Resumo: na fala, percebe-se que o item estar manifesta-se tanto em suas formas fonologicamente plenas (está, estou, estava etc.) quanto em suas formas fonologicamente reduzidas (tá, tô, tava etc.). Sob um viés Sociofuncionalista, que conjuga o aporte teórico-metodológico da Sociolinguística Variacionista aos princípios do Funcionalismo Linguístico, o presente artigo tem como objetivo analisar a redução fonética do referido item. Fazendo uma interface entre variação e gramaticalização, considerou-se cada um dos domínios funcionais que o estar recobre (verbo principal, verbo de ligação, verbo auxiliar, expressão cristalizada e marcador discursivo) como um fator de uma variável independente e foi verificado como o seu comportamento em cada função elencada influencia o fenômeno variável em tela. Os resultados apontam que a redução fonética do item estar aumenta gradativamente até chegar aos 100% de apagamento da sílaba inicial à medida que transita de um domínio mais concreto a um mais abstrato. Além disso, também é notável que a função fonte (verbo principal) e a menos gramaticalizada (verbo de ligação), em termos de pesos relativos, desfavorecem o processo de redução enquanto as formas mais gramaticalizadas (verbo auxiliar e expressão cristalizada) o favorecem. O percentual global de uso das formas reduzidas é da ordem de 96,8%mudança quase completada nos dados analisados, que são da variedade do português brasileiro falada em Vitória, capital do Espírito Santo. Mesmo assim, ainda é possível traçar o percurso da gramaticalização por que passou este fenômeno, fato que fortalece a abordagem sociofuncionalista de fenômenos de variáveis. Palavras-chave: sociolinguística variacionista; funcionalismo linguístico; sociofuncionalismo; gramaticalização; redução fonética; item estar; mudança.
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