Este trabalho pretende entender como John Searle compreende a mente enquanto propriedade do cérebro. A partir da obra A Redescoberta da mente, consideramos, em primeiro lugar, alguns sentidos que parecem caracterizar a investigação de Searle em vista de um redescobrimento da mente. Ora, são visíveis na obra dois sentidos entrelaçados: o científico e o filosófico. Por sentido científico, poder-se-ia denominar esse que aparece desde a introdução ese estende por toda a obra, pois visa estabelecer um estatuto biológico da mente. Já o sentido filosófico é aquele que propõe não reduzir a esfera do mental ao olhar objetivo do mundo, o que configura, talvez, sua postura filosófica, sobretudo quando diz que pretende “não decretar ou predizer o futuro da pesquisa, seja em filosofia, ciência ou outras disciplinas”.2 Essas são asrazões pelas quais seria necessário caracterizar este sentido como pesquisa, que num aspecto forte pode ser denominado de procura pelo estatuto da mente. O sentido científico, em contraponto, é o fim último da pesquisa, que significa encontrar a solução adequada para o problema sobre a mente, ou, pelo menos, dar um passo correto para a solução; tornando o caminho plano para o redescobrimento da mente. Além disso, estudamos em Searle em quemedida a mente exerce relações com o cérebro, e, nessa perspectiva, como seria possível redescobri-la nas interações biológicas com o corpo.
O método cartesiano, que põe em xeque não apenas as crenças do senso comum, mas até mesmo os fundamentos mais sólidos da ciência e da metafísica, parece fortemente exprimir do filósofo uma postura cética. O que o faz, então, a despeito da ruína de todos os conceitos de verdade investigados radicalmente pelo filósofo, ainda assim decidir filosofar buscando o alcance de ao menos um mínimo conhecimento certo e indubitável? Se Descartes, no decurso de seu exigente exercício filosófico de meditar, põe-se de forma tão radical diante de todo conhecimento filosófico da tradição, reconhecendo a necessidade e urgência de duvidar de todas as coisas na busca pela verdade, por que ele nunca põe a verdade em dúvida? Como compreender esta postura paradoxal do filósofo: a de nunca duvidar da verdade? O objetivo de nosso trabalho é mostrar como o problema da verdade emerge como problema filosófico na filosofia cartesiana, explicitando por quais expedientes Descartes exerce o enfrentamento desse problema e alcança o conhecimento da noção de verdade.
Como um exercício de escrita rebelde, aliás, como toda escritura deve ser em sua potência, este ensaio pretende encetar, a partir da peculiar visão autoral dos que assinam este texto, alguns conceitos-chave para cursos de leitura e produção de textos e outros cursos correlatos que são ofertados nas Universidades brasileiras. Sem pretender ser exaustivo, posto que ensaiamos, os autores, todos eles docentes-pesquisadores-escritores, povo de Letras e da Cultura, tecem suas compreensões acerca da língua\linguagem, da interface entre leitura e escrita, da formação docente na/para a escrita, do discurso, do(s) poder(es), da criação, da pesquisa, da ciência, da universidade, dentre outros desdobramentos e tópicos não menos relevantes. A metodologia é autoetnográfica - por falta de nome melhor, multirreferenciada e experimental valendo-se de memórias, digressões e, acima de tudo, da coragem, que entendemos indissociável da prática do pensar, para criar, teorizar e tensionar a partir de uma produção de conhecimento cujos horizontes epistemológicos permitem deslocar o que se queria findo, assentado, pronto.
Resumo: Por intermédio da análise dos gêneros carta e conto escritos por Machado de Assis, procuramos oferecer uma resposta à questão do horizonte ético e moral que opera nos textos do autor. Trabalhamos numa perspectiva interdisciplinar, pois dialogamos com filósofos, historiadores e críticos literários procurando, num primeiro momento, demonstrar que a noção de cuidado de si se mostra na correspondência machadiana a partir da perspectiva de cura de si, isto é, um tipo de sabedoria dos antigos gregos e romanos que o autor lança mão para realizar e organizar o pensamento literário, seu e de seus pares, na direção das publicações e conquistas no âmbito da literatura. Num segundo momento, demonstramos que o cuidado de si terá outro sentido nos textos de ficção, pois se volta para um cuidado da alma no sentido do desenvolvimento do pensamento crítico do sujeito em relação ao eu e ao outro, ao indivíduo e ao mundo social. Palavras-chave: Machado de Assis; Cuidado de Si; Cartas; Literatura. The care of the self as an ethical perspective in Machado de Assis Abstract : Through the analysis of the genres letter and short story written by Machado de Assis, we try to offer an answer to the question of the ethical and moral horizon that operates in the author's texts. We work in an interdisciplinary perspective, as we dialogue with philosophers, historians and literary critics, trying, in a first moment, to demonstrate that the notion of self-care is shown in Machado's correspondence from the perspective of self-cure, that is, a kind of wisdom from the ancient Greeks and Romans that the author uses to accomplish and organize the literary thought, his own and his peers', in the direction of publications and achievements in the field of literature. In a second moment, we demonstrate that the care of the self will have another meaning in fiction texts, since it turns to a care of the soul in the sense of the development of the subject's critical thought in relation to the self and to the other, to the individual and to the social world. Keywords: Machado De Assis; Self-Care; Letters; Literature. Le souci de soi comme perspective éthique chez Machado de Assis Résumé : A travers l'analyse des genres lettre et nouvelle écrits par Machado de Assis, nous essayons d'offrir une réponse à la question de l'horizon éthique et moral qui opère dans les textes de l'auteur. Nous travaillons dans une perspective interdisciplinaire, car nous dialoguons avec des philosophes, des historiens et des critiques littéraires en essayant, dans un premier temps, de démontrer que la notion d'auto-soin apparaît dans la correspondance de Machado dans la perspective de l'auto-cure, c'est-à-dire une sorte de sagesse des anciens Grecs et Romains que l'auteur utilise pour accomplir et organiser la pensée littéraire, la sienne et celle de ses pairs, vers des publications et des conquêtes dans le domaine de la littérature. Dans un deuxième temps, nous démontrons que le souci de soi aura un autre sens dans les textes de fiction, car il se transforme en soin de l'âme au sens du développement de la pensée critique du sujet par rapport au moi et à l'autre, à l'individu et au monde social. Mots-Clés: Machado De Assis; Soins Personnels; Letres; Littérature. Data de registro: 22/11/2022 Data de aceite: 24/04/2023
Este artigo tem como objetivo tratar a roupa não só como cobertura para o corpo, segunda pele ou fashion statement, mas como objeto de empoderamento de seu usuário/usuária, artefato de poder, algo que confere de algum modo habilidades especiais a quem a usa. De Machado de Assis aos Irmãos Wachowski, propõe-se, num voo de pássaro freudiano, que a roupa (em particular a feminina, mas não só) seja vista como uma porta (ou mesmo uma membrana mucosa) para o poder, tanto social quanto sexual.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.