A Pedagogia da Alternância consiste numa metodologia de organização do ensino escolar que conjuga diferentes experiências formativas distribuídas ao longo de tempos e espaços distintos, tendo como finalidade uma formação profissional. Esse método começou a tomar forma em 1935 a partir das insatisfações de um pequeno grupo de agricultores franceses com o sistema educacional de seu país, o qual não atendia, a seu ver, as especificidades da Educação para o meio rural. A experiência brasileira com a Pedagogia da Alternância começou em 1969 no estado do Espírito Santo, onde foram construídas as três primeiras Escolas Famílias Agrícolas. Não obstante, decorridos 40 anos de sua implantação no país, essa proposta pedagógica ainda é discutida com pouca ênfase em nosso meio acadêmico. Em projeto de pesquisa que vimos desenvolvendo, realizamos um levantamento das dissertações de mestrado e teses de doutorado brasileiras sobre Pedagogia da Alternância defendidas entre 1969 e 2006. O objetivo deste artigo é mapear e discutir essa produção, visando estabelecer um primeiro esboço do "estado da arte" nesse campo de investigação. A revisão inclui 46 trabalhos, sendo 7 teses e 39 dissertações. Neste texto, apresentamos as temáticas de estudo mais recorrentes, a distribuição regional dessa produção e o que consideramos como consensos e limites nesses trabalhos.
Este artigo apresenta alguns aspectos de duas teorias de desenvolvimento psicológico elaboradas sob a ótica do materialismo dialético: a de Henri Wallon e a de Lev Vigotski. O trabalho argumenta que o fato de esses autores terem desenvolvido suas pesquisas apoiados na mesma matriz filosófica propicia importantes aproximações entre eles. Entre os aspectos comuns, o artigo destaca: a recusa em enquadrar o desenvolvimento psicológico em esquemas rígidos, orientados segundo uma lógica linear; a concepção de que o psiquismo humano foi e continua sendo produzido historicamente pelos próprios homens no interior das relações que estabelecem entre si e com a natureza; a defesa feita por essas duas teorias quanto ao caráter constitutivo, portanto positivo, dos conflitos e alternâncias entre períodos críticos e estáveis que caracterizam o desenvolvimento psicológico; e, principalmente, o fato de ambos os autores ressaltarem que uma compreensão adequada do desenvolvimento exige uma análise desse processo em sua essência interna, isto é, uma análise dos condicionantes dos sintomas externos do desenvolvimento psicológico. Especificamente sobre a teoria walloniana, o artigo realça a idéia de que o desenvolvimento é marcado pelas alternâncias entre cognição e afeto e entre razão e emoção; em relação à concepção vigotskiana, o texto enfatiza que o estudo do desenvolvimento psicológico deve partir da análise da atividade da criança tal como ela se apresenta nas condições concretas de sua vida.
O artigo apresenta algumas reflexões, na perspectiva da psicologia histórico-cultural, sobre o aspecto do tempo na aprendizagem, sobretudo a que se processa no contexto da educação escolar. O texto foca o problema das relações temporais entre aprendizagem e desenvolvimento. Ao enfatizar implicações dessas relações para a periodização da escolarização, o trabalho levanta alguns argumentos para um questionamento das periodizações estanques de um ano, como a da seriação, ou mesmo das periodizações de mais anos letivos, como as que vêm sendo chamadas genericamente no Brasil de ciclo de aprendizagem.
O artigo analisa a incidência da síndrome de burnout em professores universitários de uma instituição pública federal, sediada no Estado do Paraná. Os dados foram coletados mediante a utilização do Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL), do Malasch Burnout Inventory, de um questionário estruturado e de uma entrevista semiestruturada, a qual focalizou a percepção dos participantes em relação aos sintomas vivenciados, bem como as estratégias de enfrentamento do problema por eles utilizadas. Participaram do estudo 69 docentes, sendo 58% do sexo masculino e 42% do sexo feminino. A idade variou entre 28 e 67 anos e a experiência docente entre 3 e 39 anos. Os resultados obtidos apontam que 26,09% da amostra não apresentaram alteração em qualquer das três dimensões avaliadas pelo MBI. Já dentre os demais, 37,68% apresentaram alteração em uma das três dimensões do burnout e 36,23% em duas ou nas três dimensões. Foram encontrados níveis alarmantes de exaustão emocional, situação apresentada por 47,82% da amostra, de despersonalização em 26,08% da amostra, e de reduzida realização pessoal no trabalho em 50,72% da amostra. Conclui-se, portanto, que além dos casos já identificados com diagnóstico positivo para a síndrome de burnout, a grande maioria da população pesquisada encontra-se em processo de adoecimento.
RESUMOO artigo relata uma investigação desenvolvida na Rede Municipal de Ensino de São Lourenço do Oeste, Santa Catarina, cujos objetivos foram conhecer ações de Educação Ambiental desenvolvidas pelas professoras da rede; identificar suas representações sociais sobre Educação Ambiental e os modos pelos quais elas se objetivam. A metodologia caracterizou-se pela abordagem qualitativa. Os instrumentos de coleta de dados foram: um questionário de evocação livre, entrevista semiestruturada e pesquisa documental. Os dados resultantes do questionário de evocação livre foram analisados através da abordagem estrutural da Teoria das Representações Sociais. Os dados resultantes da entrevista e da leitura dos documentos orientaram-se pela Análise de Conteúdo. Os resultados obtidos sugerem que as participantes do estudo representam socialmente Educação Ambiental como um conjunto de práticas educativas que visam conscientizar para a preservação dos recursos naturais e capacitar o indivíduo a desenvolver atitudes sustentáveis. PALAVRAS-CHAVE:Educação Ambiental. Representações Sociais. Práticas Pedagógicas. ABSTRACTThe article reports an investigation carried out in the Municipal Teaching Network of São Lourenço do Oeste, Santa Catarina, whose objectives were to know Environmental Education actions developed by the teachers of the network; Identify their social representations about Environmental Education and the ways in which they are objectified. The methodology was characterized by the qualitative approach. The instruments of data collection were: a questionnaire of free recall, semi-structured interview and documentary research. The data resulting from the free recall questionnaire were analyzed through the structural approach of the Theory of Social Representations. The data resulting from the interview and the reading of the documents were guided by Content Analysis. The results suggest that the participants of the study represent socially Environmental Education as a set of educational practices that aim to raise awareness for the preservation of natural resources and enable the individual to develop sustainable attitudes.
O artigo apresenta uma pesquisa que teve por objetivo identificar representações sociais sobre trabalho e saúde mental em um grupo de agricultores orgânicos e analisar as relações entre tais representações e eventual aparecimento de sofrimento mental. Participaram da pesquisa 19 agricultores familiares de Capanema, Paraná. Os dados foram coletados por meio de um protocolo de observação do ambiente de trabalho dos sujeitos, bem como mediante a utilização de entrevista semiestruturada. Os resultados indicam que os agricultores orgânicos pesquisados representam o seu trabalho como algo potencialmente criador de saúde, de modo que, neste estudo, não foram identificados sinais de sofrimento mental nos sujeitos. Ao contrário, as representações identificadas têm muitos elementos em comum, então, para esses agricultores saúde implica trabalho e trabalho implica saúde.
O artigo resulta de pesquisa ampla que teve por objetivo compreender a relação entre a educação do campo, na perspectiva da pedagogia da alternância praticada pelas casas familiares rurais da região sudoeste do Paraná, e o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar. Neste texto são priorizados dois aspectos da pesquisa: a relação das casas familiares com a escola pública e uma caracterização dos seus corpos docente, sobretudo, em relação à formação e tempo de experiência profissional com a pedagogia da alternância e possíveis repercussões de ambos os aspectos no desempenho escolar dos seus alunos. Os dados foram obtidos mediante entrevista, questionários e observação. Os resultados sugerem que essas instituições se consolidaram como alternativa para a educação escolar dos filhos de pequenos agricultores, ainda que tenham problemas de natureza administrativa que dificultam muito a manutenção de um corpo docente estável, seja em função do vínculo precário da maioria dos professores da rede estadual, seja em função da rotatividade dos monitores causada por questões salariais.
ResumoNo Brasil, têm sido desenvolvidas políticas de apoio a processos de inovação tecnológica para empresas, com a finalidade de propiciar a estas melhores condições para que se mantenham saudáveis no mercado e melhorem seu potencial competitivo. É nesse contexto que se insere o Programa de Empreendedorismo e Inovação (Proem), desenvolvido na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus Cornélio Procópio. O presente artigo resulta de pesquisa que analisou os modos pelos quais participantes desse programa concebem as relações existentes entre ciência, tecnologia, inovação e desenvolvimento. Para tanto, participaram voluntariamente da investigação 14 sujeitos que atuam no Proem, sendo eles gestores de empresas graduadas, gestores de empresas incubadas, gestores de empresas pré-incubadas e servidores da UTFPR. Os dados foram coletados mediante entrevista semiestruturada, cujo roteiro focava nos modos como os participantes concebem as referidas relações e as implicações sociais destas. A análise foi feita mediante interpretação das respostas dadas pelos sujeitos nas entrevistas. Os resultados obtidos indicam a presença de elementos do pensamento positivista. Foi possível verificar uma aproximação das concepções dos participantes com o modelo de desenvolvimento segundo o qual quanto mais se gera ciência, mais se gera tecnologia e, quanto mais tecnologia há, por consequência, mais se produz riqueza e bem-estar social -o qual, por sua vez, está na base da teoria schumpeteriana.Palavras-chave: Ciência. Tecnologia. Inovação. Desenvolvimento. Empreendedorismo.
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