A transição demográfica é um fenômeno caracterizado pelo crescimento da população idosa, que tem influências sobre perfil epidemiológico, gerando desafios ao sistema de saúde atual. O fenótipo cintura hipertrigliceridêmica (FCH) é um indicador que alia a circunferência da cintura ao nível de triglicerídeo a fim de rastrear o risco metabólico. O objetivo deste trabalho foi avaliar a prevalência e associação do FCH com alterações metabólicas em pacientes idosos diabéticos. O estudo foi uma coorte transversal retrospectiva, realizado no ambulatório de nutrição/diabetes, do núcleo de atendimento ao idoso/Universidade Federal de Pernambuco, com pacientes atendidos no período de 2012-2019. A amostra foi constituída por idosos com diabetes mellitus tipo 2, de ambos os sexos e diferentes tempos de doença. O fenótipo foi definido na presença simultânea da circunferência da cintura alterada (≥ 102 para e homens e ≥88 cm para mulheres) e níveis de triglicerídeos elevados (≥150 mg/dL). Foram avaliadas variáveis sociodemográficas (faixa etária, sexo, procedência), antropométricas (peso, estatura e índice de massa corporal, circunferência da cintura), bioquímicas (colesterol total, colesterol-HDL, colesterol-LDL, triglicerídeos, glicemia de jejum, hemoglobina glicosilada), estilo de vida (prática de atividade física, hábito de etilismo) e clínicas (tempo de diagnóstico, início do tratamento medicamentoso, hipertensão arterial sistêmica). A classificação usada para IMC foi a de Lipschitz, considerando eutrofia na faixa de 22 a 27 Kg/m².O FCH apresentou uma prevalência de 34,6% e, esteve associado ao sexo feminino, faixa etária de idoso jovem, glicemia de jejum normal, hemoglobina glicada elevada e HDL diminuído. A análise multivariada demonstrou que pacientes com alteração na hemoglobina glicada e HDL, apresentaram risco para o fenótipo de 90% e 70%, respectivamente. Devido a aplicabilidade simples do FCH e, por ser descrito na literatura como ferramenta de rastreio de indivíduos com risco metabólico, o FCH é um parâmetro que pode ser utilizado em pacientes idosos e diabéticos por profissionais de saúde na rotina clínica, principalmente, na atenção básica.
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