ResumoAs graves crises políticas e sociais sofridas por vários países latino-americanos nos últimos anos exigem uma urgente reformulação dos modelos teórico-analíticos com os quais têm sido estudados os processos de democratização no continente. O propósito deste trabalho é refletir criticamente sobre este tema, discutindo, ao mesmo tempo, a necessidade de superar a concepção elitista, institucionalista e governocêntrica da democracia que está por trás desses modelos.Palavras-chave: democracia, teoria democrática, democratização, América Latina Abstract The serious political and social crises that many Latin American countries have experienced over the last years encourage a reconsideration of the theoretical and analytical models that have been applied to study the democratization processes in this region. This article suggests a critical reflection on this subject and discusses the need to overcome the elitist, institutionalist and government-centered conception of democracy that lies behind such models.
Os objetivos centrais deste trabalho consistem em apontar os traços mais relevantes das conceitualizações já clássicas realizadas sobre os processos de transição e consolidação democrática na América Latina, discutir a noção de democracia nelas implícita e esboçar algumas objeções e críticas. Procura-se destacar a necessidade de uma concepção de democracia menos limitada e "conformista" que permita observar e julgar, de modo mais exigente, as democracias latino-americanas contemporâneas em termos de qualidade, densidade social e legitimidade popular.
Busca-se, neste texto, examinar as relações que se estabelecem entre o liberalismo e a democracia na obra de Norberto Bobbio. A partir de tal exame, procura-se realizar uma interpretação crítica da concepção bobbiana da democracia e das consequências políticas que tal concepção traz atreladas. Espera-se, assim, contribuir para o questionamento da teoria democrática hegemônica, abrindo espaço para outros enfoques.
As correntes hegemônicas na ciência política e na sociologia política latino-americanas, seguindo a orientação oriunda dos principais centros acadêmicos mundiais, têm negado sistematicamente a positividade do conflito social, declarando-o contrário ao regime democrático e tomando o como um sério risco para a estabilidade e a sobrevivência de suas instituições. Neste trabalho, buscaremos contestar os principais argumentos de raiz funcionalista utilizados por tais correntes na hora de negar o valor do conflito. Em lugar disto, defenderemos a urgente necessidade de rediscutir o espaço que este deveria ocupar na teoria democrática contemporânea. Sustentaremos que a impostergável necessidade de repensar a relação entre democracia e conflito fica claramente em evidên- cia à luz das importantes mudanças sócio políticas ocorridas em vários países latino-americanos nos últimos tempos e à luz também do crescente protagonismo que vem conquistando a mobilização popular na sua luta por dotar de novos e mais profundos significados aos regimes políticos do continente. A formulação destas questões pressupõe, desde já, uma reflexão sobre a concepção democrática dominante e sobre os caminhos para a sua superação, deixando para trás uma noção de democracia extremamente limitada, despolitizada, governocêntrica, temerosa dos antagonismos e das contradições, carente de conteúdos de natureza econômica e social e exageradamente institucionalista.
Busca-se investigar qual é o lugar que ocupa a “corrupção” como objeto de investigação na Ciência Política brasileira e até que ponto esta consegue se distanciar do discurso predominante na sociedade a respeito do assunto. Para tanto realiza-se uma análise quantitativa e qualitativa do material publicado entre 1990 e 2019 em 12 das revistas mais importantes da área. A seleção é feita a partir da busca de termos-chave e da leitura desses termos no seu contexto; e os artigos recuperados são classificados em função da maior ou menor centralidade do assunto e do enfoque nestes adotado. Constata-se um claro predomínio do enfoque “convencional”, o que reflete uma disciplina mais predisposta a replicar a retórica anticorrupção hegemônica do que a questionar a funcionalidade dessa retórica para com o processo de criminalização da política e de ataque aos governos populares.
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