O presente artigo, de cunho teórico, analisa o lugar dos rankings nas políticas de Educação Superior do Estado Brasileiro tendo como parâmetro quatro mandatos presidências, dois mandatos do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), marcados pela implantação das reformas neoliberais, e dois mandatos do governo Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), como alternativa de esquerda democrática para América Latina diante da expansão neoliberal. Defende-se a hipótese de que passados quatro mandatos e o governo de dois presidentes representantes de projetos políticos teoricamente opostos, os rankings, enquanto estratégias de estímulo da concorrência para a melhoria da qualidade da educação superior ganharam consenso e legitimidade técnica no âmbito governamental, deixando de serem políticas de governos específicos para se tornarem política de longo prazo do Estado Brasileiro, acima dos interesses dos grupos políticos que se alternaram no poder.
Este artigo tem por objetivo identificar e analisar os estudos existentes sobre o estado da arte focados na área da avaliação da aprendizagem da Educação Básica, visando a compreender as principais contribuições e preocupações teórico-metodológicas da comunidade científica brasileira na área em questão. As referências de análise foram três grandes pesquisas estruturantes da compreensão da avaliação da aprendizagem como campo de conhecimento, que focam um período de 28 anos (1980 a 2008) (BARRETO; PINTO, 2001; SOUSA, 1994; ULER, 2010), complementadas por duas pesquisas que ressaltam especificidades da área (CANDAU; OSWALD, 1995; SOUSA, 2005). Analisando a produção científica dentro de uma linha de tempo, fica evidenciada a força do paradigma tecnicista nas décadas de 1970 e 1980, bem como as tentativas de sua superação no decorrer da década de 1980 na direção de propostas formativas e emancipatórias. Na década de 1990, a preocupação dos pesquisadores deslocou-se das práticas avaliativas na escola, de cunho tecnicista, para a abordagem crítica das ideias, concepções, teorias e pressupostos da avaliação. Na primeira década do século XXI, constatou-se um direcionamento teórico que acenava para a hegemonia, no campo científico brasileiro, de um paradigma emancipatório, que tinha em seu cerne a avaliação da aprendizagem de forma processual, participativa e formativa. Contudo, as pesquisas demonstram o acentuado distanciamento entre os referenciais teóricos utilizados nas universidades (paradigma emancipatório) e a realidade das escolas públicas (paradigma tecnicista-tradicional).
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