According to the Authoritative School Climate theory, a school environment perceived with high levels of support and disciplinary structure can be a protective factor against violence. Therefore, the current study aimed to understand how support and disciplinary structure affected peer victimization among Brazilian students. Participants were 420 students from Brazil, between 7 and 14 years old (mean=10.02; S.D. = .91); 51.5% of the participants were boys. Measures were obtained from a self-report questionnaire with measures of victimization, authoritative school climate and sociodemographic data. Using multilevel modeling between individual and same-sex peer group analyses, 89.86% of the victimization variability was at the individual level. Results indicated a negative association between the student’s perception of support and reports of victimization, but no gender differences as predictors of victimization. Younger students who reported lowers perceptions of support also could be more victimized. *** Clima escolar autoritativo e vitimização entre pares em estudantes brasileiros ***De acordo com a teoria do Clima Escolar Autoritativo, ambientes escolares percebidos com altos níveis de suporte e estrutura disciplinar podem ser protetores contra a violência. Portanto, o objetivo desse estudo foi entender como o suporte e a estrutura disciplinar afetaram o relato da vitimização entre pares. Os participantes foram 420 estudantes, entre 7 e 14 anos (média=10,02; d.p.=0,91); 51,5% dos participantes eram meninos. As medidas foram obtidas a partir de questionário de autorrelato sobre vitimização, clima escolar autoritativo e dados sociodemográficos. Usando o modelo multinível, 89,86% da variação da vitimização foi no nível individual. Os resultados indicaram uma associação negativa entre a percepção de suporte pelo aluno e os relatos de vitimização, mas não foram encontradas diferenças entre gêneros como preditores de vitimização. Os alunos mais jovens, que relataram menor percepção de suporte, também apresentaram tendência maior para a vitimização.Palavras-chave: vitimização entre pares, clima escolar autoritativo, bullying.

Objective: Positive youth development is a strengths-based approach to examine developmental regulations of children and adolescents to foster thriving on individual and contextual levels. The present study seeks to present the adaptation of a short measure of positive youth development for Brazilian youth focused on five facets of positive youth development: competence, confidence, caring, connection, and character.Methods: A linguistic and cultural adaptation of the 5Cs short scale of positive youth development was conducted with 585 children and adolescents, with data collection supported by schools in late 2020. A confirmatory factor analysis was used to evaluate the results. Results: Model results indicated an adequate fit to data (χ2(345)=830.25, p>.05, CFI=.90, RMSEA=.04, SRMR=.04), and 28 items of the scale were retained in the final model, distributed in five factors (competence, confidence, caring, connection, and character). The instrument presented a satisfactory internal consistency in the overall scale (α=.91; ω=.91), and was also adequate in all sub-dimensions (α>.70; ω>.70). Through these validity indicators, the study provides a valuable instrument to evaluate indicators of positive youth development among Brazilian children and adolescents.

O clima escolar é um fator fundamental na qualidade da vida escolar, sendo relevante para o bem estar dos estudantes. Nesse contexto duas dimensões destacam-se como sendo chave para mensuração do clima: estrutura disciplinar e suporte. Representam respectivamente a aplicação justa e estrita das regras da escola e a percepção dos estudantes quanto ao apoio de seus professores. A ampliação sobre seu estudo pode favorecer o desenvolvimento das escolas e dos estudantes ao contribuir na criação de um ambiente apropriado para esse fim.O presente estudo, portanto, teve como objetivos a adaptação para contexto brasileiro e a obtenção de evidências de confiabilidade e validade dos construtos de estrutura disciplinar e suporte da Escala de Avaliação do Clima Escolar Autoritativo (EACEA), versão para estudantes. Os dados foram coletados com 708 estudantes do segundo ciclo do ensino fundamental e do ensino médio de sete escolas públicas da cidade de Curitiba, Paraná. Dentre os participantes, 55,1% se autodeclaram brancos e 53,0% do sexo feminino. As idades variaram entre 9 e 21 anos (média=13,4; d.p.=1,9). Os procedimentos envolveram as etapas de tradução, avaliação qualitativa da escala, Retrotradução, coleta de dados e análise fatorial confirmatória. Também foi executada análise de validade relacionada ao critério. Os principais resultados demonstraram que a escala obteve índices próximos aos valores com a amostra geral e, para a divisão entre grupos acadêmicos específicos, valores aceitáveis no construto de suporte. Na amostra geral a estrutura disciplinar foi um preditor negativo e significativo para a vitimização. Os resultados indicam que a versão brasileira da EACEA pode ser um instrumento adequado para avaliar o clima escolar.

Considerando as experiências de estudantes com deficiência intelectual (DI) em ambientes educacionais, a vitimização entre pares se destaca por potenciais prejuízos para o desenvolvimento. Este é um problema de relacionamento, que demanda a compreensão de fatores do contexto. Na abordagem do clima escolar autoritativo, a percepção de suporte e estrutura disciplinar atuam como possíveis atenuadores da vitimização entre pares. Entretanto, a associação entre o clima escolar e a vitimização raramente é examinada em amostras com pessoas com DI. Assim, o estudo teve por objetivo examinar as associações entre o clima escolar autoritativo e a vitimização entre pares por meio de procedimento acessível para o autorrelato de pessoas com DI. Hipotetizou-se que a estrutura disciplinar e o suporte estariam associados negativamente à vitimização. O estudo incluiu 117 estudantes com DI, com idade entre 12 e 63 anos (média= 25,31; d.p.= 12,25); 62,4% dos participantes do sexo masculino; 56,9% brancos e 54,1% com diagnóstico de DI moderada. As medidas e procedimentos passaram por processo de acessibilidade cognitiva para possibilitar a participação dos estudantes com DI por meio do autorrelato, os dados foram analisados usando a modelagem de equações estruturais. O processo foi parcialmente bem-sucedido. No modelo final, a estrutura disciplinar foi positivamente correlacionada ao suporte, que foi um preditor negativo para a vitimização. Os resultados destacam como os ambientes escolares com um clima escolar de suporte podem ser um fator protetor em relação à vitimização de pessoas com DI, e que práticas mais inclusivas na pesquisa científica são possíveis.