Este artigo consiste numa análise interdisciplinar com o auxílio de teorias filosóficas, sociológicas e políticas sobre as contradições da democracia e sua relação com a opinião pública a partir de três perspectivas: num primeiro momento aborda os modelos normativos de democracia diagnosticados por Habermas em Inclusão do Outro, e sua proposta de procedimento deliberativo com vistas a superar os limites dos modelos liberal e republicano; depois de expor um diagnóstico basilar dos modelos democráticos, apresenta alguns pontos concernentes às contradições da democracia contemporânea a partir das análises sociológicas e da ciência política de Charles Tilly. Num terceiro momento, aborda a democracia a partir do conceito hegeliano de opinião pública tendo em vista três componentes: a fenomenologia, a lógica e a política da opinião pública.Palavras-chave: Contradição; Democracia; Opinião Pública.
Esta pesquisa pretende apresentar uma fundamentação moral para as relações internacionais pré-jurídicas a partir de Kant, especificamente a partir dos artigos preliminares de À paz perpétua . Esses artigos constituem as condições morais mínimas através das quais os indivíduos, os Estados e os povos são protegidos contra os abusos oriundos do estado de natureza. Sem eles, as relações internacionais ficam sujeitas ao direito positivo ou ao realismo político. Seus elementos morais constituem os princípios fundamentais através dos quais as relações internacionais em Kant têm sua legitimidade.
Este artigo tenciona apresentar a concepção de família como uma esfera da eticidade democrática segundo Axel Honneth, especificamente, a partir da reconstrução socionormativa desenvolvida em Das Recht der Freiheit. Honneth reconstrói como a mulher por meio da inserção no mercado de trabalho conquistou reconhecimento e rompeu com um modelo androcêntrico de divisão das tarefas familiares; analisa a transição do modelo tradicional de família baseado na marginalização da figura feminina para um modelo democrático baseado na parceria e na solidariedade. A reconstrução do modelo normativo de democracia familiar opõe-se à naturalização hegeliana das relações familiares. Honneth entende que a família na sua composição e na sua mudança tem uma base fortemente cultural, de modo que ela pode ser legitimamente composta por casais heterossexuais, homossexuais e por filhos adotivos.
RESUMOEste artigo reconstrói a tese de Fraser acerca de uma justiça bidimensional apresentada como uma alternativa para o dilema redistribuição-reconhecimento. O modelo de justiça da redistribuição inspirado em Karl Marx defende a tese que as injustiças têm um fundo econômico e que só serão devidamente solucionadas a partir do enfrentamento das desigualdades sociais. O modelo de justiça do reconhecimento inspirado em Hegel e atualmente defendido por Honneth, acredita que as injustiças são gestadas a partir de questões concernentes a padrões culturais excludentes que negam status de reconhecimento de modo especial a negros, gays e mulheres. Para Nancy Fraser, os indivíduos sofrem injustiças ligadas a desigualdades sociais, econômicas e culturais. Uma teoria da justiça para obter o devido êxito deve confrontar elementos vinculados tanto à redistribuição quanto ao reconhecimento. Palavras-chave: Fraser. Honneth. Justiça bidimensional. Reconhecimento. Redistribuição. ABSTRACTThis paper reconstructs the Fraser's thesis about a two-dimensional justice presented as an alternative to the redistribution-recognition dilemma. The justice model of redistribution inspired in Karl Marx defends the thesis that injustices have an economic background and will only be adequately solved from the confronting of the social inequalities. The justice model of recognition inspired by Hegel and currently defended by Honneth believes that injustices are gestated from issues concerning the cultural patterns that deny status of recognition especially to the blacks, gays and women. To Nancy Fraser, individuals suffer injustices connected to socialeconomics and cultural inequalities. A theory of justice to achieve the success must confront elements linked to both redistribution and recognition. Keywords: Fraser. Honneth. Two-dimensional Justice. Recognition. Redistribution.Um diagnóstico acerca da justiça na era pós-socialista e a suposta diluição das lutas de classe O propósito precípuo deste tópico inicial consiste em colocar em relevo a premissa basilar da concepção dual de justiça de Fraser a partir da contraposição a um diagnóstico restritivo daquilo que ela cognomina de "era pós-socialista", a saber, que as injustiças não dizem mais respeito a questões de ordem socioeconômica, mas a questões de reconhecimento
Este artigo pretende revisitar o tema do reconhecimento em Honneth a partir de duas perspectivas: num primeiro momento aborda as esferas do reconhecimento mediante a proposta de eticidade formal que contém os aspectos normativo-universais e os aspectos contextuais inerentes aos processos de autorrealização. Num segundo momento apresenta a crítica de Thompson a Honneth segundo a qual a teoria do reconhecimento é falha por dois motivos fundamentais: (i) ela é incapaz de lidar com as dinâmicas e efeitos do poder social, isto é, ela prescinde de uma análise ontológica do “poder constitutivo” e da “dominação constitutiva”; (ii) ela se centra nas práticas intersubjetivas de reconhecimento e esquece de enfocar as estruturas e sistemas normativos de integração funcional.
Este artigo pretende investigar a concepção kantiana de opinião pública que temcomo pressuposto fundamental a inalienável tarefa crítico-deliberativa do cidadão perante a guerra e a corrupção do poder público que advém da violação dos princípios normativos do contrato originário. A opinião pública em Kant é alicerçada em pressupostos morais, antropológicos, culturais, jurídicos e políticos e está vinculada à idéia republicana de Estado. De acordo com essa idéia, a decisão sobre a possibilidade da realização da guerra e o combate às injustiças dentro do Estado de direito através de uma revolução negativa é direito e dever dos cidadãos.
Neste artigo eu pretendo apresentar a abordagem de Honneth acerca da liberdade social em Hegel do ponto de vista da eticidade. A pesquisa se concentra na Filosofia do Direito de Hegel e no Direito da Liberdade de Honneth enquanto dois pilares principais de análise. Em um primeiro momento, eu esboço alguns elementos da liberdade social como um terceiro tipo de liberdade pensada como alternativa aos modelos negativo e reflexivo; em um segundo momento proponho aportes metodológicos da liberdade social a partir da reconstrução normativa em oposição às “versões kantianas da justiça”; em um terceiro momento apresento uma proposta de “componentes normativo-conceituais” da liberdade social de Hegel a partir da abordagem honnethiana. Na minha análise são três componentes fundamentais: o pressuposto ontológico da cossubjetividade; a tessitura dos processos sociais de reconhecimento mútuo; o componente institucional da vida ética. A tese central subjacente a esta reconstrução é que o indivíduo só vivencia a sua liberdade completa e plena nas relações sociais no interior de instituições justas. Sem isso, a liberdade padece de um déficit de eticidade.
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