2017) traz boas contribuições não somente para o campo dos estudos sobre a história da psiquiatria, mas para o conjunto de pesquisas que enfoca a trajetória dos pacientes psiquiátricos, os diagnósticos e as instituições asilares a partir da análise de documentos clínicos. Fruto do trabalho coletivo de ampla rede de pesquisadores, a obra organizada por Andrés Ríos Molina, publicada em 2017, confirma a importância da concretização do longo e audacioso projeto de elaboração de uma base de dados que abriga mais de 12 mil registros pertencentes a indivíduos internados no Manicomio General de La Castañeda durante todo seu período de funcionamento (1910-1968). A cifra corresponde a apenas 20% de todos os documentos encontrados, por meio dos quais foi possível recuperar informações sobre aproximadamente 15 variáveis, entre elas sexo, idade, estado civil, profissão e diagnóstico. Evidenciando a polifonia das fontes em questão, os oito textos que compõem a coletânea abordam o perfil de pacientes internados sob diagnósticos de esquizofrenia, retardo mental, paralisia geral progressiva, epilepsia, alcoolismo, toxicomania, entre outros. Os processos de enquadramento dos indivíduos nessas categorias de sofrimento mental são analisados a partir dos valores morais, socioculturais e das concepções científicas em voga durante os diferentes períodos analisados. Assim, as reflexões trazidas pelos autores vão ao encontro de questionamentos colocados por estudos como The confinement of the insane, obra editada por Roy Porter e David Wright, publicada em 2003. Sem perder de vista a natureza disciplinadora que as instituições psiquiátricas trazem em sua essência, os artigos acerca do manicômio mexicano evidenciam a complexidade
A presente nota de pesquisa discute as influências do campo da anatomia patológica na produção do conhecimento alienista no Rio de Janeiro, entre 1868 e 1882, através da análise do processo de enquadramento da paralisia geral progressiva (PGP), doença hoje considerada um tipo de sífilis do sistema nervoso. Baseada em teses de doutoramento e artigos publicados em periódicos médicos do período, evidencio que os referenciais da anatomia patológica estiveram diretamente imbricados no reconhecimento dos aspectos orgânicos desta doença mental e, consequentemente, da conquista de seu status enquanto entidade nosológica independente. Tal processo também permitiu que o alienismo se apropriasse de paradigmas considerados “mais científicos” pela medicina geral do período, quando buscava emergir enquanto campo psiquiátrico na Corte Imperial.
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