RESUMO Durante o fim do século XIX e início do XX, Belém (Pará, Brasil) passou por várias transformações em sua estrutura urbana, arquitetônica e social em função do ciclo da borracha. Também conhecido como belle époque, o período foi marcado pelas importações majoritariamente europeias, que modificaram a arquitetura da cidade. Uma das fábricas estrangeiras que exportou intensamente foi a escocesa W. MacFarlane & Co., com bens arquitetônicos em ferro fundido de modelos e funções bem diversas, que até hoje estão na cidade, em especial os dutos verticais, inseridos em várias fachadas ecléticas. No entanto, tais dutos correm o risco de desaparecer, seja por mau funcionamento, substituições ou furtos, mesmo sendo um importante testemunho histórico, tecnológico e arquitetônico. Nesse sentido, este trabalho pretende documentar os dutos verticais de sete bairros de Belém, do centro histórico e entorno, no que tange a quantidade, padrões e formas de alterações dos remanescentes, discutindo as transformações e permanências dos dutos que ainda fazem parte da paisagem urbana de Belém. Foram desenvolvidos levantamentos in loco que geraram fichas documentais de 408 dutos verticais da W. MacFarlane & Co., distribuídos em 223 edificações nos sete bairros estudados, o que permitiu identificar uma grande variedade de padrões. Os resultados desta pesquisa serão utilizados para subsidiar a salvaguarda de tais dutos (que vêm desaparecendo ao longo dos anos) como parte dos elementos metálicos históricos provenientes da industrialização em Belém, a fim de continuar a pesquisa desses dutos verticais na restauração científica.
A Arquitetura de Ferro no Brasil caracteriza-se por edifícios metálicos, importados da Europa nos séculos XIX e XX, e faz parte da paisagem de diversas cidades, inclusive Belém (Pará). Belém possui vários edifícios inteiramente metálicos, inclusive os três únicos chalés de ferro provenientes da fábrica belga Forges D’Aiseau no país, que podem ser desmontados e remontados em função do seu sistema construtivo. Os chalés foram desmontados na década de 1980 em função de modificações urbanas, antes de possuírem proteção legal. Dois dos chalés foram restaurados e remontados, e um permanece desmontado, com peças suscetíveis ao intemperismo. O objetivo deste artigo é propor subsídios para a salvaguarda do chalé desmontado, por meio de pesquisa documental e projeto de remontagem para reconstitui-lo virtualmente, a fim de subsidiar ações de restauro e futura remontagem. A abordagem metodológica seguiu duas fases: 1) Pesquisa documental (pesquisa sobre o sistema construtivo, histórica e iconográfica; levantamento físico-cadastral e mapeamento de danos); 2) Projeto de remontagem (projeto de remontagem bidimensional e remontagem virtual tridimensional). Como resultados, foram documentadas 1.753 peças de diversos tipos, dimensões e estado de conservação, organizadas em fichas documentais e desenhos bidimensionais e tridimensionais. Assim, foram contabilizadas as peças que poderiam ser reutilizadas no projeto de remontagem, levando em consideração eventual remontagem real. O projeto de remontagem incluiu: plantas, cortes, elevações e mapa de peças. Por fim, foi desenvolvido o modelo tridimensional a partir do projeto de remontagem, resgatando a leitura do chalé.
A Estrada de Ferro de Bragança (EFB) foi a primeira ferrovia construída na Amazônia. O projeto da via férrea pretendia otimizar a conexão entre Belém (capital do Pará) e Bragança (maior cidade da Zona Bragantina). A composição da EFB demandou o uso de novos materiais e técnicas construtivas no início do século XX. Sendo escolhidos elementos provenientes da arquitetura do ferro para integrar o acervo da ferrovia de forma estrutural e ornamental. O artigo objetivou investigar dados da arquitetura do ferro utilizada na composição da EFB. A abordagem metodológica foi realizada por meio de fontes histórico-documentais com o recorte temporal de aproximadamente trinta anos (1883-1910). Resultando na sistematização de informações visando compreender o uso significativo de elementos da arquitetura do ferro e a importância da preservação dessas peças.
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