O Supremo Tribunal Federal - STF, em 2011, pôs em julgamento a ADI 2477 e a ADPF 132. Em decisão favorável polêmica, acabou por reconhecer casais homossexuais como entidades familiares e detentores de direitos legais. Tal questão tem enfrentado forte resistência – inclusive religiosa. Em muitos países, essa temática também vem ganhando espaço na mídia que acaba por amplificar controvérsias inerentes aos contornos atuais daquilo que entende-se por família. Tal controvérsia acaba por entrelaçar em um mesmo destino, mediadores de diversas ordens: mídia, juristas, cidadãos comuns, religiosos etc. O objetivo do presente artigo, portanto, é uma análise do processo produtivo do artefato família na atualidade por meio de um rastreamento de mediadores diversos, controvertidas redes que o colocam em circulação. Com o foco na questão da união homoafetiva e em sintonia com a Teoria Ator-rede – TAR, nossa proposta é seguir de elo em elo a família como um efeito de redes de elementos heterogêneos e gerar um relato cartográfico.
O Supremo Tribunal Federal - STF, em 2011, pôs em julgamento a ADI 2477 e a ADPF 132. Em decisão favorável polêmica, acabou por reconhecer casais homossexuais como entidades familiares e detentores de direitos legais. Tal questão tem enfrentado forte resistência – inclusive religiosa. Em muitos países, essa temática também vem ganhando espaço na mídia que acaba por amplificar controvérsias inerentes aos contornos atuais daquilo que entende-se por família. Tal controvérsia acaba por entrelaçar em um mesmo destino, mediadores de diversas ordens: mídia, juristas, cidadãos comuns, religiosos etc. O objetivo do presente artigo, portanto, é uma análise do processo produtivo do artefato família na atualidade por meio de um rastreamento de mediadores diversos, controvertidas redes que o colocam em circulação. Com o foco na questão da união homoafetiva e em sintonia com a Teoria Ator-rede – TAR, nossa proposta é seguir de elo em elo a família como um efeito de redes de elementos heterogêneos e gerar um relato cartográfico.
Em uma atualidade de intensa instabilidade, entendemos que a Teoria Ator-rede apresenta-se como potente referencial teórico-metodológico para a análise da realidade, pois nos remete a alianças, fluxos e mediações, referindo-se a ação de elementos heterogêneos conectados, caracterizados pela possibilidade do desvio. Nesse caso, a mediação pode ser entendida como um aspecto humano ou não-humano capaz de mobilizar, modificar, potencializar ações dentro de um circuito constituído por uma heterogeneidade de mediadores. Essa perspectiva nos ajuda a entender a realidade a partir da temporalidade das amarrações diversas. É com este foco que nos voltamos para a produção do artefato família na atualidade. Diferentemente de um processo estabilizado na concepção “pai, mãe e filhos” –naturalizado até meados do séc. XX – estas redes parecem instabilizar-se gradativamente. Muitas têm sido as mudanças que acabam por trazer controvérsias para uma circulação estável daquilo que entendemos por família, pois diferentes modos de produção de família colocam em xeque uma natividade possível. Nesse âmbito, um fator de instabilidade, que consideramos por demais pertinente nessa temática, tem sido a prática do divórcio e suas questões acerca da guarda dos filhos. Desse modo, nosso foco de análise no presente trabalho reside na produção da família em uma perspectiva de redes. A pesquisa se propõe a abordar as práticas cotidianas que produzem tal artefato agenciado a um fluxo de heterogêneas e controvertidas mediações em constante movimento – como as questões referentes ao divórcio e à guarda dos filhos. Buscaremos desenvolver uma cartografia descritiva da produção da família na atualidade como efeito de redes, evidenciando suas dinâmicas de conectivas. Palavras-chave: Teoria Ator-rede; Família; Guarda-compartilhada.
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