A Passeio é uma plataforma de arte e cultura urbana, concebida no âmbito do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho. Com este projeto, através de uma metodologia qualitativa e de inspiração antropológica, fixamos o nosso olhar nas ruas da cidade – na arquitetura, no graffiti, na música, no teatro e na animação de rua, no desporto urbano, no artesanato e no comércio tradicional, na publicidade e no vitrinismo – nas suas imagens, nas suas histórias e nas ligações tecnológicas que prolongam o traçado destas ruas e destas redes. Neste artigo, a partir de uma revisão de paradigmas teóricos relativos à cultura visual, à cidade e às noções de espaço e de lugar, fixamos na figura inspiradora do flâneur, tal como esta foi descrita e problematizada pelo filósofo alemão Walter Benjamin, o ponto de partida comum deste passeio.
As formas sensíveis que se interpõem à experiência quotidiana de circulação pelo espaço urbano encontram na publicidade exterior um dos meios mais propícios ao exercício da vida social. Porém, a publicidade exterior impõe-se numa relação dialógica nem sempre pacífica, entendida como uma ameaça à ordem (desordem) da cidade percebida. Poderá a publicidade deixar de querer afirmar o lugar da persuasão, da sedução e da poética no quadro da vida urbana contemporânea? Em 26 de Setembro de 2006, a Câmara Municipal de São Paulo, no Brasil, aprovou a Lei Cidade Limpa, visando a proibição da publicidade exterior. Desde então, uma acérrima polémica tem ocupado cidadãos, políticos, arquitetos, urbanistas, publicitários, bem como artistas, entre diversos tipos de interlocutores, na defesa de pontos de vista por vezes radicalmente irreconciliáveis. É nossa convicção que subjacente a uma tal discussão se encontram diferentes noções de felicidade, individual ou coletiva, que na sua particular aplicação ao espaço e cultura da cidade, em fase de preparação da Copa do Mundo de 2014 (em São Paulo), importa cartografar.
ResumoInvestment in strategic communication, and especially in advertising, in the fashion design industry remains a prerequisite for promoting the brand value. The effectiveness of brand visibility and awareness depends mostly on advertising, both in the context of fashion magazines and the new media, and in the context of the outdoors medium, which is simultaneously one of the most traditional and modern means of mass communication. This paper aims to analyse and discuss both dimensions. Firstly, it aims to provide an understanding of how the urban landscape is built into fashion advertising, and especially to investigate the extent to which the collective imagination contributes to that process. This research therefore seeks to identify the main landscape referents represented and search for the respective association with various cultural and artistic universes, such as literature, photography or cinema. Underlying this critical reflection is an understanding that landscape is not just a simple decor, but conversely an extremely important visual and discursive resource for the advertising message. Secondly, this paper attempts to challenge the implications of fashion brands outdoor advertising specifically in relation to the urban landscape and to the everyday life experience. Therefore, it is also an important aim of this article to discuss outdoor advertising within the scope of the more recent cultural and aesthetic trends. In order to achieve the stated objectives and engage in a scientific discussion of the topic, the case of the fashion brand Donna Karan New York -DKNY was selected, as it is considered to be paradigmatic of the main operational principles and hypotheses researched. Palavras-chaveFashion brands; urban landscape; outdoor advertising
Nos anos 70, o movimento da "body art" ou "arte corporal" reagia à figuração clássica que ora escondia o corpo, recalcando-o na expressividade do traço, ora o evidenciava, de calcando-o na "mestria gráfica dos contornos delineados"...
No abstract
At a time when all public access spaces in the city were closed, including cafes, the Public Market of Braga remained an open space, albeit with strict entrance control rules. The authors thus advance with the hypothesis that the PM was fundamental to guarantee the routine mobility of Braga's citizens, especially the most disadvantaged and, with that, to ensure their sense of hope and confidence in the future. Likewise, the PM is a place of resistance also from the perspective of sellers, on the one hand, maintaining its economic survival, albeit with visible difficulties, and on the other hand, ensuring the maintenance of a vital communication space. To reflect on the specific ways in which this phenomenon has occurred since January 2021 is the main objective of this chapter.
A reflexão que aqui nos propomos fazer surgiu do desejo de relevar os diferentes modos como os frequentadores d’A Brasileira, em Braga, se apropriam do café, transformando-o num lugar simultaneamente pessoal, que cada um inscreve nas suas rotinas, nos seus encontros marcados ou fortuitos com os amigos e conhecidos, nas suas memórias e histórias de vida, mas também num lugar impessoal, não no sentido da experiência da indiferença, mas da dilatação da experiência aos modos de ser-com e de estar-com (Heidegger, 2004, 2005), ou do lembrar-com (Candau, 2005/2013; Halbwachs, 1925/1994), ou, por outras palavras, da possibilidade de cada um se sentir parte do que observa, do que nele ressoa, distendido sobre as ambiências, os objetos, as conversas, as vistas, para lá da sua esfera estritamente subjetiva. Com este propósito, procurámos contribuir para a valorização do sentido de comunidade (Maffesoli, 2000; Tönnies, 1944/2010) e de pertença que, em tempos de crescente celeridade, bem como de progressiva descaracterização e “nudificação” (Zukin, 2009) do espaço urbano, urge resgatar. A investigação reportada permite-nos concluir que o café A Brasileira se apresenta como um lugar de resistência, ao mesmo tempo que ali se observam inevitáveis mudanças, decorrentes de fenómenos como a “turistificação” (Harris et al., 2012), mas também de operações sub-reptícias profundas, expressivas de uma cultura em mudança. Neste quadro tensivo, encontramos, ainda, inesperadas fissuras de criatividade (Certeau, 1998) quanto ao modo como cada um se apropria do lugar vivido e nele reinventa um modo singular de se reencontrar a si mesmo no quotidiano, em ligação com o sentido de micro-comunidade.
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