Resumo -Nas últimas décadas, o declínio de populações de abelhas silvestres e o colapso de colônias de Apis mellifera têm preocupado pesquisadores e apicultores. O objetivo deste artigo de revisão foi compilar alguns dos estudos mais relevantes relacionados às possíveis causas desses problemas -como nutrição, manejo, patógenos, parasitas e efeitos de agrotóxicos -, além de apresentar um breve histórico da síndrome "colony collapse disorder" (CCD) nos Estados Unidos e na Europa. Abordaram-se com mais detalhes os estudos desenvolvidos no Brasil, principalmente sobre agrotóxicos utilizados na agricultura e patógenos e parasitas que acometem as colônias de A. mellifera africanizada. Casos de enfraquecimento, declínio e colapso têm sido registrados, principalmente nos estados de São Paulo e Santa Catarina, que somam grandes perdas. Resultados das ocorrências analisadas indicaram que as mortalidades em massa registradas no Brasil não estavam associadas a patógenos ou a parasitas. Somente dois casos com características semelhantes às descritas para CCD foram registrados, porém sem causas definidas. Para que se conheçam as causas de enfraquecimentos e perdas de colônias de abelhas, é urgente a implementação de programas oficiais de levantamento sistemático da sanidade apícola, associados a pesquisas com foco nas avaliações dos possíveis impactos da fragmentação de habitats e das práticas agrícolas sobre as comunidades de abelhas.Termos para indexação: Apis mellifera, abelha africanizada, distúrbio do colapso das colônias, nutrição de abelhas, patologia apícola, polinização. Weakness and collapse of bee colonies in Brazil: are there cases of CCD?Abstract -In the last decades, the decline of wild bee populations and the collapse of Apis mellifera colonies have concerned researchers and beekeepers. The objective of this review was to compile some of the most relevant studies related to the possible causes of these problems -such as nutrition, management, pathogens, parasites, and the effects of pesticides -, besides presenting a brief history of the colony collapse disorder syndrome (CCD) in the United States and Europe. The studies developed in Brazil were presented in more detail, mainly those on pesticides used in agriculture and on pathogens and parasites that attack the colonies of Africanized A. mellifera. Cases of weakening, decline, and collapse have been recorded in Brazil, mainly in the states of São Paulo and Santa Catarina, which add up to great losses. Results of the analyzed occurrences indicated that the recorded mass mortalities were not associated with pathogens or parasites. Only two cases with characteristics similar to those described for CCD were recorded, but without defined causes. In order to know the causes of the weakening and collapses of colonies, the implementation of official programs is urgent for the systematic survey of bee health, associated with research focusing on assessments of possible impacts of habitat fragmentation and agricultural practices on bee communities.
O objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho de produtos regionais do Nordeste na alimentação de colônias de abelhas (Apis mellifera), em um período de escassez de floradas. Foram fornecidas dietas às abelhas, contendo 20% de proteína bruta, à base de feno de mandioca (Manihot esculenta) e farinha de vagem de algaroba (Prosopis juliflora), feno de mandioca e farelo de babaçu (Orbygnia martiana), farelo de babaçu e Purilac (sucedâneo para bezerros da marca Purina) e pólen apícola de Palmae. As colônias foram analisadas quanto ao peso e às áreas de alimento e cria. Não foi observada diferença significativa entre os tratamentos em relação às áreas de cria. Apesar de a pasta com pólen ser a mais consumida, este alimento mostrou conversão alimentar menor do que as demais dietas fornecidas. As colônias que receberam pasta de feno de mandioca com farelo de babaçu tiveram maior peso final. Todos os alimentos mostraram-se eficientes na manutenção das colônias.
A abelha sem ferrão Melipona subnitida atualmente está presente em quase toda a região nordeste, em função da boa adaptabilidade ao semiárido nordestino e do potencial econômico-ecológico proporcionado pela produção de mel e pela polinização de cultivos em condições de confinamento. Apesar disso, é uma espécie ameaçada devido a processos de degradação ambiental, dentre os quais estão o desmatamento, o uso indiscriminado de agrotóxicos e o extrativismo. Tais interferências tendem a isolar as populações de Jandaíra, provocando uma queda na variabilidade genética e, consequentemente, uma redução na capacidade adaptativa da espécie. Porém, técnicas de biologia molecular estão sendo implementadas, possibilitando que populações desse tipo sejam avaliadas quanto ao seu grau de variabilidade genética. Marcadores moleculares do tipo microssatélites de DNA vêm sendo bastante usados, porém, em função do alto custo exigido para seu desenvolvimento, diversos estudos vêm empregando microssatélites transferidos de táxons próximos com amplo sucesso em estudos voltados à caracterização e à diversidade genética. Dessa forma, a presente revisão objetivou avaliar os mais relevantes aspectos bioecológicos e genético-comportamentais envolvidos na conservação da abelha Jandaíra, a fim de auxiliar na avaliação do grau de diversidade genética da espécie, bem como da sua distribuição entre indivíduos e populações da abelha sem ferrão M. subnitida.
Esta pesquisa foi realizada com o objetivo de avaliar a existência de efeito tóxico em alimentos protéicos alternativos fornecidos para abelhas Apis mellifera. Medindo-se o tempo médio de mortalidade e o índice de mortalidade de abelhas confinadas, avaliou-se a existência de efeito tóxico do: (a) feno das folhas de mandioca (Manihot esculenta); (b) feno das folhas de leucena (Leucaena leococephala); (c) farinha de vagem de algaroba (Prosopis juliflora); (d) farinha de vagem de bordão-de-velho (Pithecellobium cf. saman); (e) farelo de babaçu (Orbygnia martiana) e (f) sucedâneo do leite para bezerros da marca Purina®. O tempo médio de mortalidade variou de 4,46 a 11,74 e o índice de mortalidade variou de 4,58 a 12,80. Durante o experimento, obsevou-se que as abelhas alimentadas com farinha de bordão-de-velho ficavam envoltas em uma crosta de alimento, morrendo asfixiadas posteriormente. Os resultados demonstraram que a farinha de bordão-de-velho não deve ser fornecida às abelhas. Não foi observado efeito tóxico nos demais alimentos estudados.
Dentre os fatores que contribuem para a baixa produtividade e elevada taxa de abandono de colmeias, em regiões de clima quente, como o Nordeste brasileiro, destaca-se a falta de sombreamento nos apiários. Embora a maioria dos apicultores instale suas colmeias sob a sombra de árvores, a vegetação nativa do semiárido sofre intensa queda de folhas, no período de estiagem, deixando as colônias totalmente ABSTRACT RESUMOà mercê dos fatores climáticos (Pereira et al. 2000, Pereira 2002.A influência de fatores ambientais, como temperatura, umidade relativa do ar e insolação, sobre o desenvolvimento e o comportamento de colônias de abelhas, tem sido demonstrada em várias pesquisas
Resumo. Distribuídas principalmente nas áreas de clima Tropical e Subtropical Temperado, abelhas-sem-ferrão (tribo Meliponini) se destacam por sua grande diversidade, com variados padrões de morfologia e comportamento. Além de sua importância econômica, são cruciais para a polinização de vegetação selvagem e cultivada. Porém, suas populações estão reduzindo devido à degradação ambiental. Portanto, uma revisão sistemática da literatura foi realizada, por meio de uma busca no banco de dados da Web of Science por estudos voltados à abelhas-sem-ferrão, nos principais países da região Pantropical. Foram avaliadas todas as publicações, porém, com maior ênfase aos estudos voltados à aplicação de marcadores moleculares. Somente 11,25% do que foi produzido para Apis mellifera foi gerado de publicações com abelhas-sem-ferrão, sendo que os países que mais se destacaram foram o Brasil, Austrália e México. Os marcadores moleculares mais abordados foram os microssatélites de DNA (SSRs) e os marcadores mitocondriais (ex.: 16S rRNA, COI e Cyt-b). Apenas dezessete conjuntos de marcadores específicos foram desenvolvidos e somente dois mitogenomas foram sequenciados até o momento. Adicionalmente, foram selecionados 18 marcadores microssatélites heteroespecíficos que tiveram sucesso em várias espécies e que podem ser úteis para outros estudos genéticos. Pela importância ecológica e econômica, pesquisadores da região Neotropical têm tido maior interesse nas pesquisas com abelhas-sem-ferrão, com destaque para a utilização de marcadores moleculares específicos e heteroespecíficos que têm se mostrado essenciais na tomada de decisão quanto à conservação e manejo dos meliponineos.Palavras-chave: Estudos genéticos, marcadores heteroespecíficos, microssatélites de DNA, tribo Meliponini. Research on stingless bees (Hymenoptera: Meliponini) and applicability of molecular markers: A systematic review of the literature
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