Resumo O presente artigo analisa as práticas da autogestão nas cooperativas pertencentes à Rede
Os debates em torno da autogestão vão além dos aspectos relacionados à organização do trabalho, envolvendo também questões como a politecnia, a dialética autonomia-subordinação e suas possibilidades enquanto formadoras de identidades e projetos sociais. O presente trabalho consiste em um estudo etnográfico realizado em uma cooperativa de reciclagem, onde um dos pesquisadores atuou como trabalhador durante seis meses, buscando investigar as práticas de autogestão, politecnia e organização do trabalho. Os resultados obtidos ajudam a elucidar a maneira como os Os debates em torno da autogestão vão além dos aspectos relacionados à organização do trabalho, envolvendo também algumas questões, tais como a politecnia, a dialética autonomia-subordinação e suas possibilidades enquanto formadoras de identidades e projetos sociais. Esse trabalho consiste em um estudo etnográfico realizado em uma cooperativa de reciclagem, onde um dos pesquisadores atuou como trabalhador durante seis meses, investigando práticas de autogestão, politecnia e organização do trabalho. Os resultados obtidos ajudam a elucidar a maneira como os cooperados organizam/controlam seu próprio trabalho, bem como reproduzem práticas comuns às empresas tipicamente heterogestionárias. O principal aspecto condizente com organizações autogestionárias identificado foi a total autonomia dos cooperados para realizar mudanças no processo produtivo (e.g., arranjo físico, alterações no equipamento e no processo). Por outro lado, foram identificadas diversas características tipicamente presentes em empresas heterogestionárias: distanciamento entre gestão e produção, refletido na concentração das atividades administrativas e de coordenação em apenas dois funcionários; baixo nível de politecnia nas perspectivas da gestão da organização e da coordenação dos membros, restringindo o controle sobre o trabalho (alocação dos postos); e precarização do trabalho (condições ruins, variabilidades diversas e questões de segurança). Assim, alguns fatores, tais como o baixo nível de formação escolar e conhecimento técnico dos membros, a pressão por desempenho do ambiente concorrencial capitalista que está inserida e a reprodução de ferramentas e discursos de gestão tipicamente utilizados em empresas de mercado, contribuem para que a cooperativa tenha que dobrar seus esforços para conciliar aspectos da dialógica autogestionária-heterogestionária.
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