This article analyses the everyday activities of female traders in open air markets, houses and streets through a comparative approach based on two ethnographies, one situated in Haiti’s Central Plateau, the other in Kongo Central province of the Democratic Republic of the Congo. In both studies, we identify an essential kind of knowledge needed to do business, namely the creation and maintenance of interpersonal relations that help the trader to form stocks, make journeys, guarantee a clientele, loans and financing in settings of uncertainty and economic instability. Simultaneously, we highlight a moral universe that qualifies more and less acceptable ways of obtaining money. In pursuing this comparative approach, we offer an alternative understanding of economies conventionally treated as informal, proposing an analysis primarily focused on the relations of proximity structuring them.
Baseado em pesquisa etnográfica de longa duração realizada numa vizinhança rural fronteiriça, o artigo argumenta que no Haiti rural contemporâneo existem tanto entendimentos culturalmente específicos de legitimidade e de soberania quanto dispositivos securitários independentes do Estado, inclusive para punição a infratores. As vizinhanças são capazes de exercer certo grau de controle sobre a circulação de pessoas e de mercadorias, mesmo quando agem contra o Estado (como no caso do contrabando), que em muitas instâncias não possui capacidade logística para lhes fazer frente e impor seus desígnios. As vizinhanças são moralmente pautadas por um senso de justiça que opera em grande medida à margem do ordenamento jurídico, cuja máxima expressão é o linchamento de ladrões.
No presente trabalho, proponho-me a seguir viagens feitas por Madame Modlin, uma mulher que se dedicou ao comércio por parte importante de sua vida, e que por esse motivo circulou entre diferentes comunas e províncias no Haiti e na República Dominicana (RD). Interessa-nos observar as condições empíricas de circulação, ressaltando a importância da construção e deterioração de caminhos e estradas, bem como os modos de compartilhamento de informações sobre suas aberturas e bloqueios, os perigos e empecilhos próprios a cada rota, para compreender quem pode passar por onde e quando, e em que condições se pode permanecer. Por fim, sugiro uma crítica etnográfica à associação romântica entre movimento e liberdade, mostrando que o vaivém constante pode ser experimentado como algo duro, obrigatório e indesejável.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.