A partir das noções de corpo de Eleonora Fabião (2009) e de rastro de Jeanne Marie Gagnebin (2006), analisa-se a presença de rastros deixados nas ausências dos corpos de encenadore(a)s na resultante cênica. Propõem-se sete movimentos dos corpos, elencados das trajetórias, vivências, de um encenador e de uma encenadora perpassados por relatos e reflexões de mulheres, encenadoras e teóricas, que oferecem outras lentes para pensarmos a prática da encenação em nossos dias.
Palavras-chave: rastro, corpo, encenação
Este artigo revisita a noção de paisagem sob diferentes perspectivas, motivado em mover fronteiras conceituais por vezes muito rígidas e excludentes. Nesse movimento, um horizonte nos aproxima de outras percepções que sinalizam ser a paisagem uma experiência sensível do espaço. Nesse desejo de expansão conceitual, o estudo procura tocar em cosmogonias ameríndias com base nos escritos dos autores indígenas Ailton Krenak e David Kopenawa. Por fim, a partir de dois projetos artísticos interessados no enlace com a paisagem urbana, a vídeo-projeção Le petit pont, de Karina Dias, e BR-3, espetáculo do Teatro da Vertigem, procura-se evidenciar como a arte contemporânea repensa a noção de paisagem num exercício de reencontrar a terra: olhar a árvore, olhar o rio, olhar o céu.
Este artigo percorre um exame filosófico da noção de viagem e suas inscrições na prática de alguns grupos teatrais brasileiros. Suas reflexões são tecidas tomando como exemplo experiências de coletivos como o LUME Teatro, Teatro da Vertigem, Teatro do Concreto, e recorrem aos estudos de pesquisadores como Cardoso (1988), Dias (2010) e Onfray (2009). Ao refletir sobre as abordagens dadas às viagens nos exemplos analisados, discute duas modalidades identificadas: a viagem como modo de conhecer e criar, e a encenação como viagem. Ambas são práticas das quais emergem o artista e o espectador viajantes.
O presente artigo discute alguns aspectos associados à ideia de fim do mundo para se aproximar das paisagens criadas por duas encenações contemporâneas produzidas no estado do Ceará. Os espetáculos Pra frente o pior (2016), da Inquieta CIA – direção coletiva, e Paraíso (2019) do Teatro Máquina – dirigido por Fran Teixeira – são abordados à luz das proposições de autores como Déborah Danowski e Eduardo Viveiros de Castro (2017), Ailton Krenak (2020), Eleonora Fabião (2013), Alexandre Dal Farra Martins (2018), entre outros. O percurso reflexivo empreendido configura duas portas, associadas às noções de antropoceno e pessimismo alegre, como possíveis contribuições para a análise de criações cênicas interessadas nas articulações poéticas do fim.
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