O objetivo deste estudo foi investigar se, para as crianças, haveria obrigação de retribuir um favor, enfocando-se as suas justificativas. Realizaram-se entrevistas individuais com 30 crianças, distribuídas em três grupos etários (5-6, 7-8 e 11-12 anos). Utilizou-se uma história na qual um adulto (benfeitor) ajuda uma criança (beneficiário) e investigou-se se o beneficiário deveria retribuir o favor. Os resultados indicaram uma evolução na forma como as crianças concebem a obrigação de retribuir: (a) todas as crianças de 5-6 anos enfocaram consequências para o benfeitor; (b) esse tipo de justificativa diminui com a idade; (c) a retribuição para evitar o juízo alheio negativo foi a explicação mais encontrada entre as crianças a partir dos 7 anos; (d) a retribuição como um bem moral apareceu apenas entre as crianças de 11-12 anos. Este trabalho contribui para a compreensão das diferenças entre gratidão e obrigação e traz subsídios para intervenções educativas.
Apresentam-se resultados de um estudo cujos objetivos foram identificaro que crianças e adolescentes mais valorizam e se esses valores mudam emfunção da idade. Especificamente testaram-se as hipóteses de que, com aidade, haveria: (a) uma diminuição na frequência de valores hedonistase (b) um aumento na frequência de valores relacionados ao bem-estar deoutras pessoas. Os participantes foram 396 jovens de 7 a 14 anos, 58,6%do sexo feminino, estudantes de três escolas públicas (61,1% da amostra)e de duas escolas privadas de Porto Alegre/RS. Esses jovens responderamà pergunta: “O que tu mais queres?”. Submeteram suas respostas a umaanálise de conteúdo, classificando-as em três tipos de valores: hedonistas,relativos ao próprio bem-estar e relacionados ao bem-estar de outros.Para testar as hipóteses, utilizou-se da análise de regressão. Os resultadosindicaram um declínio linear dos valores hedonistas com a idade. Todavia,não se verificou um aumento significativo na frequência de valoresrelacionados ao bem-estar de outros. Constatou-se ainda um aumento significativo,com a idade, da proporção de valores relacionados ao própriobem-estar. Esses resultados são discutidos considerando-se o processo deassimilação e hierarquização de valores na infância e na adolescência, bemcomo algumas características da cultura ocidental contemporânea
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