RESUMO: Estudou-se uma população de 349 mulheres que deram à luz no período de 01/05/86 a 31/07/86, num Serviço de Obstetrícia da Grande São Paulo. Os resultados revelam que o grupo de gestantes adolescentes (22,2%) teve uma assistência pré-natal deficiente, já que a grande maioria (70,6%) teve a primeira consulta no segundo trimestre, tendo em média duas consultas. Durante a gestação, este grupo apresentou menor incidência de patologias com tratamento ambulatorial (39,3%) e hospitalar (7,9%), em comparação com as gestantes adultas (44,4% e 14,7%, respectivamente). Em relação ao tipo de parto, as adolescentes apresentaram maior proporção de partos operatórios, sendo 25,7% por fórceps e 22,9% cesárea, contra 14,7% e 19,7% nas gestantes adultas, respectivamente. Verificou-se nas gestantes adolescentes maior proporção de intercorrências intraparto (12,9% contra 8,2% nas gestantes adultas), predominando neste período a hemorragia e a toxemia. Quanto as intercorrências no puerpério, estas se verificaram em 15,7% das gestantes adolescentes e era 11,8% das adultas, sendo a anemia pós-parto, a toxemia e a infecção puerperal as patologias mais comuns. DESCRITORES: INTRODUÇÃOAs mudanças nos padrões de comportamento experimentadas pelos adolescentes nas últimas décadas revelam problemas que repercutem nos aspectos biopsicossociais deste grupo, sendo, sem dúvida, a de maior repercussão aquela relacionada aos padrões que envolvem a atividade sexual.Como conseqüência das mudanças relacionadas ao exercício da sexualidade, pode-se registrar o alarmante aumento no índice de gravidez entre adolescentes. Diversos fatores podem ter contribuído para tanto, entre eles: menarca precoce; casamento tardio; deficiência na educação sexual; estilo de vida urbana e quase total ausên-cia de serviços de saúde especializados em adolescentes 2,3,12 .Considerada de alto risco 3 , a gravidez na adolescência chamou a atenção de muitos pesquisadores pela maior incidência de intercorrências obstétricas apresentadas nesta faixa etária, quando comparadas a outras idades, tais como: toxemia, infecção urinária e anemia, que influem diretamente nas taxas de morbimortalidade materna e perinatal 1,2,6 . Esses estudos revelam que essas mudanças de comportamento não vêm sendo acompanhadas através do tempo pela total satisfação dessas necessidades em nível de serviços de saúde. De acordo com os levantamentos de Friedman e Edströh 5 , bem como o do Ministério da Saúde no Brasil 7 , só ultimamente se tomou consciência dessa problemática em nível de saúde pública, tendo-se desenvolvido as primeiras estratégias de planejamento de serviços de saúde dirigidas aos adolescentes.Portanto, para atender adequadamente às necessidades de saúde desta população são necessários a identificação e o conhecimento precisos da magnitude dos problemas, para se estabelecer prioridades e traçar projetos adequados e viáveis a nível de assistência à saúde.O objetivo do presente trabalho é verificar as intercorrências e o tipo de assistência ofereci-
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.