Este artigo traz reflexões sobre a modernidade que, como visão de mundo, influencia aspectos determinantes da sociedade atual, como são a ciência e o trabalho. São apresentados dados de afastamento do trabalho por doenças em servidores públicos de duas instituições de ensino federais, demonstrando como a organização moderna do trabalho tem interferido na saúde mental dos trabalhadores. Propõe repensarmos a ontologia dual, derivada do cartesianismo, a partir da ontologia da vida que, ampliando o olhar, faz com que os problemas vividos atualmente, como a doença mental no trabalho, possam ser interpretados segundo novos olhares.
Buscamos identificar estudos internacionais que descrevem as causas do adoecimento mental em trabalhadores universitários, focando em características do trabalho que, independentemente da cultura, possam afetar a saúde mental dos trabalhadores. Para alcançar os objetivos propostos, realizamos uma revisão de literatura. Foram feitas pesquisas em duas bases de dados principais: Scopus e Web of Science. A busca teve como objetivo compor uma amostra heterogênea contemplando estudos de vários países e continentes. Identificamos algumas características que tendem a influenciar no sofrimento e adoecimento mental dos trabalhadores em diferentes lugares do mundo, tais como falta de controle e intensificação do trabalho, assim como afetividade e participação na gestão parecem ter essa propriedade. Conclui-se que, considerando que algumas características do trabalho afetam o trabalhador independentemente da cultura em que esteja inserido, o desenvolvimento material por si só não consegue resolver essa questão, já que sendo assim, os países economicamente mais avançados já não sofreriam com as doenças mentais relacionadas ao trabalho. Assim, o desenvolvimento material pode melhorar as condições de trabalho somente quando é mediado pela ética, visando bem-estar social já que o desenvolvimento econômico não significa imediata repercussão positiva em termos de saúde mental para os trabalhadores.
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