Resumo O artigo apresenta uma revisão da obra de Francis Chateauraynaud, contextualizando o autor no âmbito da sociologia pragmática francesa e discutindo suas principais contribuições para tal corrente. Chateauraynaud desponta como um dos principais nomes desse movimento surgido na França em meados da década de 1980, participando ativamente de sua renovação a partir da década seguinte. No artigo enfatiza-se o aspecto teórico da sua obra, em especial a complexificação da reflexão pragmática sobre a produção da crítica, o que o autor faz, principalmente, a partir de uma síntese dos elementos perceptivo e dialógico da ação social. Dessa forma, ele acompanha o desdobramento de sua sociologia da percepção em uma pragmática das transformações.
The aim of the current article is to analyze vulnerability in the municipality of Anchieta, Espírito Santo State (ES), Southeastern Brazil, as a historical process, by taking into consideration the implementation of the mining company Samarco in the 1970s as part of the large-scale industrial project policy put in place in the state. Assumingly, as modernization advances, disaster risks emerge within a context of territorial vulnerability, whose effects are not limited to a specific moment in time. Based on interviews conducted with the local population and on consultations in macro-economic data, the study has identified that (1) the vulnerability of Anchieta is correlated to the global modernization process, to the core-periphery model implemented in Latin America and to neoextractivist mining-dependency; (2) the territorial heteronomy renders Anchieta dependent on Samarco operations. In light of Fundão dam’s disaster in the municipality of Mariana, Minas Gerais State (MG), the vulnerability of Anchieta became evident after Samarco operations were interrupted.
A temática “riscos e desastres” tem chamado cada vez mais a atenção de estudiosos das Ciências Sociais e Humanas, visto o papel que os aspectos sociais e políticos têm na construção das vulnerabilidades e injustiças socioambientais. Neste editorial de seção especial, refletimos sobre situações de risco que comunidades, vulnerabilizadas pelo processo de expansão do sistema capitalista, vêm vivenciando em um contexto de incertezas associado à configuração contemporânea da modernidade. Com o foco centrado sobre a experiência dos riscos e desastres na periferia global lusófona, discutimos sobre a relação entre natureza e sociedade na produção de riscos, sobre a pluralidade do Antropoceno e sobre dois eixos centrais do problemas dos desastres em territórios periféricos: (neo)extrativismo e ocupação urbana.
Este artigo pretende oferecer uma contribuição ao estudo comparativo do pensamento social e político elaborado desde a periferia global. Ao traçar paralelos e apresentar pontos de desacordo, o objetivo é analisar os pensamentos de José Carlos Mariátegui, Léopold Sédar Senghor e Kwame Nkrumah, com o argumento de que suas trajetórias enquanto intelectuais engajados politicamente na periferia global levaram-nos a enfrentar desafios teóricos bastante próximos. Três questões são apresentadas como chaves para a realização desta empreitada, devido à posição central que ocupam nas obras dos autores: um projeto de emancipação fundado no socialismo, uma ideia de modernidade que se articula com elementos societários pré-coloniais da América Latina e da África e a necessidade de uma identidade regional que oferecesse um senso de comunidade alternativo aos impostos pelo colonialismo. Esses elementos serão discutidos ao longo das três seções que estruturam o texto.
The pragmatism of George Herbert Mead has been fundamental to the sociological understanding of the self. However, the complexity of his work is largely unrecognized in the discipline. This mainly affects the way in which Mead intertwined discursivity with the materiality of experience in his conception of human subjectivity. Through a metatheoretical analysis, the present article proposes a straightforward approximation between Mead’s theories of the self and the act to contemplate the incidence of processes encompassed by the latter upon the former. Based on this movement, and after a dialogue with Francis Chateauraynaud’s pragmatic sociology, the article suggests a new Meadian-inspired sociological alternative to the concept of self, attentive to its material dimension and centered on the concepts of outer and inner grasps. The current discussion about the ontological politics in the context of a new mastery of nature allows for an empirical exercise of the argument.
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