O texto traça um panorama sobre a mineração no Quadrilátero Ferrífero com recorte específico em alguns municípios localizados no vetor sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a fim de compreender as coalizões de poder constituídas em torno do que aqui denominamos Grande Projeto Urbano (GPU) da mineração. Essa atividade, que historicamente caracteriza a região como grande pólo extrativo, experimenta um novo ciclo no Brasil e na América Latina desde a primeira década do século XXI, a partir de grande demanda internacional por commodities. Além disso, a mineração tem sido justificada na região ancorada num forte ideário de desenvolvimento econômico associado à prática. Entretanto, com base nos dados relativos à arrecadação desses municípios sobre as atividades minerárias (CFEM), bem como de informações da RAIS sobre emprego e renda por município, é possível inferir que pouco valor tem sido agregado à economia local, contrariando esse ideário. Em relação às articulações entre Estado, Sociedade Civil e Mercado, no sentido da permanência ou não das atividades minerárias na região, foram analisadas as atas e pareceres das reuniões para aprovação dos licenciamentos na Câmara de Atividades Minerárias (CMI). As análises apontam para decisões que, prioritariamente, têm favorecido as mineradoras, caracterizando uma forte coalizão do Conselho Gestor no sentido de garantir uma agenda pró-crescimento ou pró-mercado, ou seja, de fortalecimento dos interesses das mineradoras com apoio do Estado.
O objetivo deste artigo é realizar uma análise do enfrentamento da pandemia da COVID-19 nos seus três primeiros meses, março a junho de 2020, notadamente, o lugar do Estado nesse processo, suas ações, contradições e inflexões, assim como os principais conflitos na constituição de uma governança que lidere o combate ao problema. No primeiro momento do texto serão discutidas as principais contradições, em torno do Estado, que alimentaram incertezas na elaboração de políticas públicas. O segundo momento é dedicado ao caso de Minas Gerais, mais especificamente o Plano “Minas Consciente: retomando a economia do jeito certo”. O objetivo é verificar as possibilidades e limitações deste no enfrentamento da pandemia. Para tanto, este artigo se baseou, além de outras fontes, em notas técnicas e relatórios científicos produzidos pela UFMG, que sistematizaram e socializaram dados fundamentais para compreensão do quadro vivenciado. Nossas considerações finais demonstram haver uma série de fragilidades e omissões do Estado que precisam ser superadas para o enfrentamento da pandemia. Os efeitos mais dramáticos dessa crise tendem a agravar as situações de pobreza, sendo necessárias ações mais robustas de proteção social, considerando ações focalizadas em territórios mais vulneráveis, para superação dessa crise de saúde, econômica e social.AbstractThe objective of this paper is to carry out an analysis of the confrontation of the COVID-19 pandemic in its first three months, March to June 2020. The place of the State in this process, its actions, contradictions and inflections, as well as the main conflicts in constitution of a governance that leads the fight against the problem. In the first part of the text, the main contradictions around the State that fed uncertainty in the elaboration of public policies will be discussed. The second moment is devoted to the case of Minas Gerais, more specifically the “Minas Consciente: resuming the economy the right way” plan. The objective is to verify the possibilities and limitations of this in coping with the pandemic. To this end, this article was based, in addition to other sources, on technical notes and scientific reports produced by UFMG that systematized and socialized fundamental data for understanding the experienced situation. Our final considerations demonstrate that there are a series of weaknesses and omissions by the State that need to be overcome in order to face the pandemic. The most dramatic effects of this crisis tend to aggravate situations of poverty, and more robust social protection actions are needed, considering actions focused on more vulnerable territories, to overcome this health, economic and social crisis.
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