Resumo: O presente trabalho procura resgatar de forma sintética a trajetória histórica e conceitual da "Saúde Coletiva", evidenciando as suas raízes nos projetos preventivistas e da medicina social. Estes projetos, que se estenderam a partir dos anos 50 e que culminam com a idéia da chamada "Saúde Coletiva", apresentam aspectos que os diferenciam na apreensão do social e do coletivo. Ao tratar especificamente da idéia de uma Saúde Coletiva, o texto aponta para a sua tríplice dimensão: como corrente de pensamento, como movimento social e como prática teórica.Ao recuperar historicamente as idéias e os momentos que, num passado não muito distante, forneceram as bases para a emergência de um projeto denominado de saúde coletiva, podemos situar, para a América Latina, como data de referência inicial, a segunda metade dos anos 50, embora a sua trajetória não seja a mesma para todos os países latino-americanos. Assim, a partir de um núcleo inicial bastante homogêneo, para o Brasil a especificidade que iria adquirir a chamada Saúde Coletiva tomar-se-ia bastante evidente. Dessa forma, a fase que se estende por cerca de quinze anos, e que denomino de "pré-saúde coletiva", foi marcada pela instauração do "projeto preventivista" A segunda fase, até o final dos anos 70, não isola os ideais preventivistas, mas reforça a perspectiva de uma "medicina social", e, a partir de 80 até a atualidade, vai se estruturando o campo da "saúde coletiva". Lembramos que a divisão cronológica adotada é feita a partir
RESUMOO presente trabalho aborda a constituição do campo da Saúde Coletiva no Brasil em três aspectos: origens da Saúde Coletiva, aspectos históricos da saúde no Brasil, a Saúde Coletiva como prática pedagógica e perspectivas do campo. A noção básica que orienta a elaboração deste trabalho é a que considera a Saúde Coletiva como um campo, dentro da concepção dada a essa noção por Pierre Bourdieu. São trazidas informações sobre a situação dos cursos de pós-graduação e da estrutura curricular. Nas conclusões, demarcase a posição de entender a Saúde Coletiva como um campo que se baseia na interdisciplinaridade e que se apóia nas dimensões quantitativas e qualitativas, sincrônicas e diacrônicas, objetivas e subjetivas. Palavras
Foi realizada uma análise da trajetória das ciências sociais em saúde na América Latina com base na produção científica, em especial no Brasil. O trabalho divide-se nas seguintes partes: introdução, notas sobre as origens do campo, revisões da produção científica, os anos 90 e os estudos sobre a produção científica, revisando as coletâneas, e comentários finais. O trabalho relata a trajetória histórica da produção científica com base em farta documentação: levantamentos bibliográficos, estudos bibliográficos, coletâneas de textos. Destaca-se, ainda, o levantamento das temáticas dessa área e alguns dados sobre os profissionais que atuam nessas atividades. Nas conclusões é dada ênfase à grande vitalidade da área, que em poucas décadas conseguiu firmar-se no cenário científico.
O trabalho tem como objetivo traçar uma primeira aproximação com os estudos que tratam da história da saúde pública no Brasil. Não pretende abarcar toda a literatura que trata da saúde pública em sua vertente histórica, mas enfatizar os trabalhos, que ao destacar períodos históricos, oferecem um panorama geral da saúde pública, sem detalhar estudos sobre doenças ou instituições. Após tratar de como se instaura o projeto da medicina social brasileira, desde o período colonial até as primeiras décadas do século XIX, trabalha-se com os estudos que abarcam a história da saúde pública entre 1870 e 1930. Destaca o período de 1889-1930, também conhecido como República Velha, que tem características específicas na história socioeconômica e política brasileira.
Ao aceitar o convite para pronunciar uma aula inaugural neste Curso, percebi a grande responsabilidade de que fui investido. Voltei-me, então, a rememorar como alguns eminentes pensadores deste século iniciaram suas aulas inaugurais. Interessante que os dois pensadores sobre os quais me detive se perguntam sobre esse direito. Pierre Bourdieu, em 23 de abril de 1982, assim se refere a essa situação: "Deveríamos poder ministrar uma aula, mesmo inaugural, sem nos perguntarmos, com que direito: aí está a instituição para afastar essa interrogação, assim como a angústia ligada ao arbitrário que se faz lembrar em todo o começo"(1988, p.3). Michel Foucault, em 2 de dezembro de 1970, já havia insinuado este posicionamento: "Ao invés de tomar a palavra, gostaria de ser envolvido por ela e levado bem além de todo começo possível. Gostaria de perceber que no momento de falar, uma voz sem nome me precedia há muito tempo: bastaria, então, que eu encadeasse, prosseguisse a frase, me alojasse, sem ser percebido, em seus interstícios como se ela me houvesse dado um sinal, mantendo-se, por um instante, suspensa" (1971, p.7). Lendo esses dois trabalhos é que se pode dar conta do elevado sentido que representa a aula, mais ainda, o discurso que se elabora nela e que, para mim, se situa além do seu conteúdo. Se Bourdieu elabora uma profunda reflexão sobre o discurso da Sociologia, Foucault aborda as relações entre as práticas discursivas e o poder. E as falas desses autores, carregadas de tantos significados, apontam para o que nos interessa neste momento, pelo menos em dois pontos fundamentais. Como escreve Bourdieu, "só a História pode nos desvencilhar da História" e "A crítica epistemológica não se dá sem uma crítica social"; e, como escreve Foucault, "o discurso
This article discusses the various meanings ascribed to the concept of Complementary and Alternative Medicine (CAM) in Brazil, where research on this theme has a limited tradition in terms of influences from anthropology, sociology of knowledge and epistemology, and sociology of CAM and clinical medicine. By means of the concepts identified in the literature, we elaborated a table with types of meanings. The terms Alternative Medicine and Complementary Medicine were found in more than one of the types in the table. Alternative Medicine identifies a model of medical practice influenced by the social, political, and economic context and by the logic of scientific production based on opposing pairs. Beginning in the 1980s, the important volume of reflections on official medical practice and the search for other forms of knowledge production led to the creation of the concept of Complementary Medicine. Its meaning is that of a new epistemological form of knowledge production between the official and alternative poles, a set of therapeutic practices, and confusion with the nomenclature for ancillary medical diagnostic tests, referred to in Portuguese as "complementary exams".
Resumo: Neste trabalho, o autor analisa os principais aspectos da história da Saúde Coletiva e dos cursos de pós-graduação em Saúde Coletiva no Brasil, restritos ao Mestrado e Doutorado. A partir dos primeiros cursos, iniciados nos anos 70, verifica-se a sua paulatina ampliação até os dias atuais. No momento, existem no país 24 cursos, incluindo os denominados genericamente de Saúde Coletiva ou Saúde Pública, e os que se especializaram em Epidemiologia. Estão excluídos desta relação os cursos da área da enfermagem, odontologia social, administração em saúde e saúde da criança. São levantados alguns aspectos referentes aos fatores que foram importantes na emergência desses cursos, e que são tanto de ordem político-social, sanitários, como institucionais; a origem da denominação Saúde Coletiva; as discussões sobre o conceito de coletivo; os principais conteúdos que configuram a área. Nas Considerações Finais, ressalta-se o fato bastante atual da especialização na área da Saúde Coletiva, com a formação de áreas de concentração, das quais o destaque é a Epidemiologia; faz-se também referência às disciplinas consideradas como núcleo comum à área, destacando o papel das Ciências Sociais.Palavras-Chave: Saúde Coletiva, história; Saúde Coletiva, ensino; Saúde Coletiva, mestrado e doutorado; Saúde Coletiva, Brasil. Summary:The paper analyzes the milestones of the history of Public Health and of the Post-graduation stricto sensu courses in Brazil. Since its beginnings in the 70s we can observe a gradual broadening of the scope and an increase of the number of available Post-graduation courses. Presently, there are 24 Public Health Post-graduation courses in Brazil, including both the ones with a comprehensive curriculum and the ones mainly concerned with Epidemiology. The present analysis does not include courses in the field of nursing, social odontology, health administration and social pediatrics. The main aspects involved in the creation of those courses were studied in detail, including social and political background, data concerning public health context prevailing in Brazil and institutional issues. The paper also addresses the terminology employed in the field, e.g. Public Health, Community Medicine... as concepts embodying its guidelines.Finally, the growing specialization in the realm of Public Health was discussed, exemplifying it with the contemporaiy development of Epidemiology. In order to preserve a "core" of knowledges common to the different specialties, the paper highlights the role of Social Sciences applied to health.
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