invasão da muscular própria [1][2][3][6][7][8] . A sobrevida em 5 anos é de 81 a 92% nos doentes sem doença metastática, de 44 a 47% naqueles com comprometimento linfonodal e de 7 a 18% nos doentes com metástase à distância 2,3 . Figura 3 -Estudo imunohistoquímico cromogranina (40 x). Figura 2 -Coloração HE (40 x).ABSTRACT: Carcinoid tumors are neoplasms that arise from the Lieberkühn glands of the gastrointestinal tract, most freque...
RESUMO: O Carcinoma Espinocelular deReto é entidade extremamente rara e seu comportamento biológico permanece desconhecido. O tratamento pode variar entre radio e quimioterapia isoladamente ou complementar ao tratamento cirúrgico. Relatamos caso de carcinoma espinocelular de reto superior, tratado com radio e quimioterapia, com regressão total da lesão. Descritores INTRODUÇÃOO Carcinoma Espinocelular (CEC) de reto é extremamente raro, sendo a incidência estimada entre 0,002 e 1% dos tumores malignos colorretais 1 . Sua patogênese não está esclarecida e há algumas teorias para explicar sua etiologia 2 .As manifestações clínicas são semelhantes às do adenocarcinoma, assim como o prognóstico, principalmente quando os linfonodos são negativos. Quando estes estão comprometidos, o prognóstico é pior 3 .A cirurgia como tratamento e a radio e quimioterapia primárias ou adjuvante não estão bem definidas devido a raridade desta entidade 4,5 .O objetivo deste estudo é relatar um caso de CEC de reto superior tratado exclusivamente com radio e quimioterapia e apresentar revisão da literatura. RELATO DO CASOM.H., 50 anos, masculino, há quatro meses com alteração do hábito intestinal de uma vez ao dia para uma vez a cada dois ou três dias, associada a fezes em cíbalos, puxo, tenesmo e hematoquezia. Ao exame proctológico verificou-se lesão vegetante, friável e sangrante de reto localizada em parede ântero-lateral direita, entre 10 e 13cm da borda anal, pérvia. O estudo colonoscópico revelou-se normal até o ceco e confirmou a lesão previamente descrita, submetida à biópsia (Figura 1).A anatomia patológica demonstrou tratar-se de carcinoma espinocelular pouco diferenciado, exame este repetido e confirmado (Figura 2).
Os sarcomas são neoplasias que se originam das células mesenquimais primitivas, sendo raros na região anorretal. O objetivo é relatar um caso de sarcoma sinovial anorretal, neoplasia extremamente rara nesta localização. É descrito o caso de uma paciente de 77 anos que apresentava nodulação anal dolorosa e sangrante às evacuações, associada a puxo, tenesmo e perda ponderal. A lesão foi biopsiada e o estudo imunohistoquímico evidenciou sarcoma sinovial anorretal. A paciente foi submetida a amputação abdomino-perineal do reto, encontra-se assintomática, sem sinais de recidiva e em seguimento ambulatorial.
Originated from mesenchymal cells, the sarcoma is rare in the anorectal area. The authors report a case of anorectal sinovial sarcoma, extremely rare in this location with no previous reports on literature. It's described a case of a 77 years old patient presenting an anal tumor, associated to pain, bleeding, tenesmus and weight loss. A synovial sarcoma was diagnosed after biopsy and imunohistochemical study. The pacient was submitted to a Miles procedure being assymptomatic and without any signs of disease in the last seven months
INTRODUÇÃOA partir da Segunda Guerra Mundial a confecção de colostomias temporárias vem sendo utilizada como tratamento para ferimentos traumáticos colorretais 1 . Apesar de o fechamento de colostomia ser caracterizado como procedimento de fácil execução, a literatura relata taxas de morbidade que variam de 10 a 49% 2,3 , portanto, o uso do estudo pré-operatório do cólon, com enema opaco ou colonoscopia, acabou se tornando um dogma cirúrgi-co. Contudo, Demetriades e cols, em 1988, e Sola e cols, em 1994, questionaram sobre a real necessidade destes exames 4,5 . O objetivo deste trabalho é verificar a real necessidade do estudo do cólon pré-operatório para o fechamento de colostomia em alça realizada após traumatismo colorretal.
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