O trabalho analisa saberes tradicionais dos Kaingang no que tange à saúde e ao ambiente. Decorre de pesquisa de campo realizada entre 2015 e 2017 na Terra Indígena Foxá, em Lajeado, Rio Grande do Sul, investigação que se insere nas pesquisas desenvolvidas pelo Projeto de Pesquisa Identidades Étnicas em territórios da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas, da Universidade do Vale do Taquari. O problema central da pesquisa parte da presente indagação: O reconhecimento dos saberes tradicionais dos indígenas Kaingang atinentes à saúde pode servir de meio de preservação ambiental? Assim, o objetivo do trabalho constituiu em identificar se o reconhecimento dos saberes tradicionais xamânicos pode influenciar na preservação do meio ambiente. Em termos metodológicos, adotou-se a pesquisa qualitativa, com perfil exploratório, ancorada em técnicas de pesquisa bibliográfica e análise documental, com o uso da história oral para realização de entrevistas. Por fim, entende-se que a relevância dos Kujà e o respeito aos saberes tradicionais, associados à saúde na Terra indígena Foxá, pode ser instrumento de descolonização da saúde indígena e preservação ambiental.
O presente trabalho tem o objetivo de identificar manifestações de (in)tolerância em relação aos indígenas Kaingang da Terra Indígena Jamã Tÿ Tãnh, oriundas a partir de uma publicação na fanpage do jornal O Informativo do Vale, com circulação na Região Vale do Taquari, Rio Grande do Sul. Como procedimento metodológico foi realizada pesquisa de campo, levantamento bibliográfico e de fontes impressas e digitais dos comentários publicados na fanpage do jornal O Informativo do Vale no facebook. Ademais, é realizado um estudo sobre a intolerância no cibermundo, pelo viés do respeito e reconhecimento da diversidade nas redes sociais. Foi selecionada uma amostragem de comentários, os quais, foram agrupados nos eixos: trabalho, etnocentrismo e discurso de ódio. Por fim, compreende-se que tais comentários estão sedimentados em uma visão negativa desta comunidade indígena, entretanto, estes deslizes morais podem ser relevantes, justamente, para compor as lutas por reconhecimento e respeito destes sujeitos de direitos.Palavras-chave: Cibermundo. Etnocentrismo. Indígenas.
Resumo: O ensino da temática indígena passou a figurar como obrigatório nos estabelecimentos de ensino básico a partir da entrada em vigor da Lei 11.645/2008. Apesar de suas lacunas, a Lei insere-se nos esforços para o reconhecimento e respeito aos coletivos indígenas, promovendo um diálogo intercultural. Em que pese este significativo avanço legislativo, instituir as propostas legais representa um desafio. Este artigo, produzido desde pesquisas sobre história, cultura e ancestralidade indígena, tem como objetivo propor a interlocução da temática indígena no espaço escolar a partir dos princípios que fundamentam o Buen Vivir. Em termos metodológicos, trata-se de uma pesquisa qualitativa, uma vez que se buscam formas de (re)interpretar a questão indígena a partir de saberes outros. Desse modo, a (re)construção do conhecimento sobre a temática indígena no espaço escolar requer um diálogo qualificado entre gerações, capaz de permitir que a aprendizagem promova a autonomia e contribua para uma formação cidadã voltada para o respeito à natureza e a todas as formas de vida. Por fim, compreende-se que a correta inclusão da temática indígena na escola promova o fortalecimento do respeito e o reconhecimento da diversidade cultural, minimizando a dívida da República com esta parte de si.
Palavras-chave: Ancestralidade. Buen Vivir. Educação.
Este ensaio tem como objetivo refletir sobre a “utilidade” da Educação Física escolar (EF) a partir dos princípios do Buen Vivir oriundos dos saberes ancestrais dos povos originários latino-americanos. Parte da premissa de que a lógica capitalista parece insistir em se fazer presente em quase todas as dimensões humanas, com pretensões de se naturalizar como orientadora prioritária em todas as práticas sociais, em especial na educação escolar. Ao não se “adaptar” à referida lógica, a Educação Física é rotulada – veladamente ou não – como componente curricular insignificante no ambiente escolar, e seus conteúdos considerados inúteis. Diante disso, ousamos pensar que a principal utilidade da EF escolar residiria, talvez, naquilo mesmo que ela tem de inútil, de gratuito, logo, de resistência à lógica da mercadoria. Buscamos subsídios para fundamentar a referida tese a partir da interculturalidade, especificamente no que se refere à cultura dos povos indígenas. Assim, a Educação Física escolar, a partir dos modos de ser e existir desses povos, pode ser pensada como um caminho para a cultura do bem viver, orientada pelo respeito à diversidade, a cooperação, a solidariedade e a harmonia entre todos os seres.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.