Na atualidade identificamos uma polêmica em torno do uso de medicamentos psicotrópicos em crianças cada vez menores, em virtude de supostos diagnósticos de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Por meio de uma pesquisa de campo, realizada em três municípios paranaenses, na rede pública municipal de Ensino, nos segmentos de Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental, foi possível verificar o percentual de crianças que fazem uso de medicamento controlado, qual o diagnóstico predominante e qual medicação mais prescrita. O diagnóstico predominante em ambos os segmentos foi o TDAH, na Educação Infantil o medicamento mais prescrito foi a Risperidona e no Ensino Fundamental foi a Ritalina. Problematiza-se os efeitos colaterais destes medicamentos e seu prejuízo para o desenvolvimento a partir das concepções da Psicologia Histórico-Cultural. Há uma correlação entre o aumento dos diagnósticos e das prescrições nas séries iniciais do Ensino Fundamental, que parece indicar a transformação das dificuldades inerentes à aquisição da linguagem escrita em supostos transtornos, que configura o quadro de medicalização da infância.
Este artigo tem por objetivo expor o percurso desenvolvido desde a gênese, o processo e os resultados de um projeto de pesquisa interinstitucional que surgiu das demandas das secretarias de educação de municípios do Paraná. Destacamos a característica de originalidade da pesquisa devido aos processos que conformaram sua realização, que envolveu, a partir dos fundamentos da psicologia Histórico-Cultural, ações teórico-práticas nos municípios. O trabalho abrangeu diferentes segmentos da organização social dessas cidades, culminando com diferentes produções científicas e de alcance popular, numa demonstração da unidade entre pesquisa-ensino-extensão. Destacamos, na organização, as tomadas de decisão e os estudos coletivos; no aspecto teórico, o aprofundamento nos estudos sobre o desenvolvimento infantil na perspectiva da Psicologia Histórico-Cultural, pautados na observância contínua de não abstrair seus fundamentos teórico-metodológicos, ou seja, o materialismo histórico e dialético. Trataremos dos princípios teórico-metodológicos estudados, na unidade forma e conteúdo, como articuladores de todas as ações realizadas. Por fim, apresentaremos as ressonâncias do projeto ainda existentes no interior dos municípios, uma vez que, quando se conclui um projeto que abarcou oito anos, este se finaliza apenas formalmente, pois seu aspecto “formador” não se encerra, o que nos afirma a importância dos processos educativos e seus resultados que não são imediatamente perceptíveis.
O presente texto representa o trabalho de formação de protagonistas na Psicologia Histórico-Cultural. Este protagonismo se inicia com a formação de alunos do curso de Psicologia da Universidade Estadual de Maringá que participam do Laboratório de Psicologia Histórico-Cultural, um projeto de ensino e extensão, em que os professores coordenadores mobilizam ações formativas para os futuros profissionais. Com fundamentos no materialismo histórico-dialético, é proporcionado aos alunos processos de autogestão e desenvolvimento de ações em que a prática-teórica metodológica se faz presente. Nesse caminho, uma das ações que se sobressai é a administração do legado de conhecimentos produzidos por diferentes autores consagrados na Psicologia Histórico-Cultural mediante a produção de entrevistas sobre os caminhos produtivos desses autores. Este texto apresenta o resultado do trabalho teórico e conceitual produzido pelo prof. Carl Ratner, durante entrevista produzida e gerida pelos alunos do laboratório. Pretende-se, dessa forma, manter viva a produção e a memória desses grandes pensadores da teoria.
Este artigo tem o escopo de analisar o processo de formação dos Conceitos Científicos, de acordo com os pressupostos da Pedagogia Histórico-Crítica e da Psicologia Histórico-Cultural, sendo assim, buscou-se um aprofundamento teórico nos conceitos de pensamento, linguagem, funções psicológicas elementares,superiors e o processo de mediação. Este estudo classifica-se como de cunho bibliográfico e documental. Obtiveram-se os seguintes resultados por meio desta pesquisa, a formação dos conceitos é um ato real e complexo do pensamento que é influenciado pelos meios externos de desenvolvimento cultural (instrumentos e signos) e pelo processo de desenvolvimento das funções psíquicas. Condições como as experiências familiares, o ambiente escolar e professores mediadores podem influenciar no desenvolvimento dos conceitos científicos, verificou-se também a importância da união entre linguagem e pensamento para a formação dos conceitos científicos. Conclui-se que a interação social contribui para o processo de formação dos conceitos científicos e que os conceitos teóricos presentes na Teoria Histórico-Cultural são importantes para elaboração de práticas pedagógicas contextualizadas e sistematizadas aos objetivos de aprendizagem dos alunos.
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