A má gestão dos recursos naturais intensificada pelo crescimento e desenvolvimento das atividades humanas ao entorno das bacias hidrográficas têm interferido negativamente na qualidade e quantidade de água doce disponível para o abastecimento público. A fim de se mitigar os impactos provenientes dessas ações antrópicas e resguardar os mananciais de forma a garantir o abastecimento de água e estabelecer condições mínimas para o usufruto da população, é imprescindível estabelecer métodos para o monitoramento dessas bacias. Desta forma, o presente artigo apresenta técnicas de Sistema de Informações Geográficas aplicadas ao monitoramento ambiental na Microbacia do Ribeirão Candidópolis, principal fonte responsável pelo abastecimento do Município de Itabira, em Minas Gerais. Através do software QGis, delimitou-se as áreas de preservação permanente dos cursos d'água, nascentes e declives, correspondendo a área de 5,86 km2, 1,26 km2 e 0,008 km2, respectivamente. Ou seja, 18,92% da área total da microbacia. Não foram identificadas áreas de preservação permanente em topos de morro. do total de 6,41 km2 das áreas delimitadas, cerca de 71,6% corresponde à área coberta por vegetação nativa ou em estágios de regeneração. Das demais, constatou-se a presença de áreas de pastagens e atividades antrópicas. Tal situação demonstra que a bacia vem sofrendo intensos processos de degradação ambiental advindos da ação do homem e como consequência, potencializando o déficit hídrico na região.
O monitoramento e a adoção de ferramentas que auxiliem na tomada de decisões são fundamentais para a boa gestão da qualidade das águas de uma bacia hidrográfica. Diante disso, o presente trabalho utilizou o modelo matemático QUAL-UFMG com o objetivo de avaliar a capacidade de autodepuração do rio Araçuaí, em Minas Gerais, analisando as variáveis oxigênio dissolvido (OD) e demanda bioquímica de oxigênio (DBO) considerando os anos de 2016, 2017 e 2018 para calibração e o ano de 2019 para validação do modelo. Posteriormente foi simulado um cenário hipotético, considerando a implantação de estações de tratamento de esgoto com uma eficiência de 85% de remoção de DBO para todos os municípios da bacia que ainda não se encontram em operação, até o ano de 2033, tendo como base o Plano Nacional de Saneamento Básico - PLANSAB. Os resultados do modelo mostraram que tanto o processo de calibração quanto o de validação apresentaram bons resultados em relação ao índice RMEQ. Observou-se que a qualidade da água, após o lançamento de efluentes do município de Itamarandiba, não satisfaz as condições estabelecidas pela Resolução CONAMA 357/2005 no que diz respeito à variável DBO. Para a variável OD não foi constatada a desconformidade com a Resolução. A partir da simulação do cenário, observou-se que a implantação de ETE’s para todos os municípios que ainda não possuem o tratamento de esgoto, faria com que a variável DBO atendesse os limites permitidos pela legislação para águas doce classe 2. Observou-se também que se a implantação da ETE fosse apenas no município de Itamarandiba, haveria melhora significativa na qualidade da água, fazendo com que 100% do rio Araçuaí entrasse em conformidade com a legislação. Logo, a análise possibilitou avaliar que as ações de melhoria do saneamento básico devem ser direcionadas para o município de Itamarandiba.
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