O termo narrativa tem sido usado para designar o relato de histórias que, em sua maioria, nascem do cotidiano. Neste artigo, entretanto, o conceito de narrativa é expandido, buscando-se relacioná-la às pesquisas em educação. O estudo procura mostrar como usar metodologicamente a narrativa, apresentando o percurso de construção de narrativas de três pesquisadoras - uma professora, uma narradora e uma formadora, que atuam em diferentes contextos educacionais e dialogam com diferentes autores. O presente artigo reflete sobre a potência dessas produções nos processos de autoformação e formação de profissionais da educação, tomando a narrativa como um dispositivo que pode auxiliar o narrador a interpretar, analisar e organizar acontecimentos ocorridos em situações diversificadas, em cenários socialmente contextualizados e em tempos e espaços diferentes - portanto, passíveis de investigação nas pesquisas em educação.Palavras-chave: Análise Narrativa. Educação. Narrativa. Pesquisa narrativa.
ResumoA partir de nossa docência, nasce o projeto de um subgrupo de estudosbakhtinianos da linguagem, filiado ao GEPEC – Grupo de Estudos ePesquisas em Educação Continuada. Nele, temos desenvolvido nossoconhecimento sobre a pesquisa narrativa como uma metodologia narrativade pesquisa em Educação. Foi este o contexto em que a “metanarrativabakhtiniana” surgiu: como um exercício autoformativo de compreensãorespondente e se tornou um instrumento narrativo de interpretaçãodos dados. Problematizamos a cisão dos mundos da vida e da cultura apartir do conflito epistemológico entre teoria e prática na esfera escolar.Trazemos uma narrativa pedagógica e a respectiva metanarrativa em buscade mostrar a potência desse instrumento para a formação de professores epara as pesquisas em formação.Palavras-chave: Formação docente, pesquisa narrativa, estudosbakhtinianos, metanarrativa, produção de conhecimento
O presente artigo apresenta um modo de produção de dados na pesquisa narrativa, que tem sido nomeado pelo GEPEC/UNICAMP como “inventário da pesquisa”. Para isso, revisitamos produções do grupo, na tentativa de compreender como os pesquisadores têm produzido o acervo de materiais a serem analisados em suas práticas de pesquisa. Realizamos a leitura de teses e dissertações, elaboradas entre os anos de 2006 a 2016, totalizando 70 produções do grupo. Pudemos viver com cada autor seu peculiar percurso investigativo. O exercício de inventariar os dados da pesquisa nasce como sendo um procedimento metodológico que convida o pesquisador a revisitar a sua prática pedagógica, enquanto delineia a pesquisa no processo de investigação. Nesse percurso, em diálogo com teóricos, os pesquisadores têm a possibilidade de, ao se debruçarem nos documentos catalogados, não só tomar consciência do saber da experiência construído como também sustentar sua ação de inventariar. Ao finalizar a organização dos dados e as reflexões advindas do processo, concretiza-se uma parte da pesquisa, constituindo-se uma possibilidade de investigação narrativa que produz sentidos outros à produção de conhecimentos, em diálogo com os saberes do cotidiano escolar e acadêmicos.
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