Apresenta uma análise dos dados da pesquisa “As contas da dialética inclusão/exclusão: a experiência das cotas na UFG”, em desenvolvimento na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás (UFG), com o objetivo de apreender as mediações e os processos implicados nessa dialética a partir da experiência dos alunos ingressantes em 2009 pelo Programa UFGInclui. A pesquisa revela tendências que apontam – por dentro do próprio grupo dos estudantes ingressantes pelo Programa UFGInclui – que a desigualdade socioeconômica e suas consequências se recolocam, acentuando-se e expressando novos patamares de exclusão. Assim, entre os “excluídos”, a exclusão se reproduz e a inclusão se efetiva de maneira desigual.
Fruto de uma pesquisa bibliográfica, este trabalho tem como objetivo apresentar uma discussão de forma crítica sobre o caráter biologicista presente no discurso hegemônico da atualidade (característica própria do positivismo e imediatismo da sociedade capitalista) sobre o fracasso escolar como fruto da desigualdade social, enfatizando seu processo de construção histórico-social baseando-se nos princípios liberais. Sendo destacado que a concepção de fracasso escolar é produzida pela classe burguesa dominante, utilizando-se da mesma como instrumento para a massificação e consolidação da medicalização com o propósito de busca pela “cura” aos supostos distúrbios que são considerados entraves para a concretização do processo de aprendizagem. Conclui-se que para analisar os supostos “distúrbios de aprendizagem” é necessário ressaltar as relações sociais no modo de produção em que o sujeito está inserido, enfatizando as influências histórico-culturais na constituição do mesmo, e que principalmente, esse discurso atual é uma premissa idealizada e construída no decorrer da consolidação do sistema capitalista.
Este artigo objetiva apresentar um estudo bibliográfico inicial sobre a pesquisa do cotidiano escolar e suas relações com as ações voltadas para o enfrentamento da desigualdade sintetizada no fracasso escolar. Constata-se uma perspectiva diferente da adotada por Patto (2015), referência deste trabalho. Para essa autora, o fracasso escolar é produto da realidade social estabelecida por intermédio do desenvolvimento das forças produtivas e das relações sociais correspondentes que se reproduzem na escola sob forma alienada, em que o preconceito é emblemático. Apesar de incipiente, o estudo ora realizado indica que o debate sobre o cotidiano escolar se desloca da questão da classe social para a cultura, sendo que as formas discursivas tendem a se autonomizar da materialidade que as engendra.
Discute-se como a literatura é tratada no Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), programa voltado para a formação continuada de professores alfabetizadores. A análise documental referente ao PNAIC-2013 e o levantamento bibliográfico realizado na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, embasam a discussão sobre a concepção de literatura presente no ciclo de alfabetização, momento exemplar para a apreensão dos desafios da educação escolar em sua relação com a literatura. Concebida como um direito humano (CANDIDO, 2002, 2011), a literatura confronta-se com os resultados da pesquisa que indicam um esvaziamento do seu sentido formativo, mediante uma “escolarização inadequada” (SOARES, 2006).
Palavras-chave: Literatura. Leitura. Alfabetização. PNAIC.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.