<p>Este artigo tem como meta realizar uma leitura da obra “A poética do espaço”, do filósofo Gaston Bachelard, analisando especialmente suas possíveis contribuições a uma abordagem geográfica da poesia lírica. Tendo em vista que os estudos geográficos da literatura demonstram historicamente uma predileção pelo gênero romanesco, os geógrafos que pretendem pensar a poesia lírica devem buscar a integração de contribuições teóricas diversificadas. </p>
Este artigo se insere nos estudos que relacionam geografia e literatura e tem como objetivo analisar a obra “José” (1942), de Carlos Drummond de Andrade, que é parte da fase mais politizada do autor (a primeira metade da década de 1940), que inclui ainda os livros Sentimento do mundo (1940) e A rosa do povo (1945). Para tanto, fizemos uma leitura crítica dos poemas, com enfoque geográfico, articulando a questão da política à vivência urbana na modernidade. Do ponto de vista teórico-metodológico, procuramos estabelecer um genuíno diálogo entre os versos e o pensamento geográfico, em que não há hierarquia entre os dois saberes e o discurso do poeta e do geógrafo se imiscuem. Por isso, também produzimos material cartográfico dialogando com o conteúdo literário.
Felippe Valverde, pela orientação, pelo apoio e pela liberdade intelectual que me propiciou em todas as fases da pesquisa. À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pelo apoio financeiro e institucional. Aos professores Júlio César Suzuki e Vágner Camilo, integrantes da Banca de Qualificação que ajudaram a aprimorar o trabalho em diversos aspectos. À Profa. Dra. Maria Mónica Arroyo, minha orientadora de Iniciação Científica, que teve papel fundamental na formação que me permitiu chegar ao mestrado e desenvolver este projeto. Ao Prof. Dr. Heinz Dieter Heidemann, orientador de T.G.I, o primeiro professor a me guiar pelos caminhos da geografia da literatura. À família que sempre foi meu esteio e suporte; à minha mãe, Maria Aparecida Cabañas, uma lutadora que sempre deu todo apoio aos estudos; à Camila Cabañas da Silva, irmã companheira sempre disposta a um bom debate sobre política, sociedade e cultura; ao meu falecido pai, Florivan Pugliesi da Silva, um físico sensível que me ensinou o valor do conhecimento. Aos meus tios, Florinez e Arlindo, que também me deram muito apoio neste período. À Samantha Cerquetani, minha companheira de todas as horas: seu amor me dá energia para seguir em frente. À Universidade de São Paulo (USP), escola que levo no coração e tanto me ensina sobre o mundo, a vida e as pessoas. À Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP), especialmente ao campus de Ourinhos, onde tive a honra fazer parte da primeira turma e dei os primeiros passos dentro da geografia.
Este artigo propõe uma reflexão a respeito da retradução do conto <em>Erostrato</em>, de Jean Paul Sartre, que integra a coletânea de contos <em>O Muro</em>. A partir da proposta de uma nova tradução para o conto, pretendeu-se analisar os efeitos do lapso de tempo entre as duas traduções, as divergências interpretativas, as distintas concepções tradutórias envolvidas em cada um dos projetos.
Tendo em mente o fato de que a geografia tem se aproximado cada vez mais da literatura, desde as últimas décadas do século XX, mas ainda demonstra maior predileção pela narrativa romanesca como objeto de estudos, este artigo objetiva propor uma reflexão sobre o gênero lírico, demonstrando como a poesia, tanto quanto o romance, oferece amplas possibilidades de reflexão e crítica para a geografia. Para isso, procura pensar o livro “Sentimento do Mundo”, de Carlos Drummond de Andrade, amplamente considerado pela crítica como um dos maiores poetas sociais da literatura brasileira, e cujo lirismo social se amplifica no período 1940-1945, que engloba a publicação de “Sentimento do Mundo” (1940) e “A rosa do povo” (1945). Buscaremos demonstrar, pela análise empírica de alguns poemas da obra de 1940, como seu lirismo social está carregado de um conteúdo geográfico.
Este artigo se insere nos estudos que relacionam geografia e literatura e tem como objetivo analisar a segunda obra de poemas de Carlos Drummond de Andrade, “Brejo das Almas”, publicada em 1934, sob a ótica da vivência urbana na modernidade. Para tanto, analisamos as características geográficas da cidade de Brejo das Almas (atualmente Francisco Sá) por meio dos dados de recenseamento e confrontamos sua realidade objetiva com a expressão subjetiva do autor. Buscamos, assim, ir além do conceito de representação, que se limita a uma compilação ou descrição do espaço contido na obra. Procuramos lançar, desta maneira, um olhar “geo-literário” sobre o interior mineiro a partir da obra de Drummond, entendendo a obra literária e o espaço geográfico como uma totalidade. Encontramos na poesia de Drummond sobre o interior de Minas a força das contradições da modernidade e em Brejo das Almas o mote de uma expressão poética que integra o espaço urbano como dimensão da existência.
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