Resumo Neste artigo, eu proponho uma tradução do romance A gorda, escrito por Isabela Figueiredo. Se a literatura não é um lugar essencialmente de emancipação, esforço-me em traduzi-lo, enquanto prática política de leitura, a partir da noção de gênero, segundo teorias que diagnosticam e problematizam a condição do corpo da mulher como objeto de discursos e práticas de opressão. Para tanto, parto da hipótese de que a forma como o romance de Isabela foi escrito aproxima-o da noção de “escrita de si”. Dessa maneira, o romance se torna a expressão de um corpo falante, que se contrapõe à noção do sujeito Mulher.
Neste ensaio, a pergunta fundamental dos estudos de literatura é posta em questão. O objetivo é tentar explorar as funcionalidades da literatura quando são evocados os “tempos autoritários”. Afinal, dizem que é sobretudo nestes momentos que se desponta na literatura o seu papel humanista de combate à “barbárie”. Mas o que de fato isso quer dizer numa sociedade que se caracteriza mesmo por atualizar ou produzir novas formas de subalternizar quem é excluído da norma, da identidade?
Neste trabalho, levantam-se algumas questões sobre a democracia representativa a partir da leitura e análise de uma cena do Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago, em que as personagens mulheres protagonizam uma disputa com homens, pelo direito de manifestarem suas vozes, sem a necessidade serem representadas por daqueles.
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