Refletimos, no presente estudo, acerca do pensamento de Rodolfo Kusch e outros aportes dos conhecimentos ameríndios para pensar a educação e aprendizagens interculturais com os Guarani. O objetivo é apresentar e compreender modos de viver dos Guarani, aprofundando diálogos interculturais e experiências de linguagem e educação entre professores, estudantes não indígenas e educadores Guarani. A metodologia adotada é qualitativa e segue passos da pesquisa participante, conforme Brandão (1984; 1987). As conclusões mostram princípios de uma educação seminal operados pela espiritualidade, respeito e vivência como estratégias educativas dos Guarani. Trata-se de educação inter(geo)cultural que considera aldeias e cultura guarani como espaços de formação que ultrapassam os modos rituais da educação tradicional das escolas e universidades.
This article proposes discussions about the education in the indigenous school, from the perspective of the Mbya-Guarani people of the villages Tekoa Ka'agui Poty and Tekoá Yvy Poty, sur of Brazil. The indigenous school wanted to transform from the model of a colonialist and integrationist school into a place of ethnic resistance and the preservation of culture. As a public policy, its effectiveness depends on governmental perspectives that are influenced by non-indigenous difficulty in understanding and respecting the Guaraní culture. The Guarani make no distinction between life, education, and spirituality and want a school that contributes to strengthening this way of living. The research methodology is inspired by participatory and collaborative research, which provides reciprocal and symmetrical exchanges between indigenous and non-indigenous people.
Las comunidades indígenas Mbyá-Guaraní de los municipios de Estrela Velha (Tekoá Ka’agui Poty) y Salto do Jacuí (Tekoá Porã), en Río Grande del Sur, región de Brasil, usan la red social Facebook para comunicarse. En la investigación etnográfica (Geertz, 1989), realizada entre 2014 y 2015, en esas aldeas y en Facebook, son destacados los procesos de comunicación establecidos con otros indígenas y no indígenas, como la fagocitación (Kusch, 1986). Destacamos la comunicación por medio de las alteridades en las relaciones culturales, la presencia abundante del cuerpo en las imágenes narrativas, y el nombre sagrado en la constitución y en el modo de comunicación del guaraní. Además, la resignificación del sentido de objetos como el smartphone y lo relativo a las alteridades, que se conforman en fagocitación de los conocimientos.
O presente artigo traz recortes reflexivos extraídos da pesquisa de pós-doutorado desenvolvida com os povos indígenas da etnia Guarani que vivem no Rio Grande do Sul, região sul do Brasil. Este tem como proposta refletir sobre a educação e a constituição do humano a partir das cosmologias desse povo, buscando compreender esses processos desde o ritual de nomeação da criança Guarani, do xamanismo e dos processos que levam à transformação da pessoa em animal, segundo a concepção ameríndia. Com base nessas compreensões, podemos ampliar a noção de espiritualidade no contexto da educação ameríndia, bem como aprofundar as investigações acerca da epistemologia xamânica e da vivência das infâncias, com aportes da Psicologia Junguiana. A pesquisa foi desenvolvida na perspectiva dos estudos autoetnográficos com lideranças e professores Guarani1.
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