<p>Considerando o atual contexto da educação básica pública brasileira, o presente estudo teve como objetivo investigar as estratégias de mobilização coletiva de uma equipe de profissionais da educação de uma escola pública de ensino fundamental do Distrito Federal sob a perspectiva da Psicodinâmica do trabalho, abordagem que considera tal mobilização como um meio de ressignificar as vivências de sofrimento em prazer no trabalho. Foi utilizada a metodologia dejouriana. Para tal, foram realizadas observações não sistemáticas, análises documentais e seis sessões coletivas com 12 trabalhadores - professores regentes, professores em desvio de função e orientadora educacional - de uma mesma escola. Pode-se concluir que as estratégias de defesa individuais são predominantes e que a mobilização coletiva entre os profissionais de diferentes atribuições é prejudicada pela falta de um espaço público de discussão onde possam debater sobre suas angústias e prazeres cotidianos do trabalho.</p>
A pesquisa tem como objeto a análise dos argumentos de legitimação das reformas processuais brasileiras, através da comparação dos textos das exposições de motivos dos Códigos de Processo Civil de 1939 e do Anteprojeto do Novo Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015). Estes dois Códigos se apresentam como marcos: o Código de Processo Civil de 1939, elaborado durante o Estado Novo, é o primeiro Código unificado de abrangência nacional; e Novo CPC, cuja origem se encontra no Anteprojeto de Reforma de 2010 é o primeiro em período democrático. Temos como objetivo investigar as semelhanças e diferenças entre os argumentos de legitimação utilizados e a adequação deles aos contextos políticos da cada época, indagando se estes são apenas recursos discursivos de mera legitimação das reformas processuais ou de fato explicações que demonstram as questões práticas que a nova legislação visa solver. Quanto à metodologia, nos apropriamos de ferramentas metodológicas da Análise Semiolinguística do Discurso, feita por Patrick Charaudeau em sua análise do discurso político, para podermos explicitar como que o uso da linguagem e de elementos de construção de sentido que se mostram presentes no plano do discurso são utilizadas de modo a construir justificativas para as concepções de processo, em 1939 e em 2010. Como resultados, temos que, embora situadas em contextos históricos e políticos muito distintos, a elaboração do CPC de 1939 e do novo CPC se aproximam nos procedimentos retóricos e busca de adesão e justificação, variando conforme o vocabulário da época, quanto à justificativa e à necessidade de mudança.
O presente artigo analisou o estado da arte da psicopatologia do trabalho no Brasil, como objeto de pesquisa e como disciplina, a partir de revisão bibliográfica sistemática integrativa. Foi realizado levantamento em bases de dados virtuais utilizando os descritores ‘psicopatologia do trabalho’ e ‘psicopatologia’ (AND) ‘trabalho’. Foram incluídos artigos disponibilizados integralmente em português publicados em revistas com revisão cega de pares contendo os descritores no título, resumo, palavras-chave e/ou corpo do texto. O conjunto final dos textos analisados se constituiu de 28 artigos publicados entre 1992 e 2019 majoritariamente em periódicos da psicologia com psicodinâmica do trabalho como referencial teórico e/ou metodológico. Foram ainda identificadas três tendências no uso do termo ‘psicopatologia do trabalho’ nos artigos: 1) psicopatologia do trabalho como objeto de estudo; 2) como disciplina; e 3) para debater as compreensões das relações entre trabalho e patologias e suas implicações na prática. Enquanto objeto de estudo, as relações entre trabalho e doença mental são negligenciadas. Como disciplina, identificaram-se imprecisões que flexibilizam ou ignoram os limites entre psicopatologia e psicodinâmica do trabalho. Ambas as tendências da literatura podem estar relacionadas com a desconsideração de fatores históricos na determinação da construção dos campos de estudo.
Esta pesquisa tem como foco a história e os desenvolvimentos atuais das Zonas de Compensação, projeto em andamento da UNESP, Brasil, que visa promover o conhecimento artístico e científico. O projeto teve início em 2011 e está estruturado em encontros periódicos, workshops e exposições realizadas ao longo do ano. Os workshops enfocam a aplicação de metodologias científicas e tecnológicas para criar novas obras de arte e projetos relacionados. No espírito de um ambiente de aprendizagem colaborativa, horizontal e criativo, o projeto está aberto a todos os tipos de alunos, desde graduandos a doutorados, e também a artistas externos, sem distinção de idade, nível de bolsa, nacionalidade ou reconhecimento público. Para participar da exposição anual Zonas de Compensação, o único pré-requisito é a participação em qualquer uma das atividades do projeto durante o ano. As atividades acontecem no Laboratório de Arte, Ciência e Tecnologia do Instituto de Artes da UNESP, e também são realizadas remotamente para acomodar a participação de todos os membros. Durante este período de existência, o projeto passou por mudanças e adaptações — em 2020, pela primeira vez, a exposição anual foi realizada on-line, devido às restrições de distanciamento social. O processo foi de adaptação, já que o evento anual, até então, acontecia no campus do Instituto de Arte da UNESP, incluindo palestras de artistas, apresentações e também a galeria. Esta nova abordagem traz novos desafios e oportunidades; neste artigo, exploramos algumas das experiências no desenvolvimento e produção da galeria virtual, que, até então, teve duas edições. Inicialmente, a principal preocupação era recriar a experiência da galeria física, uma vez que, entre outros fatores, o processo de produção da exposição estava em andamento quando do bloqueio pandêmico inicial. Durante essa experiência, desenvolvemos formas inovadoras de explorar este espaço digital, implementando novas ideias sobre como fazer uma galeria de arte. Devido à natureza digital desta nova galeria, as limitações físicas deram lugar a preocupações com a acessibilidade, e os problemas de produção tornaram-se desafios de programação. Os conhecimentos adquiridos ao se construir a galeria 2020 influenciaram as decisões e o planejamento da edição de 2021, na qual alteramos parte da experiência e da interface do usuário para promover um espaço imersivo e não tradicional para a exposição, renderizado em um ambiente totalmente 3D. Neste artigo, pretendemos percorrer alguns dos processos de decisão, desenvolvimento e produção de ambas as galerias virtuais, os desafios e soluções alcançados pela equipe ao trabalhar no festival anual Zonas de Compensação, com enfoque nestes últimos (7,9 e 8.0).
Este estudio presenta un análisis Psicodinámico del Trabajo de profesores reubicados del Distrito Federal de Brasil, Brasilia, a partir de la Clínica del Trabajo. Éstos participaron en 13 sesiones colectivas, dirigidas por una psicóloga, una alumna en práctica y cinco profesoras reubicadas, debido a cuadros depresivos y de ansiedad. Los resultados apuntan hacia una nueva organización del trabajo como generadora de sufrimiento, además de relaciones socioprofesionales deterioradas para estas trabajadoras, que sufren el prejuicio y la exclusión dada su condición de reubicadas. Se destaca la importancia de abrir un espacio de atención para estas profesoras, que se identifican con las colegas de grupo en las sesiones y buscan estrategias para el grupo de las reubicadas. Abstract: This study presents a psychodynamic analysis of the work of functionally relocated teachers from Brasilia, Brazil, using the Clinic of Work. Five relocated teachers due to depressive and anxiety disorders participated in 13 group sessions led by a psychologist and a placement student. The results point to a new organization of work as a generator of suffering, in addition to deteriorating professional relations for these workers, who suffer prejudice and exclusion because of their status as relocated professionals. We highlight the importance of opening a space for these teachers’ care, who identified with each other colleagues in the group sessions and who seek strategies for the group of relocated teachers.
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