FUNDAMENTOS: A situação de alta prevalência da escabiose, associada ao baixo grau de autodiagnóstico e à estigmatização dos parasitados, contribui para a automedicação. OBJETIVOS: Verificar a percepção dos pacientes com escabiose em relação à doença, às possibilidades diagnósticas consideradas, à automedicação realizada e os sentimentos diante do conhecimento do diagnóstico. MÉTODOS: Em estudo prospectivo de série de casos, foram entrevistados 65 pacientes com diagnóstico clínico de escabiose atendidos no ambulatório de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, em Recife, Brasil. RESULTADOS: Apenas 47,7% deles acreditavam que seus sintomas fossem devidos à escabiose, e 86% achavam que esses poderiam ser devidos a outras enfermidades, como infecções, picada de insetos e alergia a contactantes. Como automedicação, observada em 55,4% dos pacientes, os produtos mais utilizados foram os sabões e as plantas. O diagnóstico da escabiose levou a sentimentos negativos em 56,7% dos casos. CONCLUSÕES: O estudo evidenciou ser baixo o grau de suspeição de escabiose entre os infestados. A automedicação foi utilizada em mais da metade dos pacientes, geralmente com produtos inadequados para o tratamento da parasitose. É freqüente o diagnóstico da escabiose levar a sentimentos negativos, indicando a importância da atenção integral ao paciente.
COMUNICAÇÃOCabeça e pescoço de crianças mais velhas e adultos imunocompetentes não raro são afetados na escabiose, mas há pouca descrição das lesões observadas.1 O diagnóstico é clínico, pois o raspado tem baixa sensibilidade.2 Realizado estudo para dar subsídios no diagnóstico da infestação nesses locais.Incluídos 124 pacientes com idade igual ou superior a cinco anos e diagnóstico clínico de escabiose clássica. Foram fotografadas lesões na cabeça e no pescoço que pudessem ser atribuídas à escabiose, como pápulas, crostas, pústulas, nódulos, descamação, escoriações ou vesículas, e feito raspado, com lâmina única para cada local isoladamente: couro cabeludo, face, pescoço ou região auricular, pré e retroauricular.As lesões foram assim classificadas: a) confirmadas com o raspado: qualquer apresentação clínica com raspado positivo, 3 b) diagnosticadas clinicamente: pápulas eritematosas com ou sem crostículas e crostículas isoladas, com raspado negativo, excluídas outras dermatoses, c) apenas suspeitas: não consideradas devidas à escabiose pela não exclusão de outras doenças, como placas e máculas eritêmato-escamosas, pústulas, vesículas, e raspado negativo. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética da UFPE.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.