RESUMOO presente ensaio tem como objetivo revisitar o conceito de tarefa à luz do referencial de Pichon-Rivière e discutir sua aplicação na pesquisa com grupos focais. Os grupos focais são entendidos como uma técnica de pesquisa que se propõe investigar um tema em profundidade, permitindo que se construam novas ideias e respostas sobre o tema em foco. Para ancorar a prática de pesquisa com grupos focais, utilizaram-se os pressupostos de grupos operativos, em que a noção de tarefa assume uma posição estratégica fundamental, que busca intervir no social através do diálogo e da construção coletiva, distinguindo-se da simples coleta de dados.Descritores: Grupos focais. Pesquisa qualitativa. Pesquisa em enfermagem. Estrutura de grupo. RESUMEN El presente ensayo busca revisitar el concepto de tarea bajo la teoría de Pichon-Rivière y discutir su aplicación en la investigación con grupos focales. Los grupos focales son entendidos como una técnica de investigación que se propone estudiar un tema con profundidad, permitiendo que sobre él se construyan nuevas ideas y respuestas. Para basar la práctica de la investigación con grupos focales se han utilizado los presupuestos de grupos operativos, donde la noción de tarea asume una posición estratégica fundamental que busca intervenir en lo social tras el diálogo y la construcción colectiva, siendo distinta de la simple recolección de datos. Descriptores: Grupos focales. Investigación cualitativa. Investigación en enfermería. Estructura de grupo. Título: La noción de tarea en los grupos focales. ABSTRACT The aim of this paper is to revisit the concept of task in light of Pichon-Riviére's referential and to discuss its application in research with focus groups. Focus groups are understood as a research technique which proposes to investigate a topic in depth, allowing the construction of new ideas and answers on the subject in focus.The presuppositions of operative groups were used to support the research practice with focus groups. In these, the notion of task has a key strategic position from which it seeks to intervene in society through dialogue and collective construction, unlike simple data collecting.
ResumoNo presente artigo, os autores investigam a relação entre cinema e psicanálise a partir de um capítulo peculiar dessa história secular: o silêncio textual de Freud a respeito da sétima arte. Primeiramente, nós examinamos os encontros e desencontros do fundador da psicanálise com o universo cinematográfico, contrastando a ausência do cinema na produção textual freudiana com as tentativas de aproximação de psicanalistas contemporâneos a Freud. Também exploramos a produção de "Segredos de uma alma", o primeiro filme empenhado em colocar na grande tela o método psicanalítico -uma iniciativa que não contou com a simpatia de Freud. Além disso, analisamos também a própria configuração do cinema em seus momentos iniciais, cujo formato colocava em realce a dimensão do registro visual em detrimento do campo da palavra, objeto privilegiado no trabalho analítico. A partir desse percorrido, os autores propõem algumas hipóteses e consequências teóricas acerca do eloquente silêncio textual de Freud sobre o cinema. AbstractIn this paper, the authors research the relationship between cinema and psychoanalysis based on a peculiar chapter in history: Freud's textual silence concerning the seventh art. First, we look into the matches and mismatches * Universidade Federal do Rio Grande do Sul -UFRGS. Palabras-clave: Freud; psicoanálisis; cineEm uma hipotética ampulheta que abrigasse toda a história da humanidade, a psicanálise e o cinema estariam separados por uns poucos grãos de areia. As primeiras projeções dos irmãos Lumière, datadas de 1895, coincidem com o lançamento dos "Estudos sobre a histeria", de Freud e Breuer (1996); "A interpretação dos sonhos", pedra fundamental do discurso analítico, viria não muito depois. Não será difícil localizar outros episódios de semelhante relevância ocupando aquela estreita faixa temporal; o filósofo Alain Badiou (2007) compila alguns eventos cruciais que habitam a virada do século XIX para o XX: Psic. Rev. São Paulo, volume 28, n.2, 443-467, 2019 Cinema e Psicanálise: o silêncio de Freud 445 Em 1898, morre Mallarmé, exatamente após ter publicado o que é o manifesto da escrita contemporânea, Um lance de dados jamais... Em 1905, Einstein inventa a relatividade restrita, se é que Poincaré não o precedeu, e a teoria quântica da luz. Em 1900, Freud publica A interpretação dos sonhos, dando à revolução psicanalítica sua primeira obra-prima sistemática. Ainda em Viena, durante esse tempo, em 1908, Schoenberg funda a possibilidade de música não tonal. Em 1902, Lenin criou a política moderna, criação registrada em Que fazer? Igualmente desse início de século datam os imensos romances de James ou de Conrad e escreve-se o essencial de Em busca do tempo perdido de Proust, amadurece o Ulisses de Joyce. Iniciado por Frege, com Russel, Hilbert, o jovem Wittgenstein e alguns outros, a lógica matemática e sua escolta, a filosofia linguística, expandem-se tanto no continente como no Reino Unido. Mas eis que por volta de 1912, Picasso e Braque transtornam a lógica pictórica. Husserl, em sua obstinação sol...
Resumo O que a cultura pop tem a dizer sobre os sujeitos de nosso tempo? Neste ensaio, os autores propõem uma via de leitura das produções da cultura pop apostando que, na contemporaneidade, ela floresce, no território tradicionalmente reservado à mitologia, como enunciante dos modos de subjetivação. Retomando a abordagem psicanalítica dos mitos a partir de Freud e Lacan, observa-se que a função de recobrir o Real do desamparo, em um tempo que se crê racionalista, passa a ser desempenhada por ficções que deixam rastros e possibilitam, através da variância e da repetição, desvelar a estrutura subjacente que lhes engendra. Por fim, propõe-se que, se essas produções são consumidas com tamanha voracidade, é porque dizem algo sobre os sujeitos que a elas se lançam - ou seja, sobre a subjetividade desta época.
Neste escrito, visamos a explorar os desdobramentos da figura do autômato no cinema e o fascínio que ele desperta. Sob a forma de ensaio, traçamos a genealogia do autômato na cultura, da Grécia antiga a Hollywood, e examinamos sua aparição ao longo da história do cinema, assinalando alguns dos filmes em que suas diversas facetas encontram-se representadas. Do precipitado formado pela incidência fílmica do autômato, sublinhamos os traços conferidos na Contemporaneidade a essa composição, acentuando a filiação ao homem, a natureza robótica e a obediência ao desígnio. Dialogando com a psicanálise, examinamos o conceito de duplo e de compulsão à repetição, assinalando a figura do autômato como duplo do sujeito da Contemporaneidade, encarnando a fantasia de denegação do mal-estar produzida como legado do tecnicismo, do cientificismo e do capitalismo tardio. Concluímos que os autômatos do cinema desvelam uma verdade sob o caráter de ficção: os sujeitos da Contemporaneidade fantasiam os ideais da condição maquínica.
RESUMO: Neste artigo, que tem como suporte teórico o conceito de “paixão pelo autômato”, analisam-se duas ordens de produções culturais contemporâneas: em uma, desponta o enlace erótico entre humanos e robôs onde antes predominava o tema da guerra; em outra, sobressai a ideia da compatibilidade amorosa a priori entre humanos, a qual poderia ser calculada por meio de algoritmos. A fim de pensar estes aspectos do pathos erótico atual, lançamos mão, por um lado, do conceito de condomínio digital (tendência à formação de bolhas narcísicas) e, por outro, do conceito de ciborgue (tendência à dissolução da cisão moderna homem/máquina).
ResumoA prática clínica com crianças e adolescentes segue disparando interrogações que oxigenam a psicanálise, complexificando progressivamente o arcabouço teórico que nos serve de suporte. Propusemo-nos, então, à composição de um escrito introdutório que permitisse ao leitor uma aproximação à psicopatologia psicanalítica na infância e adolescência. No entanto, para realizar essa abordagem seria necessário, em primeiro lugar, operar algumas escansões: psicopatologia, infância e adolescência merecem receber atenção própria, permitindo um desdobramento mais apurado de cada uma das categorias. Nossa pergunta inicial poderia, então, ser assim enunciada: como se define a infância na psicanálise? Dossiê
Você não fala sobre o Clube da Luta: diálogos entre cinema e psicanálise You don't talk about Fight Club: dialogues on cinema and psychoanalysis Nadie habla sobre el Club de la Lucha: diálogo entre psicoanálisis y cine
Este artigo investiga uma forma específica de sofrimento na contemporaneidade a partir de uma narrativa comum extraível de duas obras: o conto Funes, o memorioso, de Jorge Luis Borges, e o episódio The entire story of you, do seriado televisivo Black Mirror. Em ambos se reconhece um ideal maquínico que, ao reduzir a história a um passado perfeitamente objetivável, promove um rebaixamento da dimensão ficcional que toda narrativa implica e impede a produção de uma verdade singular do sujeito. Analisa-se a relação entre memória e ficção em Freud e Lacan, reconhecendo-se a impossibilidade da realização do ideal maquínico da memória perfeita e permitindo uma diferenciação entre passado e história. Finalmente, propõe-se uma comparação com questões que interrogam a clínica psicanalítica contemporânea, como as patologias baseadas em déficits narrativos, assim como a necessidade da ampliação da diagnóstica psicanalítica para que esta reconheça novas modalidades de sofrimento.
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