INTRODUÇÃOComo outros métodos de diagnóstico por imagem, a ressonância magnética (RM) está sujeita a inúmeros tipos de artefatos que podem comprometer a qualidade das imagens e interferir na sua interpretação. Por isso, é necessário reconhecer os artefatos e diferenciá-los de variantes anatômi-cas e de processos patológicos. Os artefatos podem resultar tanto da aquisição e manipulação dos dados quanto de características inerentes ao paciente.Neste artigo apresentaremos os principais artefatos na RM do abdome, realizando um breve comentário das suas causas, efeitos no diagnóstico, e a forma de eliminá-los ou minimizá-los. Proporemos também uma classificação, com o intuito de caracterizá-los e reconhecê-los. ARTEFATOS RELACIONADOS AO MÉTODO1 -Artefato de "retroprojeção" ou "dobradura" (em inglês, "aliasing" ou "wraparound" ou "fold-over") (1)(2)(3)(4) Este artefato ocorre quando uma ou mais dimensões do objeto de estudo são maiores do que o campo de visão (FOV) para aquela imagem. Dessa forma, as regiões fora do campo de visão são erroneamente codificadas e aparecem "dobradas" e em cima da estrutura examinada, sobrepondo-se a esta última (Figuras 1 e 2). Este artefato pode ser suprimido tornando-se o FOV suficientemente grande para incluir toda a área a ser estudada(1-4) . Existem outras maneiras para reduzir os efeitos deste artefato. Uma é a utilização de bobinas de superfície que excluem o sinal da área do paciente que apresenta o artefato. Outros artifícios são o uso de pulsos de pré-saturação, que suprimem o sinal de partes do paciente situadas fora do campo de visão, e a utilização de filtros para remover as freqüências fora da faixa . -Artefato de "truncamento" ou de "truncagem" (em inglês, "truncation") (1,4)Este artefato tem aspecto semelhante ao artefato de movimento, mas não tem relação com este, e ocorre devido a erros de Ensaio Iconográfico truncamento da transformada de Fourier. São observados nas interfaces de estruturas com alto contraste entre si e aparecem como uma série de bandas, ou linhas, alternadas, de hipo e hipersinal, paralelas à interface entre os tecidos de sinal muito diferente. Tal efeito é acentuado quando se utiliza matriz com pixels muito espessos (128 × 128), e na prática é mais freqüen-temente observado no sentido da codificação de fase(1,4) . A sua prevenção consiste no uso de matriz mais fina, com elevada resolução espacial e métodos de filtragens matemáticas da imagem, que alguns equipamentos dispõem e que diminuem as oscilações originárias do artefato (filtros de Haning)(1,4) . -Artefato em "zebra" (em inglês, "zebra stripes") (1,4)Estes artefatos podem ser vistos na periferia de imagens gradiente-eco quando há
OBJETIVO: Comparar, qualitativa e quantitativamente, as imagens de ressonância magnética do fígado, ponderadas em T2, utilizando-se seqüências rápidas, diferenciadas pela técnica de controle respiratório, pela utilização de supressão de gordura e pelo tipo de bobina de radiofreqüência. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo prospectivo em 71 pacientes consecutivos, sendo realizadas seis seqüências para comparação: 1) supressão de gordura com sincronização respiratória e bobina de corpo; 2) supressão de gordura em apnéia e bobina de corpo; 3) sem supressão de gordura com sincronização respiratória e bobina de corpo; 4) sem supressão de gordura em apnéia e bobina de corpo; 5) com supressão de gordura com sincronização respiratória e bobina de sinergia; 6) com supressão de gordura em apnéia e bobina de sinergia. A avaliação qualitativa foi baseada em três critérios: detecção de determinadas estruturas anatômicas do fígado, definição dos contornos hepáticos, e presença de artefatos de respiração. A análise quantitativa foi obtida através da relação das intensidades de sinal do fígado e do ruído de fundo. RESULTADOS: O valor médio dos índices globais de qualidade de imagem para cada uma das seis seqüências supracitadas foi de 7,8, 4,6, 7,9, 5,2, 6,7 e 4,6, respectivamente. As seqüências obtidas com sincronização respiratória apresentaram melhor qualidade de imagem e relação sinal/ruído superiores às seqüências com apnéia (p < 0,001). As seqüências realizadas com e sem supressão de gordura apresentaram qualidade de imagem e relação sinal/ruído semelhantes (p > 0,05). As seqüências obtidas com bobina de sinergia apresentaram qualidade de imagem semelhante (p > 0,05) e relação sinal/ruído inferior àquelas com bobina de corpo (p < 0,001). CONCLUSÃO: Associando-se as análises qualitativa e quantitativa das imagens, as melhores seqüências foram aquelas obtidas com sincronização respiratória e bobina de corpo, utilizando-se ou não supressão de gordura.
Desde o início da década de 80 a ressonância magnética vem sendo utilizada para o estudo do abdome e principalmente na detecção de nódulos hepáticos. As imagens ponderadas em T2 são as que trouxeram maior benefício quando comparadas à tomografia computadorizada com contraste. Inúmeras técnicas e seqüências de ressonância magnética ponderadas em T2 surgiram desde então, na tentativa de aumentar a eficácia diagnóstica, com menores tempos de exame. Neste sentido, foram publicados inúmeros trabalhos demonstrando a utilidade de seqüências rápidas e ultra-rápidas, com e sem supressão de gordura, em apnéia, com sincronizador respiratório e com bobinas de sinergia, entre outros avanços tecnológicos. No entanto, não há um consenso sobre qual a técnica mais apropriada e sensível para a detecção de lesões hepáticas focais. Neste artigo fazemos uma revisão bibliográfica e análise crítica das diversas técnicas de imagens ponderadas em T2, no que diz respeito às suas sensibilidades na detecção de nódulos hepáticos.
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