RESUMO
Como parte do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, os Consultórios na Rua e suas equipes foram criados tendo como função prioritária o desenvolvimento de cuidados primários e a garantia de acesso às ações e serviços de saúde para populações em situação de rua no próprio ambiente da rua, criando vínculos dessa população com outros serviços que não sejam somente de urgência e emergência. Seu escopo de atividades envolve, além da atenção, a proteção contra os riscos a que essa população está exposta, combinada com a busca da garantia de seus direitos. Nesse sentido, os Consultórios na Rua buscam efetivar a equidade e o acesso a ações e serviços de saúde para uma população sem domicílio fixo dentro de um sistema baseado essencialmente na adscrição territorial da população. Assim, a criação do Consultório na Rua inaugura novos modos de cuidar em saúde e, consequentemente, novos modos de fazer a gestão do processo de trabalho. A partir dessa articulação entre cuidado e gestão, o presente artigo discute três planos de intervenção onde se dá a prática das equipes de Consultório na Rua – a própria rua, a sede/unidade de referência e as redes institucionais –,sua relação com os demais serviços de atenção primária à saúde (APS) e a sua contribuição para reconciliar a APS com os seus atributos fundamentais, para além da adscrição do território geográfico.
Resumo Este artigo compartilha uma experiência de apoio institucional a um coletivo de trabalhadores de um município da Região dos Lagos, Rio de Janeiro, no período de 2011-2014. Essa experiência é efeito da pesquisa-intervenção que implantou e validou o dispositivo de Gestão Autônoma da Medicação no Centro de Atenção Psicossocial Casarão da Saúde, no município de São Pedro da Aldeia. A pesquisa estimulou a criação de um fórum de trabalhadores da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) que funciona como espaço permanente para negociações e cuidado coletivo da experiência do cuidar na Raps. Interessa-nos, neste texto, apresentar e discutir o processo de apoio institucional à criação desse fórum como etapa importante da pesquisa realizada. A partir dessa experiência será discutida a relação entre processo de pesquisa e apoio institucional, além de suas consequentes modulações metodológicas, bem como efeitos desse processo de pesquisa-apoio para a Raps do município, que tem como prerrogativa a instalação de um dispositivo que seja capaz de cuidar da experiência de cuidar, no campo da saúde mental.
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