AgradecimentosAgradeço à população do estado de São Paulo, mantenedora desta universidade, local em que me graduei e cursei o mestrado. Ao governo federal por meio do Conselho Nacional Ao meu companheiro Rafael Dall'Olio. Grata pelas conversas sobre a pesquisa, pela leitura atenta com a lente de um historiador de outra área, pela ajuda com as "coisas do computador", pelo amor de todo dia. É um privilégio compartilhar a vida com você e ver nossa família crescer. Muito obrigada.À minha pequena Clarinha, que me faz viver com mais alegria e dar ainda mais sentido à vida. Durante a pesquisa você foi gestada, nasceu, começou a andar e a falar. Agora está "quase" independente. Suas obras de arte nos papéis das versões preliminares desta pesquisa ficarão guardadas para a posteridade. Agradeço também a outrx filhx que chegará em breve e que quase não fez a mamãe sentir enjoos durante a escrita final deste trabalho. A vocês, meu eterno amor e muito obrigada. Objetivei investigar o processo de escolarização pública na Vila de Cotia, município rural com características culturais caipiras do entorno da Capital paulista, entre 1870 e 1885. No período houve uma retração econômica, porém a oferta de cadeiras públicas foi aumentada. Utilizei-me de variadas fontes, como livros de matrícula, relatórios de inspetores e professores e de governo, legislação, dados estatísticos, periódicos, registros de batismo e casamento, mapas, fotos, crônica, poesias, peça teatral etc., que foram entrecruzadas e interpretadas a partir, sobretudo, dos conceitos de cultura caipira (CANDIDO, 2001a), lar docente (MUNHOZ; VIDAL, 2014), estratégia e tática (CERTEAU), além dos apontamentos de Thompson (1998) quanto à lei da praxis se sobrepondo à do governo. No primeiro capítulo tratei da história local enfatizando o contexto do recorte. O local tinha a economia voltada para o tropeirismo, a subsistência e o abastecimento da Capital. A população era formada sobretudo por roceiros e sitiantes e os bairros eram dispersos e com características comuns, porém com algumas particularidades. No segundo capítulo, para visualizar o processo de escolarização, apresentei mapas com a localização dos bairros de instalação das escolas, possibilitando verificar a interiorização da escolarização e os problemas devidos às dificuldades em demarcações de fronteiras com os municípios vizinhos. No terceiro capítulo dei destaque aos professores. O casal Maria Joanna do Sacramento e João José Coelho morava num lar docente, onde algumas práticas do magistério eram compartilhadas. As fontes confirmaram que os professores das cadeiras da Vila tinham a permanência estável; os professores dos bairros, contrariamente, permaneceram por pouco tempo frente às cadeiras, evidenciando o caráter restritivo da vida nos bairros rurais. Em geral, não exerceram outros cargos antes do magistério, mas depois alguns exerceram outras funções em setores públicos. Apresentei ainda as precárias condições materiais de trabalho vivenciada pelos docentes, que implicaram nos resultados da aprendizagem dos...